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Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

09 dezembro 2015

Existe Vida Antes da Morte?

O eletroencefalograma atesta que existe atividade cerebral e o eletrocardiograma atividade cardíaca, ambos são exames utilizados para detectar se há vida, mas, não necessariamente , onde existe vida existe consciência. Sim, é possível estar vivo, mas esse estado não significar absolutamente nada em relação ao projeto original que Deus imaginou para nós. A existência de muitos, tragicamente, transformou-se em algo aterrorizante, eles são como zumbis ao contrário, vivos-mortos, mesmo respirando e andando são incapazes de experimentar dimensões mais profundas e intensas do viver, sensações e sentimentos que só podem ser desfrutados se aquilo que está morto em nós – o nosso espírito – ganhar vida novamente. Curiosamente, entretanto, onde tenho mais encontrado gente “morta” nestes dias é dentro de igrejas. Muitas comunidades ditas cristãs são, na verdade, cemitérios, lugares onde gente morta espiritualmente é enganada e iludida, viveiros de entorpecimento e analgesia, ambientes onde a Luz não penetra e a fé acaba sucumbindo. Nesta mensagem, analiso o que as Escrituras nos ensinam sobre vida e morte, sobre o que Jesus fez por nós na Cruz e sobre o grande desafio que é existir como um ser humano real. Assista! Você não vai se decepcionar.


24 novembro 2015

Terrorismo Religioso: o Absurdo em Nome de Deus

Existem dois tipos de terrorismo religioso: aquele que em conluio com o estado quer dominar terras e aquele que amancebado com a igreja quer dominar mentes. Em nossos dias, temos experimentado um tipo de terrorismo religioso light, algo que produz ataques sutis, uma ideologia com aparência de piedade, mas que de forma cirúrgica explode corações, tortura almas, invade de forma violenta a privacidade, estupra mentes, mata a esperança e faz sucumbir sonhos. Sim, estou convencido de que a bíblia nas mãos de fundamentalistas é uma arma tão ou mais perigosa que uma metralhadora. Em nome de Deus já se fez muita coisa, pois quem age a serviço do altíssimo tem licença até para matar! As religiões do livro – o judaísmo, o cristianismo e o islamismo – não podem fugir desta mancha em suas histórias, todas tem muito sangue nas mãos. Mas será mesmo que Deus manda matar? É possível harmonizar o “Deus do Amor” com o “Deus do Terror”? Por que uma leitura menos romântica das Escrituras faz parecer que o Deus do Velho Testamento é totalmente diferente do Deus do Novo Testamento? Em tempos de terrorismo internacional, uma reflexão honesta e contundente sobre o problema da interpretação do texto sagrado e o que ela pode produzir na consciência de gerações. Assista esta mensagem e tire suas conclusões!


11 novembro 2015

Igrejas Insalubres: a Trama da Religião Gerando Trauma na Alma

Em nossa sociedade, estamos acostumados a conviver com pessoas que sofreram traumas físicos e que buscam compensação do dano através de processos jurídicos. Mas ainda é pouco comum alguém obter uma reparação por causa de um abuso que tenha sofrido, o qual produziu uma sequela emocional. Até mesmo a palavra trauma, em sua etimologia, significa uma lesão causada por um agente externo, está muito associada a uma ferida aparente. O fato concreto, todavia, é que machucões físicos saram muito mais rapidamente do que ulcerações na alma. Um trauma emocional pode, não raras vezes, perdurar por toda a vida do indivíduo. Nestes mais de 30 anos lidando com pessoas dentro de igrejas, constato o quanto o trauma religioso, que tem fundo essencialmente emocional, tem atingido milhares de pessoas. Gente que foi abusada, manipulada, adestrada para seguir regras comportamentais, represada em suas emoções, estimulada ao disfarce, ao juízo temerário, a perversidade que se traveste de justiça própria. Existe uma legião enorme de gente agonizando dentro de igrejas que mais se parecem com sanatórios religiosos, e outros incontáveis que, mesmo saindo de tais ambientes, carregam os vícios de natureza psicológica e as marcas tatuadas na psique as quais, como fantasmas, assombram os dias e transtornam a vida. Assista esta instigante mensagem! 

 

10 novembro 2015

Negar-se a Si Mesmo



“Negar-se a si mesmo” é um dos conceitos e uma das falas de Jesus mais mal interpretadas de todo o Novo Testamento. Você pode encontrar a citação nos Evangelhos sinópticos, como por exemplo, em Lucas 9:23.

A questão se agrava pelo fato de que, a grande maioria dos pastores e líderes deste tempo carece, desgraçadamente, de ferramental mínimo para interpretar as Escrituras, as regras básicas da hermenêutica e da exegese bíblica. Sem isso, a versão que prevalece é sempre a mais popular, ou aquela que é expressa pela maior denominação, ou ainda o pensamento que for mais fundamentalista.

“Negar-se a si mesmo”, no conceito da esmagadora maioria da igreja evangélica brasileira, tem a ver com mortificação do eu, com aniquilamento da personalidade, com ascetismo grego repaginado, com estoicismo contemporâneo, com o neoplatonismo de Plotino, do qual Agostinho bebeu para elaborar sua teologia, que é à base de boa parte das crenças da igreja católica romana e de parte do protestantismo.

Nesse sentido, desconhecer a história é uma tragédia imperdoável para quem deseja se tornar mestre ou pregador do Evangelho. A negação do eu é um doutrina pagã, mas, jamais, cristã! O sujeito que se nega faz isso para se autojustificar, ainda que, conscientemente, ele não perceba tal feito.

Assim, a negação do eu é uma alternativa para a purificação, para a sublimação, para o “nirvana” espiritual. É uma das mais antigas práticas das religiões primitivas e dos cultos antigos. Quem se entrega a essa doutrina de negação e quem tenta reduzir à carne a escravidão, só fará com que pulsões enormes cresçam ainda mais em si mesmo, e essa analogia é científica, não religiosa.

A doutrina da negação elimina a doutrina da justificação, na qual eu sou informado de que não há nada que eu precise fazer para que a paz de Deus me envolva e para que a inimizade, produzida pelo pecado seja, definitivamente, extirpada da minha consciência.

Por isso, quem tenta fazer isso pela via da negação de si mesmo, assemelha-se aos que praticam a doutrina Kardecista, onde o indivíduo purga seus pecados pela via da piedade e das boas obras. Muda o meio, mas não o objetivo final.

Ora, a fala de Jesus só pode ser interpretada a partir da leitura mais ampla dos textos, no caso de Lucas, com a adição à exegese do verso 24. Observe: “Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará”. Ou seja, “negar-se a si mesmo” significa abandonar toda busca de um caminho meritório para Deus, significa esvaziar-se de toda a justiça própria, significa abrir mão de qualquer sacrifício, oblação ou oferenda que possa assumir o papel da Cruz e do Sangue do Cordeiro.

Negar-se a si mesmo é aceitar o fato de que tudo já “está consumado”, de que o sacrifício foi feito uma vez para sempre, e que não há outro que possa ser colocado no lugar de nosso Sumo Sacerdote, o qual expia toda nossa imundice e culpa.

Portanto, quem desejar, pela via da negação, salvar a sua vida, a perderá, disse Jesus! Não existe nenhum ritual, nenhum culto, nenhum poder ou sabedoria, nenhum intermediário, nenhuma doutrina ou confissão que possa mudar isso, nada pode se colocar no lugar do Sacrifício do Senhor, que deu a sua vida para salvar o mundo! Portanto, só quem abre mão do caminho da religião, que é o esforço do homem para alcançar a Deus, quem “perde a sua vida”, a achará!

Eu penso que os que possuem bom coração e boa consciência entenderão o que falo. Por outro lado, quem se calcificou pela via da cauterização de mente produzida pela crença religiosa ainda andará buscando meios de agradar a Deus. Deus não quer se seduzido! Deus quer ser amado e obedecido! Só Jesus foi capaz de agradar a Deus! “Esse é o meu filho amado, e nele a minha vida se alegra!”.


Carlos Moreira

Fábrica de Neuroses







Como estamos nos distanciando, a cada dia, dos ensinos de Jesus e passamos a seguir sofismas ardilosos. No Evangelho não há qualquer menção de caráter ufanista, super-egóico ou pseudo ligado ao insuflamento da autoestima.

A saúde do ser, como se sabe, não está em levantar a moral do indivíduo, mas em pacificá-lo de dentro para fora, restituindo a paz em sua consciência e estabelecendo o bem em seu coração.

Mas a igreja, nestes tempo, precisa afirmar que você é uma “princesa”, que você é “cabeça e não cauda”, que você é “filho do Rei”, que você tem “poder”, que você pode “decretar a bênção”, que você é “ungido”, que você é “autoridade”, que você é “escolhido”, é uma overdose de veneno para a psique humana. São tantas as denominações de caráter preconceituoso e exacerbatório que, obviamente, é impossível viver carregando tudo isso sem passar a se achar melhor do que os outros ou, exclusivamente separado para experimentar “o melhor desta Terra”.

A questão concreta na vida real, todavia, é que só os “pastores” vivem nesta perspectiva, engordados em sua vaidade pelos dízimos de gente simples e fraca de mente, obesos de consciência e engordurados de coração. Sim, são estes que andam de jatinho, que possuem casas suntuosas, contas milionárias, templos faraônicos, que saem em capas de revistas e estão na mídia, todos os dias, pois, que importa que falem de mim, desde que eles falem?

Em Jesus, todavia, nós somos chamados para dar a vida pelos irmãos, pois o maior é o que serve e lava os pés dos cansados e aflitos. Em Jesus não temos espadas nas mãos, nem cetros de poder, mas bacias e toalhas, lavamos a imundice dos homens pela Palavra da Verdade e calçamos-lhes os pés com a preparação do Evangelho da Paz. Está tudo errado!

Minha tristeza é que, talvez, e desgraçadamente, você seja cúmplice disso! Imagine o nível de doença que é produzido num sujeito que sai de casa pela manhã achando que recitar meia dúzia de “mantras” fará com que o demônio se ajoelhe aos seus pés?

Imagine também a frustração de alguém que segue esta cartilha de maldades requintadas, que vive em campanhas, que paga o pedágio da fazenda celestial, que vive reprimindo a carne e negando sua própria humanidade, em almejar ser o que os pastores-lobos dizem que ele tem que ser e, ainda assim, nada está acontece em sua vida?

Imagine, ainda, o grau de ansiedade, de amargura, de conflito interior e desarranjo mental que esta pessoa passa a enfrentar achando que essas coisas não acontecem por que ele não tem fé, ou por que não fez direito a mandinga espiritual receitada como bula de enriquecimento e promoção da felicidade?

Creia, o Evangelho produz saúde e pacificação de alma, mas a religião é capaz de se fazer a igreja se tornar um viveiro de doenças, um lugar tão insalubre que mesmo quem só frequente, sem maiores compromissos, corre o risco de adoecer pela simples contaminação do que está escutando.

Carlos Moreira

05 novembro 2015

Evangelho Self

No documentário “O Século do Self”, produzido pela BBC de Londres em 2002 e dirigido por Adam Curtis, é possível verificar como a revolução de psicoterapeutas e filósofos nos anos 60 e 70 serviu de arcabouço metodológico para o surgimento do sujeito fractal, vulnerável, isolado e, acima de tudo, ganancioso de nossos dias. Vivemos, mais do que em qualquer outra época da humanidade, a cultura do “EU”, um antropocentrismo superdimensionado, o egoísmo elevado à enésima potência, o indivíduo que consome a si mesmo. Obviamente, esse estado de ser agrava-se muito em meio à sociedade de consumo capitalista e, no ocidente cristão, o fenômeno parece ter atingido o seu apogeu cultural. Diante de uma plateia ávida por benefícios e comodidades, o que se pode fazer para que a mensagem da fé seja pregada em sua inteireza? Que tipo de Evangelho você tem ouvido: o da Cruz do Calvário, que ensina que Cristo morreu pelos nossos pecados e que nós devemos, também, dar a nossa vida pelos irmãos, ou o da igreja contemporânea, que ensina que Deus está a nossa disposição para nos satisfazer os apetites da alma? Assista a esta surpreendente mensagem e reveja suas práticas e fé!


29 setembro 2015

Temos Segundas Chances

No mundo competitivo que nós vivemos dificilmente as pessoas conseguem uma “segunda chance”. Na sociedade capitalista, não há margem para erros pois, para se tornar um “campeão”, é preciso superar obstáculos sem cair, avançar a qualquer custo até que você chegue ao topo da pirâmide. Sim, isso esmaga as pessoas! Quantos tenho encontrado caídos no asfalto dos dias porque, simplesmente, não conseguiram bater as metas que lhes estavam propostas. Gente fraturada de alma e decaída de espírito, amargurada pelo fato de não ter conseguido o emprego dos sonhos, a casa dos sonhos, o marido dos sonhos, a viagem dos sonhos... Bem afirmou o humorista Millôr Fernandes, “Há duas coisas que ninguém perdoa: nossas vitórias e nossos fracassos”. Quem caiu do pináculo da glória, quem imagina ter tido uma perda irreparável tem a sensação de que a vida terminou, que existir se tornará apenas, um seguir de um rastro que leva a existência sempre ao mesmo ponto, numa mesmice insuportável. Assista a essa mensagem e comprove que Deus está sempre nos dando "segundas chances"


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02 setembro 2015

Igreja sem Fronteiras

A religião incutiu nas pessoas que a única tarefa da igreja é a evangelização dos perdidos. Uma vez que eles aceitem a informação histórica a respeito de Jesus e se enquadrem na agenda institucional, o objetivo foi atingido. O cristão deste tempo existe em meio a uma dinâmica bipolar, alterna vida cotidiana com vida espiritual, amarga existir em mundos que não se tocam, não se comunicam. Desde Agostinho a fé foi polarizada pela influência do neoplatonismo que separou as demandas seculares das realidades ligadas à espiritualidade, excluindo, assim, o sagrado do convívio humano natural, onde os dramas e as dores do existir acontecem todos os dias. Em função disto, a história do cristianismo ficou marcada pela impossibilidade da igreja de lidar com questões singulares das sociedades humanas. Ela declinou, por exemplo, de combater a escravidão na Europa, caçou desafetos de outras crenças, resistiu à ciência no iluminismo, fechou o céu para os negros, calou-se diante do holocausto, eximiu-se de defender a mulher, apoiou ditaduras perversas, excluiu dos sacramentos divorciados, negou a salvação aos gays, dentre tantas questões que revelam um tipo de confissão que apenas promove guetos alienantes, os quais formam seres humanos impermeáveis a tudo que não diga respeito à doutrina e a salvação. O resultado, portanto, não poderia ser outro. A cultura religiosa que está aí, como afirmou Gramsci, cientista político italiano, é “a utopia mais gigante, a mais metafísica que a história jamais conheceu”. A igreja contemporânea, de forma pragmática, para nada aproveita a não ser anunciar um tipo de sotereologia que salva uma parte do indivíduo, enquanto a outra agoniza a céu aberto. Assista a mais esta emocionante mensagem!
       

A Relatividade das Revelações




Percepções espirituais, além de serem muito pessoais, estão impregnadas de nossas próprias visões de Deus e do sagrado. A fenomenologia da revelação muda de indivíduo para indivíduo, podendo construir elaborações particulares ou arquetipias coletivas.

Moisés, por exemplo, viu o paraíso como um jardim, num contexto lúdico, cheio de beleza e poesia. Já o apóstolo João, que se radicou durante muitos anos em Éfeso, a segunda maior metrópole do mundo antigo, viu o paraíso como uma cidade, a Nova Jerusalém, que assumia a representação de uma nova sociedade, construída com os valores do Reino de Deus.

Paulo, por outro lado, em seu arrebatamento extático, não quis fazer asseverações concretas daquilo que viu e ouviu sobre a eternidade e o mundo por vir, o que denota o quão pessoal e intimista foi sua experiência.

Mas alguém pode perguntar: como é, então, o paraíso? Um jardim, selado por Deus depois da queda e guardado para ser usufruído apenas pelos salvos em Cristo? Uma cidade, aos padrões das metrópoles imponentes, com casas, ruas árvores e praças? Uma ambiência dimensional, tão distante de nossa realidade que é impossível descrevê-lo ou compará-lo a algo?

Ora, aquilo que hoje vejo e sobre o que penso, por mais subjetivo que seja e por mais metafísico que se represente, ainda está possuído pelas minhas percepções humanas, meus condicionamentos e minhas relatividades. Assim, toda visão que possuo, mesmo produzida por uma ação divina, ainda carrega as impressões do meu próprio olhar do mundo e da vida.

Ao despois, todavia, quando o que é em parte se tornar perfeito e o corruptível se revestir de incorruptibilidade, àquilo que é subjetivo se tornará concreto e definível, pois Deus fará com que mente e coração convirjam com vistas a compreensão de todas as coisas.

Sim, creia, um dia nós veremos com os olhos do Pai, discerniremos todas as coisas a partir dele, o que é e o que não é. Hoje, já há algo de divino em nós, mas continuamos a existir como o agora e o ainda não. Amanhã, todavia, seremos o que, irremediavelmente, fomos destinados para ser, conhecendo como somos conhecidos, refeitos e ressignificados para a glória e o propósito insondável do Senhor.

© 2015 Carlos Moreira

25 agosto 2015

A Igreja e sua Responsabilidade Social e Política



Jesus não era um homem do templo, mas das ruas. Ele não vivia de conchavos na coxia da religião, nem frequentava os bastidores do sinédrio, não estava entre os teólogos de Israel, ortodoxos calcificados de coração e gangrenados de consciência.

Na verdade, o Galileu era um homem de atitudes e muitas de suas ações foram, por assim dizer, ações sociopolíticas. Não há Evangelho nem salvação que seja o bastante para alguém com fome e com medo. As marcas do Reino de Deus ainda são amor e justiça!

Por isso o Senhor deu pão aos famintos de Betsaida, nos desafiando, assim, a assumirmos a responsabilidade com as questões ligadas a miséria e a fome. Ele entrou na aldeia dos leprosos, excluídos do convívio social, demonstrando que seus seguidores deveriam invadir os guetos e os antros das cidades e passou pela terra dos samaritanos, gente expurgada da vida pelo preconceito religioso, sinalizando que o caminho do Evangelho deve nos levar a busca do respeito e da tolerância.

Sim, o meu Jesus conversou com o “sindicato” dos coletores de impostos, na casa de Mateus, denunciou o comércio da religião, que era a mola da economia de Jerusalém e condenou as ações políticas do Rei Herodes, um fantoche nas mãos do Império Romano.

A igreja, equivocadamente, se excluiu do debate social e político porque só tem interesses no Reino dos Céus, esquece que o Reino proposto por Jesus é um Reino de consciência! Há anos ouço líderes evangélicos afirmarem que Jesus nunca misturou política e religião, pois vaticinou: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Nunca vi uma exegese tão fajuta e fraudulenta!

Desta perspectiva, Jesus era um indivíduo dicotômico, que departamentalizava as dinâmicas da existência, separava o natural do espiritual. Absurdo! Ele nunca fez isso! Viveu com intensidade cada instante, não se privou de nada nem fugiu daquilo que entendia ser a dádiva do Pai no banquete da vida.

O fato é que Jesus vivia numa teocracia, o imperador de Roma era um deus, adorado e cultuado como tal, um déspota legislando o que bem entendia. O imposto, naquela circunstância, foi só o pano de fundo da armadilha dos fariseus. Eles, contudo, não puderam entender a resposta do Senhor e a maioria dos religiosos, até hoje, ainda não pode.

Eu creio que Jesus afirmou: “Dai a César o que é de César”, referindo-se ao fato de que um deus terreno só pode receber o que provém da terra, no caso, o pagamento do imposto. Era com isso que César se importava e se satisfazia. Mas ele complementou: “Dai a Deus o que é de Deus”, ou seja, dê ao todo-poderoso aquilo que lhe é devido – glória, honra, louvor e devoção verdadeira – pois o Pai procura a estes que assim o façam. Ele não fez separação de coisa alguma, mas pôs tudo em seu devido lugar.

Acredite, a igreja sempre foi chamada a se envolver com as questões políticas e sociais e continuar a negligenciar isto é abdicar de influenciar os destinos deste mundo. Do jeito que está hoje, a igreja é uma organização com pouquíssima finalidade, existe de si para si mesma, enclausura-se em seus programas e exclui-se de tudo o que não for concernente à doutrina e a fé. Eu penso que a igreja só poderá ser relevante neste tempo se estiver envolvida com todos os processos e dinâmicas da vida e isso inclui as demandas políticas e sociais.

É mister, então, compreender, que não há como contribuir de forma propositiva com a sociedade apenas com louvor e pregação. Uma igreja que tenha algum significado para a história de sua geração precisará, a todo custo, sair do átrio do templo para as ruas, precisará aprender a lotar as galerias do Congresso, onde as leis estão sendo feitas, ao invés de lotar as galerias dos teatros, em busca de ouvir artistas gospel.

É tempo de agirmos! O mundo carece de líderes e de pessoas com boa consciência, gente do bem, para influenciar sindicatos, partidos, organizações e políticos! E acredite: você pode ser um destes...

© 2015 Carlos Moreira

24 agosto 2015

O Impeachment de Deus

Procura-se um Deus que possa atender a essas e outras demandas: cultos de milagre, correntes do impossível, prosperidade financeira e sessões do desemcapetamento total. Sim, na sociedade contemporânea, Deus precisa ser reinventado! O Deus das Escrituras perdeu o seu sentido e a sua utilidade, agoniza em obsolescência e caducidade. Nietzsche, ainda no século XIX, já afirmava que a igreja havia criado um Deus que era a imagem e semelhança do homem. Impossível ser mais lúcido. Nesse tempo, para fazer a indústria da religião funcionar, é imprescindível que se viabilize, o mais rápido possível, o Impeachment de Deus! Ele precisa ser tirado do trono, desempossado como Rei sobre a Terra, afastado de suas funções na igreja! Chega desse Deus que não atende pedidos, não satisfaz caprichos e nem concorda com a existência conforme os homens a desejam. Encontrem, portanto, um Deus que seja personalizável e mais adequado à realidade do mundo atual. Eu sei que essas palavras parecem chocantes, mas, na prática, refletem, apenas, a realidade esmagadora desses dias. Essa geração, em seu egoísmo alienante, precisa não do Deus do Evangelho, encarnado em Jesus de Nazaré, mas de um mago com super-poderes capaz de fazer malabarismos e pirotecnias para satisfazer a clientela que o procura nos cultos do domingo. Para muitos, se Deus ainda deseja manter uma fatia do Market Share religioso, vai precisar repensar, seriamente, sua proposta para os consumidores do sagrado. Assista a esta empolgante mensagem!


18 agosto 2015

Vício Espiritual




Eu vejo o que se faz, hoje, em nome da fé. As pessoas realizam simbiose de templos e doutrinas, elas não criam raiz em canto algum, são desalojados por opção, alimentam-se daquilo que lhes satisfaz os apetites do ventre, um tipo de mensagem que seja conveniente.

Ah, se elas soubessem o que isso produz na consciência...

É a alquimia religiosa tentando unir crenças tão distintas e irreconciliáveis que o produto final é um frankstein. Esse monstro, pasmem, se alimenta de uma matriz de convicções bizarras, costurada grosseiramente para dar forma a uma espiritualidade anômala.

Depois de certo tempo, o sujeito não fala mais coisa com coisa, está massificado por tantas mensagens que ouviu, com tantas ênfases distintas, que a alma se vicia em espasmos emocionais, é a necessidade de saciar a síndrome de abstinência do pseudo sagrado, a dependência criada pela catarse e pela manipulação.

Como qualquer outro vício, o viciado espiritual sofre de ansiedade de alma, precisa de uma divindade mágica que lhe torne o viver possível.

No estágio seguinte, sua mente passa a ser habitada por sofismas e crendices, ele vê fantasmagorias no cotidiano, o diabo assume o papel de protagonista, está em tudo e em todos, o indivíduo converte-se num injustiçado debaixo do sol, o mundo lhe arma ciladas.

Daí para frente vem à destruição da psique e do equilíbrio. Nosso Quixote passa a lutar com seres imaginários, entra na dita “batalha espiritual”, usa pirotecnia das cartilhas dos ghostbuster contra as potestades do mal. O diabo dá gargalhadas! É como tentar matar escorpião com farinha.

Triste, mas absolutamente real!

Encontro gente assim todo dia, marcada pelo desânimo e recondicionada de coração, são os filhos da desilusão que, ao final, é só o que tudo isso produz. Desgraçadamente, eles foram abortados pelo misticismo religioso, mas jamais paridos em fé e amor pelo Evangelho.

Carlos Moreira

11 agosto 2015

O Deus Pessoal para um Mundo Impessoal

Estamos enfrentando uma nova glaciação no planeta, mas ela não está associada ao clima e sim às pessoas, sem nos dar conta, congelamos do lado de dentro, tornamo-nos inapetentes para o bem. “O amor esfriará de quase todos”, disse Jesus e, de fato, isso já está acontecendo! Fomos transformados em indivíduos em série, normatizados pela mídia, plastificados pela cultura, acomodados nas caixas da religião. Esse é um tempo de redes sociais e nenhum encontro humano, da banalização da conjugalidade que produziu a solidão a dois, do flerte virtual, do sexo pela tela do computador, da blindagem do ser para nos proteger contra o outro, da impermeabilização dos sentimentos. Num mundo assim, pode haver religião, mas não há Deus! As igrejas fomentam ritos e ensinam doutrinas, mas estão longe da singularidade da fé proposta no Evangelho, onde o encontro é imprescindível, tanto com o Pai quanto com o meu semelhante. Deus só pode ser discernido numa relação pessoal, não numa massa anárquica dentro de quatro paredes, Deus quer ser encontrado nos ambientes da alma e da consciência, não nos bancos do templo ou na agenda frenética da religião. A questão central, contudo, é o que fazer diante disso? Que alternativas nós temos? Assista a mensagem e repense sua fé!


04 agosto 2015

Delação Premiada: a Confissão que Cura a Alma

A culpa é tão corrosiva quanto à ferrugem, come a alma da gente, remete-nos ao exílio da amargura sob as algemas inquebráveis da solidão. Quem se sente culpado arrasta-se na existência, carrega fardos mais pesados que o ser, agoniza a céu aberto, revolve-se em pavor e tem a consciência embebida com angústias de morte. Eu encontro pessoas assim todo dia, são prisioneiros de escolhas erradas, desviantes de caminhos tortuosos, sentenciados que foram julgados pela vida, gente que nunca obteve uma segunda chance, que teve negada a possibilidade de um novo começo, de reconstruir a vida com a sucata do que sobrou da história. Mas é possível sair deste calabouço! Há uma chave que abre o coração pelo lado de dentro e permite que a luz do perdão e da misericórdia rasgue a masmorra onde os dias se passam sem esperanças. Sim, a confissão é o remédio que sara os dilacerados de espírito e levanta os caídos, aqueles que foram feridos na guerra, pois conforme as Escrituras, “o que confessa e deixa alcançará misericórdia”. Neste domingo vou tratar deste tema numa mensagem que nos chamará, de um lado, a assumirmos, definitivamente, nossos equívocos, pois não há cura sem verdade, e do outro, a nos libertarmos para sempre dos embargos que vida nos impôs. Assista a mensagem e 
receba o perdão dos céus!


 

31 julho 2015

Como Segurar um Homem?



É muito simples.

Seja você, não se vista com um personagem. Ao depois, na cama, não será possível manter os disfarces, sexo não se faz apenas com o corpo, mas com a alma.

Seja honesta também, diga sempre a verdade, não se preocupe em desagradar ou ser inconveniente. Homens, quase sempre, são imaturos, precisam de alguém que lhes chame a realidade do chão de cada dia.

Não se preocupe muito com sua estampa, você não é uma esfinge, mas uma pessoa. Apesar de vivermos na sociedade da imagem é o conteúdo que mantém relações sadias. Creia, tem mais valia um coração enorme que uma bunda grande, além do quê, rugas e celulites podem ter seu charme em alguém que não tem a mente pequena.

Esqueça essa história de feminismo, isso é uma grande tolice. Mulher quer atenção e segurança e adora dar carinho e fazer um pratinho gostoso, nem que seja comprado no chinês. Ideologias são legais para filósofos e escritores, mas tem pouca serventia para gente comum, gente como você e eu.

Seja uma pessoa legal, conte piada, tome uma breja, se interesse pelas coisas dele, faça cara de espanto com suas conquistas. Homem adora ser admirado, portanto, seja generosa, mesmo que esse troféu dele não passe de mera babaquice.

Só faça filhos por amor! Não imagine que barriga sustenta ninguém! O que faz um homem criar raiz no solo sagrado do coração de uma mulher é o fato de que ele, com ela, se percebe ser alguém muito melhor. Portanto, não se satisfaça em ser um pedaço, seja parte significativa, você não é um adereço, tem de estar nele, ser carne da sua carne.

Faça sexo sem pudor, seja intensa e deseje que ele seja só seu. Não economize na sacanagem, na fantasia, e deixe de tanto mimimi, regras devem ser consensuais, mas regras demais são feitas para tribunais, não para cama.

Este é um tempo de solidão a dois. Os casais tem carro separado, cama separada, conta separada, amigos distintos, tanta coisa não comum que é incomum que algo assim possa funcionar.

Se você quer mesmo este homem, entre na vida dele, torne sua companhia desejável, faça-se necessária, homens adoram estar com suas parceiras, e quem diz o contrário é porque está mal acompanhado.

Como afirmei no começo, não tem nada de complicado. Mas colocaram tanta minhoca em sua cabeça que você acha que não é capaz de construir algo duradouro. Portanto, faça tudo simples e você verá como a vida lhe visitará com ares de festa e luas de prata. Só não se esqueça, contudo, de algo importantíssimo: “o simples é o contrário do fácil.”...


Carlos Moreira

29 julho 2015

Espiritualidade Bipolar: em Busca de uma Alternativa

O transtorno bipolar é uma desordem mental caracterizada por alterações no humor, uma alternância entre a fase maníaca e a depressiva. Analisando cuidadosamente o fenômeno religioso deste tempo você perceberá que se trata, por assim dizer, de um fenômeno bipolar. De um lado, temos uma religião baseada no mito, na catarse, no exagero, na manipulação, nas barganhas e no “sobrenatural”. Do outro, uma espiritualidade formal, carrancuda, legalista, mecânica, ritualista e que faz culto às tradições. O resultado destes dois modelos de fé não poderia produzir outro tipo de igreja que não essa que aí está, estereotipada, alheia as dores dos homens, distante das questões sociais relevantes, alienada na busca do “sagrado”, mergulhada no átrio do Templo. Sim, esses são dias de obesidade espiritual, onde os indivíduos se alimentam a si mesmos, de comunidades programáticas, com muito entretenimento e pouca devoção. O que fazer? Como buscar viver uma espiritualidade centrada, instigante e comprometida com Deus e com o outro? O Reino que nos propõe Jesus é feito de consciência, não de opulência, desafia-nos a erguer mentes, não prédios, exorta-nos ao exercício da piedade, não a idolatria das pedras. O culto, conforme o Evangelho é a vida, e a liturgia, o serviço solidário ao necessitado, pois todo aquele que é nascido de Deus vai, sem saber ao certo para onde, mas sempre com os pés no chão e os olhos encharcados de esperança. Sim, o justo viverá sempre pela fé, com a alma entumecida de gratidão e o ser recoberto pelo orvalho que pacifica as dores e os medos dos homens. Assista a mensagem e seja abençoado! 
 

22 julho 2015

Eu Fico me Perguntando: Até Quando?




Vocês mentem, de forma despudorada, enganam e manipulam, vocês distorcem a Verdade em prol de seus próprios interesses e se regozijam com a iniquidade, e eu fico me perguntando: até quando?

Vocês se assentaram no Trono do Rei e dizem ter chegado até o pináculo do Templo, vocês não se saciam com o poder, nem se fartam de toda vaidade e orgulho, e eu fico me perguntando: até quando?

Vocês desprezam 
os simples de coração e fazem agiotagem com os quebrados de alma, sim, vocês espoliam o que eles já não possuem, não lhes basta tirar-lhes todo o dinheiro, vocês sequestram sonhos, esperanças, matam desejos, e eu fico me perguntando: até quando?

Vocês fazem magia com a Palavra, sincretismo com as doutrinas da fé, zombam do Reino de Deus e criam para vocês seus próprios impérios, vocês não dão conta de nada a ninguém e agem contra o bem a céu aberto, retorcem a justiça e fazem caso da bondade, e eu fico me perguntando: até quando?

Vocês comem o fígado dos humildes e se fartam na mesa da miséria humana, vocês riem da calamidade e sentem-se poderosos ante o absurdo, vocês lambem o sangue dos pequeninos e blasfemam contra os velhos e indigentes da Terra, lavam as mãos para os inocentes e desprezam os retos de coração, e eu fico me perguntando: até quando?

Pois saibam todos vocês, no dia de hoje, que ainda que tudo possa passar, não tardará a vinda do Senhor. Fiquem, portanto, informados e saibam que o Juiz está às portas, vem, não mais como Cordeiro, mas como Leão, com glória e majestade.

E em sua vinda, Ele abrirá com chaves os segredos dos corações dos homens e todos, os grande e os pequenos, se perfilarão perante Ele e terão de se submeter a sua sentença. Então, para que se cumpra as Escrituras, finalmente se saberá a diferença que há entre o justo e injusto, entre o que serve a Deus e o que não serve.

Eis o meu desabafo! Eis a minha confissão!


Carlos Moreira


21 julho 2015

Lembranças...




Eu não sei quando, mas chegará o dia em que eu serei apenas uma lembrança...

Sim, virá o tempo em que eu não mais escreverei textos, ou subirei em púlpitos para pregar, não casarei ninguém, nem farei aconselhamentos.

Já vem a hora em que estarei fadado a ser uma lembrança, perambulando por aí, um andarilho sorrateiro espreitando mentes e arrebatando corações.

Então, minha ambição é que eu seja uma lembrança boa, que desperte sorrisos, que proporcione emoções, que deflagre suspiros saudosos e arranque lágrimas adormecidas pelo tempo.

Eu quero ser lembrado numa mesa de bar, em meio a gargalhadas, não quero ser uma citação, uma aparição técnica num texto utilizado para respaldar o pensar de alguém. Não! Eu quero mesmo é estar na lembrança de gente que amei, que abracei, que acolhi do desprezo da vida, que me fiz presente no dia dor, gente com quem me solidarizei, que cobri do frio da indiferença, que alimentei com ternura em meio ao desgosto, que protegi do preconceito, que livrei da solidão.

Eu preciso que você pense em mim como um sujeito que viveu no limite, que gastou e deixou-se gatar por aquilo que acreditava, que sempre andou encharcado de sonhos e parido de ternas ilusões.

Mas para ser lembrado assim, é mister construir, hoje, uma história bacana, um caminhar instigante.

Portanto, preciso lhe confessar, desejo ter mais amigos, ao invés de mais dinheiro e mais encontros, ao invés de tantas reuniões. Almejo por mais devoção e menos liturgia, mais misericórdia e menos teologia.

Eu não tenho ideia de onde vou ser enterrado, isso pouco importa, pois, na verdade, estarei mesmo é plantado na terra do coração de muita gente, serei árvore que alimenta sabores de frutas de quintal, que traz um cheiro de mato regado pela chuva. Sim, você me encontrará na chama da luz que rasga a cortina no raiar do dia, na gota de orvalho que se entregou sem pudores ao chão da manhã, e como bem disse o Drummond, naquele dia, não serei mais moderno, serei eterno!


© 2015 Carlos Moreira

Melhor do que dizer “Por quê?” é dizer “Por que não?”.



“Percebi ainda outra coisa debaixo do sol: Os velozes nem sempre vencem a corrida; os fortes nem sempre triunfam na guerra; os sábios nem sempre têm comida; os prudentes nem sempre são ricos; os instruídos nem sempre têm prestígio; pois o tempo e o acaso afetam a todos”. A frase é de Salomão, rei de Israel, e está registrada no livro de sabedoria do Eclesiastes, escrito cerca de mil anos antes de Cristo.
Pois bem, no século XIX da nossa era, o naturalista Charles Darwin, em sua observação científica sobre a evolução das espécies, chegou a uma conclusão muito semelhante à de Salomão, ainda que sua fonte de observação fosse outra. Ele afirmou: “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”.
Ora, se há uma síntese possível para ambas às análises, do ponto de vista da fenomenologia da existência humana, é que, em cada estação que nos está proposta, torna-se imprescindível desenvolver uma capacidade específica de adaptação a ela.
A maioria das pessoas que conheço e que se entendem fracassadas em alguma área de suas vidas, assim se sentem porque falharam nesta disciplina: não conseguiram se adaptar ao que lhes sobreveio. Portanto, minha hipótese é que, na vida, o que vale não é “vencer ou vencer”, mas “sobreviver ou sobreviver”!
Deixe eu lhe afirmar uma coisa: a existência nem é boa, nem é ruim: ela é como é. Cada dia trás seus próprios desafios e, na verdade, você nunca sabe o que será servido no cardápio seguinte. Neste momento, há pessoas sorrindo na maternidade, enquanto outras estão chorando no cemitério. Hoje, um casal se casou na catedral e, ao mesmo tempo, um outro concretizou o divórcio no cartório. Um empresário recebeu a averbação da junta comercial para começar seu negócio e o outro foi visitado pela justiça com a decretação da falência.
Na verdade, você precisa discernir qual estação você está vivendo! E mais do que isso: você precisa se adaptar a ela! A maioria das questões da vida são reversíveis, o vento, não raro, muda de lado ou, como bem disse o Cazuza, “... Ainda estão rolando os dados”. Eu não sei se você quebrou, se foi traída, se ficou deprimido ou está se sentindo velho? Sei, contudo, que é imprescindível se adaptar ao que está acontecendo agora e os que conseguirem fazer isso, sobreviverão!
Então, você pode se sentar na calçada da vida, ficar choramingando e se maldizendo, ou pode se levantar, sacudir a poeira, se vestir de esperança e começar a fazer algo novo! Não me diga que não há mais tempo, que você não tem forças ou que a situação é por demais complexa. Você precisa de decisões, não de desculpas!
No fundo, a vida é bela, mas o mundo é mau, e nele, sobreviverá aquele que não se deixar sucumbir pela amargura, que aprender a rir do fracasso, o que regar com lágrimas a semente de sonhos bons e embeber o coração em ternura e gratidão. Não é fácil para ninguém, mas é possível para todos. Por isso, melhor do que dizer “por quê?”, é dizer: “por que não?”.
©2015 Carlos Moreira

15 julho 2015

Será Eterno o Inferno?




Sobretudo no ocidente, a ideia de inferno povoa a mente da grande maioria das pessoas. Talvez esta seja, inclusive, uma das grandes inquietações do ser humano em todos os tempos: qual será o seu destino após a morte?

Céu e inferno são conceitos que estão intrinsecamente associados à religião. A Bíblia está repleta de citações onde ambos aparecem, o primeiro como sendo o destino dos bons e justos, o segundo como lugar de castigo eterno para os maus.

No que diz respeito ao cristianismo, foi na Idade Média em que as ideias sobre o inferno mais se popularizaram. Ao observarmos as pinturas daquele período, constatamos produções realmente bizarras, como o Diabo e seus anjos cozinhando pessoas em caldeirões de óleo fervente, por exemplo. Imagens como esta são símbolos que servem para criar conceitos e propagar valores. Sem dúvida, esse era o objetivo já naquela época.

Mas o que realmente é o inferno? Um lugar? Um sentir? Perguntas como essas só podem ser respondidas do ponto de vista da teologia ou da filosofia, pois ninguém jamais foi até ele ou de lá voltou para nos dar qualquer depoimento.

Por outro lado, há quem afirme que as Escrituras são muito claras com relação ao inferno. Ora, isso depende de quem as interpreta. Os textos que falam sobre inferno usam uma linguagem recheada de metáforas, alegorias e arquetipias — presentes na apocalíptica judaica e, por conseguinte, na escatologia cristã.

O conceito de inferno, como nós o entendemos hoje, foi sendo desenvolvido nas Escrituras. No Velho Testamento, ele simplesmente inexiste. Já no Novo, o que encontramos é uma construção cultural-religiosa que é consequência da história do povo Hebreu pós-cativeiro babilônico.

No que diz respeito ao Velho Testamento, o pensamento sobre o pós-morte e o inferno pode ser compreendido na leitura de Eclesiastes capítulo 9. Lá está dito: “Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mor-tos nada sabem; para eles não haverá mais recompensa, e já não se tem lembrança deles”, (v.5). Em seguida encontramos: “O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria”, (v.10).

O que vemos nesse texto é algo que denota uma espécie de apagão. Para os hebreus antigos, quando a vida terrena findava, se alguém morresse sem a consciência de Deus e de sua Graça, restava apenas ser semeado na terra. Em sombra e silêncio, a alma deveria aguardar o juízo final. Tais indivíduos passavam então a habitar o Sheol, termo hebraico que significa túmulo. Portanto, neste período, não existia a ideia de inferno.

Para entendermos como esta concepção mudou, precisamos voltar à época da destruição de Jerusalém pelo rei Nabucodonosor e o inevitável exílio ao qual o povo hebreu foi submetido. Naqueles 70 anos de escravidão, os israelitas tiveram contato com os persas e depois com outros povos. Eles já traziam em suas religiões as crenças a respeito de anjos, céu e inferno. Isso pode ser constatado tanto no zoroastrismo como no confucionismo.

A partir de então, rabinos judeus “simbiotizaram” esses saberes universais sobre o mundo invisível com as doutrinas vétero-testamentárias, o que culminou numa nova consciência: a imaterialidade escatológica. Ela pode, inclusive, ser percebida na literatura apócrifa do período intertestamentário.

Por isso, quando começamos a ler o Novo Testamento, logo percebemos a mudança, pois nos deparamos repetidas vezes com o nome grego “hades”, o qual, na cultura helênica, predominante naquele mundo, representava o deus das camadas inferiores e dos mortos.

Na verdade, aquele “novo pensamento” era, em síntese, o resultado de séculos de tradição rabínica inculcada na mente e no coração do povo. Essa foi à fenomenologia que produziu as representações que passaram a conceituar o pós-morte e o inferno.

Curiosamente, todavia, é “lendo” Jesus que melhor compreendemos o que é o inferno. O Galileu nos revela com clareza que há, pelo menos, dois tipos dele: um existencial e o outro escatológico.

O inferno existencial trata de uma ambiência onde a alma humana, não raras vezes, sucumbe. Podemos encontrá-lo em duas alegorias expostas no Evangelho de Mateus. A primeira está no capítulo 5 e fala daquele que mata o seu irmão com a língua, que reduz o outro ao desprezo absoluto e o segrega ao estado do não-ser.

A segunda está em Mateus 18 e trata do “credor incompassivo” que, mesmo após ter sua dívida impagável perdoada, age com inclemência contra aquele que lhe devia uns trocados. Em ambos os textos está dito que o indivíduo culpado será remetido à “prisão” e “dali não sairá até que pague o último centavo”.

Portanto, este é um tipo de inferno de onde se pode “entrar” e “sair”. Eu já estive neste “lugar” algumas vezes, em agonia de alma, solidão, sofrendo dores lancinantes em meu ser. Sim, este sentir pode também ser percebido na fala do salmista quando afirma: “laços de morte me cercaram e angústias do inferno, se apoderaram de mim; caí em tribulação e tristeza...”. Sl. 116.

Esse tipo de inferno existencial nós provamos em vida. Ele não é habitado, ao contrário, instala-se no coração de todo aquele que se deixa persuadir pelo mal. Sentimentos e ações que manifestam ódio, medo, julgamento, egoísmo ou inveja, dentre tantos outros, acabam enraizados no ser e, por conseguinte, transformam nossos “ambientes interiores” em masmorras escuras e frias.

O segundo tipo de inferno, o escatológico, nos revela que aqueles que se negarem a aceitar a Graça de Deus ficarão numa espécie de lapso de memória/tempo. Jesus se refere a ele afirmando que se trata de um “lugar” onde “o verme não morre e o fogo não se apaga”.

Essa expressão, na verdade, é uma alegoria que aponta para o vale de Hinom. Este local, nos arredores de Jerusalém, ficou conhecido como um lugar de morte e perversidade. Foi lá que o rei Manassés sacrificou seus filhos a moloque, um deus pagão. A prática passou então a ser feita pelos filhos de Israel, o que veio a se constituir abominação ao Senhor.

Nos dias de Jesus, o vale de Hinom chamava-se Geena e havia se transformado no lixão de Jerusalém, onde o fogo não se apagava, em decorrência dos incêndios que visavam incinerar os dejetos ali colocados. Era também um lugar fétido e pútrido, pois havia degeneração de restos alimentares e humanos, o que favorecia a ambiência para a proliferação de vermes.

Quando Jesus falou de inferno, usando o nome Geena, todos os que pertenciam àquela cultura imediatamente fizeram a associação ao local e compreenderam que se tratava de uma comparação.

Todavia, ao longo dos tempos, a interpretação da igreja acabou tornando literal o que era apenas alegórico, transformando assim o inferno num lugar de fogo e enxofre, de demônios e vermes, sofrimento e miséria. Em Jesus, está mais do que claro que o inferno não é localizável, pois não se enquadra em categorias espaço-temporal. Não se trata de um local, mas de algo de natureza dimensional.

E aqui cabe perguntar: será eterno este inferno? Será. Mas isto do ponto de vista da eternidade, onde o khronos (tempo) não é algo como em nossa dimensão. Na eternidade, a “medida” que vale é o Aeon, um tempo sagrado, desprovido de uma medida precisa, um tempo onde as horas não passam cronologicamente, o tempo de Deus.

Caio Fábio afirma: “o inferno durará uma eternidade, mas a misericórdia de Deus vai de eternidade a eternidade”. Assim, o que se pode deduzir, e isso com fundamentação bíblica, é que até mesmo o inferno terá o seu fim, pois, como sabemos, “a misericórdia triunfa sobre o juízo”. Sim, a Graça já proveu todas as coisas!

Eu penso que a grande questão a ser entendida é que o inferno não foi criado para homens e sim para o Diabo e seus anjos! Quem pode acreditar num Deus de amor que, uma vez tendo concluído o seu plano, julgados os pecados de sua criação, irá enviar para um lugar de trevas, fogo e dor eterna as almas dos que não corresponderam às suas expectativas? Quem quiser que creia nesse deus! Menos eu!

O apóstolo Pedro pode nos levar a entender melhor este inferno escatológico. Em 1ª. Pe. 3:19, lemos: “no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão que há muito tempo desobedeceram, quando Deus esperava pacientemente nos dias de Noé”.

Neste texto, Pedro usa a expressão “tártaro”, a qual estava associada à cultura helênica e representava uma subdivisão do hades. No tártaro ficavam todos os que haviam pecado deliberadamente contra Deus, ou seja, os homens maus.

Pois foi justamente a este “lugar” dimensional que Jesus se dirigiu quando morreu fisicamente. Ele entrou lá e anunciou: “Vencida foi a morte! Quem deseja aceitar a Graça de Deus?”. E assim, toda aquela geração teve uma nova oportunidade, pois, onde quer que uma consciência se acenda para a Boa Nova do Evangelho, dali sairá imediatamente para entrar na festa do perdão e da misericórdia.

Por outro lado, não é absurdo supor que alguém que chegou um dia a “habitar” o inferno, ainda que por um instante/momento, acabe por se tornar “diabo”. Assim, imagino que haverá aqueles que, deliberadamente, se recusarão a aceitar o Cordeiro e, sendo assim, perecerão. Sim, há um tipo de sentimento que se instala no coração para a morte, pois impermeabiliza o ser para o amor e, desta forma, quem o carrega, receberá justa punição.

Para esses que transgredirem e não aceitarem, em hipótese alguma o amor de Deus, haverá apenas juízo, pois eles serão lançados neste “lugar” e lá ficarão, “até que paguem o último centavo”, usando aqui a alegoria já exemplificada.

Ao final, o que teremos, após o juízo, está revelado no texto de Apocalipse 20:14, que nos afirma que: “A morte e o inferno foram lançados no lago de fogo...”. Nesta ocasião, quem estiver lá “dentro”, tendo rejeitado em todas as instâncias o perdão de Deus mediante sua Graça, estará sendo destruído para sempre.

Tanto o Diabo e os seus anjos, quanto os homens, deixarão de existir. Os homens perderão a consciência de si mesmos, sendo transformados em não-ser e, por fim, se nadificarão.

Eu sei que estou tocando numa questão paradigmática. Há gente, inclusive, que se soubesse que o inferno — tendo como referência este lugar que habita o inconsciente coletivo da cristandade — não existe de fato, talvez deixasse de amar a Deus e caminhar com Jesus.

O que percebo, no epílogo da existência humana, é que tudo é Graça e Misericórdia, pois apenas o que diz respeito ao amor se eternizará. O mais, tudo o mais, será extinto, passará o céu e a terra, mas o amor sobreviverá!

É minha convicção que na eternidade com Deus não haverá paraíso e inferno, ambos coexistindo paralelamente, simultaneamente. O que nos aguarda quando tudo estiver reconciliado com o criador, será aquilo que “nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano...”, pois Deus assim o quis.

Para mim, inferno sempre remeteu a algo que trata da separação de Deus. Viver sem Deus é existir no absurdo, entregue à própria sorte, e isso, nem mesmo o Eterno permitirá. Como se diz no jargão popular: “quem viver verá!”.

Carlos Moreira


Coaching Espiritual: a Última Fronteira

O mundo empresarial investe em algo que a igreja tem negligenciado: treinar pessoas. Capacitar executivos em suas atividades é tarefa regular do mercado para que eles possam render mais em suas companhias. Contudo, dar informação a alguém não é garantia de bons resultados. Há muito conhecimento disponível hoje, mas, sem saber o que fazer com ele, não há crescimento. Então, as organizações perceberam que não basta informar, é preciso um treinamento multidisciplinar que dê ao indivíduo a chance de atingir seus objetivo. A igreja em nossos dias informa, mas não forma, produz um conhecimento epidérmico da fé o qual não promove uma nova consciência sobre a vida. Na verdade, a informação religiosa nem gera devoção, na relação com Deus, nem motiva o indivíduo a se solidarizar com o seu semelhante. Em sua carta aos Filipenses, Paulo exorta a comunidade de fiéis a desenvolver a sua salvação, ou seja, a investir numa espiritualidade que tem desdobramentos em todas as áreas da existência humana. Quando isso não acontece, essa salvação, como fenômeno dinâmico do crescimento espiritual, atrofia, e o resultado último é uma geração de pigmeus espirituais, não obstantes essas mesmas pessoas serem gigantes profissionais. Quando olho para Jesus, discirno que ele não só ensinou os seus discípulos, mas os treinou e enviou para realizarem a tarefa de anunciar o Evangelho e implantar, na Terra, o Reino de Deus. Assista esta mensagem e descubra o que é 
Coaching nas Escrituras.


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13 julho 2015

Perdas & Danos do Apagão Religioso




Em tempo de doutrinas espúrias e igrejas insalubres, doença pouca é bobagem. Sim, é impossível ser exposto a estas coisas e não se contaminar para o mal, não adoecer alma e coração. Um sem número de pessoas me procura com os sintomas do que eu chamo de “apagão religioso”, uma síndrome contemporânea que se manifesta após o contato com o suposto sagrado.

A religião sempre foi o abrigo dos oprimidos e refúgio dos desesperados. O indivíduo que está vivendo dores existenciais não pensa ou age da melhor forma, sobretudo, quando se trata de discernir enganos. Igrejas são hospitais, bem sabemos, acolhe moribundos e “feridos de guerra”, mas cresce assustadoramente o número de instituições que se tornaram manicômios, lugares que não recuperam ninguém para a vida e, pior ainda, ajudam a aprofundar as patologias pré-existentes e fomentam novas anomalias.

Na verdade, quanto mais tempo a pessoa ficar exposta às dinâmicas destes lugares – cultos, programas, campanhas – tanto mais sofrerá os danos. Os conteúdos inoculados, ministrados por “sacerdotes qualificados”, não passam de doutrinas sincretizadas, interpretações fraudulentas, manipulações cirurgicamente preparadas para iludir e domesticar o sujeito levando-o a se tornar uma commodity na igreja-fábrica. O objetivo final é a serialização total, a padronização de comportamentos e a unificação de pensamentos.

Para veicular este tipo de alucinógeno espiritual, é necessário um ambiente adequado. Sim, quanto mais você excita o indivíduo, tanto mais ele poderá responder a esses estímulos de forma “satisfatória”. A mente religiosa é condicionada para só se satisfazer em meio a uma overdose de sensações e sentimentos, tudo é feito para exacerbar emoções, é o clímax da alma, mas não há absolutamente nada para a mente e a razão.

Cultos catárticos, com manifestações pseudo espirituais, onde anjos e demônios aparecem com frequência e onde curas milagrosas se proliferam, faz qualquer um imaginar que está pisando em solo sagrado, que o mediador que ali está é imantado por Deus, que tudo agora é apenas uma questão de fé, pode acontecer, o milagre está a caminho. Ora, quem pode sobreviver a algo desta natureza, quem pode ficar são inalando este veneno?

O dano mental se dá, sobretudo, porque a mente que foi hipnotizada pela religião fica viciada neste processo que explicamos. Libertar alguém desta prisão dá trabalho. Quase sempre, a readaptação à vida normal leva tempo. O indivíduo religioso, ao ver-se livre dos condicionamentos aos quais foi exposto, sofre em muitos casos da síndrome pós-traumática da liberdade culposa, ou seja, demora a agir normalmente porque ainda acha que tudo o que pensa ou faz é pecado.

O tempo que leva para que haja uma rearrumação da psique é proporcional ao tempo de exposição ao qual a pessoa foi submetida a estas dinâmicas. É triste, mas em muitos casos, esses danos são irreversíveis. O sujeito alvejado de forma intensa, passa a sofrer de diversos tipos de transtornos, tais como: delírio religioso, pânico, psicose, neurose, depressão e, desgraçadamente, jamais consegue se recuperar totalmente. Psiquiatras e psicólogos sabem muito bem do que estou falando.

A premissa do Evangelho de Jesus é: “conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará”. O chamado é para uma profilaxia de alma, para o quebrantamento do coração e para a transformação da mente, reajustada a novos valores e princípios que produzem paz e bem na vida. A luz da revelação de Deus, em nós, produz esperança, aponta-nos o Caminho de reinvenção de nós mesmos, da morte de quem fomos para a ressurreição de quem seremos.

© 2015 Carlos F. S. Moreira

12 julho 2015

Eu me Devoro






Tenho constatado que, para alguns, o Facebook tornou-se o espelho mágico do conto de fadas da Branca de Neve. Essas pessoas fazem suas postagens e dizem: “Facebook, Facebook meu, há no mundo alguém mais interessante do que eu?”.

É uma espécie de masturbação da alma que capta a luz da tela e se satisfaz consigo mesma. Trata-se de uma patologia que chamo de narcisismo virtual, à necessidade compulsiva de obter cliques e curtidas para tudo que se publique, um desejo obsessivo pela admiração do outro.

Na verdade, o que há por trás desta volúpia de olhares é uma alma esvaziada de significados para a vida, a qual desenvolveu um ser egocêntrico, compulsivo de aplausos, com um apetite insaciável para o elogio, um devorador da atenção alheia, um voyeur digital.

A primeira vista, pode-se pensar que o distúrbio passe com o tempo, pois o comportamento adolescente revela, sobretudo, uma imaturidade de consciência. Contudo, há de se ter atenção nos desdobramentos do problema, pois a alma tem a tendência de se viciar na overdose de sensações e sentimentos produzidos pelo ambiente virtual.

Narcisistas “normais” necessitam de elogios em doses homeopáticas, mas os narcisistas virtuais acabam se acostumando a doses cavalares de exaltação do eu. São tantos comentários que o indivíduo não consegue deixar o computador.

E assim, movido por esse impulso infantil, ele publica o que for necessário para receber “likes”, perde o senso de ética, do ridículo, de privacidade, pois descobriu que, quanto mais esquisito ou inusitado for o que posta, mais chances tem de receber, em porções exageradas, sua dose de veneno diário.

Não devemos esquecer, todavia, que o o espelho mágico do Facebook quase nunca diz a verdade, tem um problema incurável: mentir sem qualquer tipo de pudor. Mas, para quem vive do irreal, postagem pouca é bobagem...

© 2015 Carlos Moreira

11 julho 2015

Até que o "Casamento" os Separe




Casamento, conforme as Escrituras, não se faz nem no cartório, nem na igreja, casamento não é nem civil, nem religioso, não é nem pagão, nem cristão.

Casamento é encontro de propósitos, é consciência apaixonada, é latência do coração enternecido, são olhos que se encontram, bocas que se tocam, abraço apertado, química de sentimentos e mistério insondável.

Casamento é, antes de qualquer coisa, uma união de espírito, homem algum pode celebrar isto, papel nenhum legisla no sagrado da alma de duas pessoas que desejaram se dar por inteiro, uma a outra, sem que nada os sequestre desta entrega despudorada, insana e intensa.

Casamento é abrir mão, é dar prazer, é dar-se de si, do melhor do que se tem, é alegria na alegria alheia, é sofrimento conjunto, é partilha da dor, é lágrima que semeia esperança, e carinho que afaga a pele e faz molhar até as entranhas do ser.

Por favor, não me chame para lhe casar, nem me faça propostas para celebrar suas núpcias com as pompas deste tempo presente, nesta sociedade das aparências, com todos os requintes da festa que acontece do lado de fora, mas que não se projeta para dentro por total falta de entendimento do que se está fazendo.

Não, eu não sou contra a celebração, mas sou contra toda comemoração que aconteça apenas para os holofotes da sociedade, e não parta das dinâmicas que acontecem nos ambientes interiores, onde apenas Deus pode, de fato, fazer soar a música e brotar a alegria.

Ora, eu penso que quando esses pressupostos não se estabelecem como verdade e fé, de tal forma que o que se exteriorize seja apenas a significação do que já acontece no íntimo do ser, o que está sendo feito é apenas uma encenação social.

Portanto, é um enorme equívoco acharmos que algo possa ser sagrado sem proceder do coração, pois sagrado é tudo aquilo que reverencia a Deus no íntimo, e vaza pela vida em expressões de amor e gratidão. Tudo o mais é liturgia oca e sem propósito, é apenas o badalar do címbalo que retine, mas que não produz música para acalentar a alma, nem o prazer desejoso e amante que apaixona os apaixonados.

E assim, eu vos digo, casem-se sem “casamento”, para que seja possível viver junto até o outono dos dias, para que eu não tenha que declarar a confissão litúrgica requintada: “Eu vos declaro marido e mulher até que o casamento os separe”...

Carlos Moreira

10 julho 2015

Assédio Espiritual: Um Crime como Qualquer Outro!




Eu penso que, muito em breve, a legislação brasileira terá de olhar de forma séria, com legislação específica, para um tipo de abuso praticado a céu aberto e sem qualquer tipo de sanção da sociedade civil: o assédio espiritual.

Trata-se da exploração da miséria em nome de Deus, do charlatanismo sincrético que propaga curas mentirosas, das promessas de prosperidade para famintos de alma e indigentes de pão.

Se você ligar agora sua TV e sintonizar em algum canal que veicule programas religiosos, a chance de se deparar com este tipo de “mensagem” será enorme. É trágico, mas a esmagadora maioria dos teleevangelistas que estão nas grandes redes faz uso deste expediente.

Para que se saiba, gente abusada espiritualmente fica desgraçada para a vida, perde a esperança, a alegria, compromete a fé e tem sua autoestima abalada. É uma invasão de privacidade o que se faz hoje, um tipo de coronelismo espiritual, onde o “senhor de engenho” da igreja-latifúndio tem o poder de adentrar mentes e corações.

E assim, os fracos de alma, sem paz e sem calma, sucumbem às suas proposições tentadoras, aos seus apelos frenéticos e a desafios insanos. Tudo mentira! Cafetões do Sagrado, traficantes de sofismas, pregadores de fundo de quinta e estupradores de mentes.

As vítimas, via de regra, sofrem porque não entendem, de forma clara, as Escrituras, é gente com pouca ou nenhuma consciência do Evangelho. O alvo destes falsários se detém em quem está em desespero flagrante, se entregando a qualquer mágica que alivie a dor, que diminua a sensação de abandono existencial.

Estes abutres, como que sentindo o cheiro da “carniça”, se abatem sobre os incautos sempre em hora propícia, quando os indivíduos estão mais fragilizados. Eles chegam sorrateiros, com fala e voz mansa, travestem-se de um tipo de piedade perversa, que oferece a salvação por um lado e a escravidão pelo outro.

Mas que se saiba, ai destes que apagam a torcida que ainda fumega, que sujam com excrementos o solo santo do coração de pessoinhas aflitas e entregues a própria sorte! Eles darão conta, no último dia, ao Juiz de toda a Terra, que não lhes poupará a dívida, mas os enviará para o “verdugo” até que paguem o último centavo roubado de quem não tinha mais o que perder no chão dos dias.

Meu desejo é que haja alguma legislação que proteja essa gente simples e humilde que vem sendo dilacerada em seus sentimentos e enganada pela agiotagem da fé. Eles compram um produto enganoso, iludidos com a promessa de solução de todos os problemas, um negócio que envolve barganhas com a divindade, que tenta vender àquilo que já foi pago e liquidado na Cruz do calvário.


Carlos Moreira


09 julho 2015

O Texto e a Palavra




Durante muitos anos eu investi numa leitura científica da bíblia. Digo isso, pois a leitura era baseada no método, no olhar sistêmico, no trato plurifacetado do ponto de vista da epistemologia.

O fato é que, quanto mais lia, mais "sabido" ficava, ao mesmo tempo que ficava, também, mais vazio. 

Eu sempre fui rigoroso com todos os passos da hermenêutica clássica, realizava uma boa exegese, ia ao original grego, ou ao hebraico, usava dicionários, fazia transposições interlineares, usava versões em mais de um idioma, tanto protestantes quanto católicas.

E lá ia eu, tentando me tornar um doutor em bíblia, conhecedor de passagens, dos contextos históricos, sociais, culturais, religiosos e políticos. Cada personagem era tratado com os rigores de seu tempo, cada texto com seu contexto, e ainda existia a possibilidade de criar links com o passado, com o presente e com o futuro. 

Sim, eu acumulei certo conhecimento, mas ainda não havia chegado a Palavra, estava apenas lendo o texto. A Palavra está dentro do texto, mas não é preciso ciência para entendê-la, é preciso iluminação do Espírito! É a Palavra que faz o texto ganhar significados, e não o contrário. 

É certo, todavia, que eu estou tratando da essência de tudo, do Verbo, da Palavra que sempre existiu, mesmo antes do texto, e que se materializa em Jesus e passa a habitar entre nós. Você precisa ter alma para ler a Escritura, e não apenas, mente. Quando assim for, sua leitura será incomparável e, provavelmente, você lerá muito menos do que lia antes. 

A bíblia é para ser degustada, não devorada, é um livro para leitores pacientes, para se ater aos detalhes, em cada versículo pode haver um tesouro escondido! Quem lê a bíblia com essa paixão, com este tipo de olhar, verá a profecia se utilizar da poesia para cumprir seus propósitos, em tudo se perceberá uma beleza singela, capaz de afagar-nos a cabeça e entumecer-nos o coração de esperança e fé. 

Sei que os instrumentos que aprendi tem sua aplicação, mas já há muito que minha leitura é feita apenas de devoção e reverência e os resultados, acredite, são extraordinários. 

Há cerca de 10 anos minha leitura mudou... 

Hoje eu leio a bíblia enquanto a bíblia me lê, e o texto, antes restrito as páginas, salta livre do livro, anda pela sala, pelo quarto, pelo caminho de cada dia, me convida a viver a experiência de sentir como a Palavra encarna verdadeiramente na vida, pois, se não for assim, para o quê ela servirá?


Carlos Moreira

08 julho 2015

Vagas Abertas!



Nossa comunidade está contratando!

Sim, estamos selecionando desapegados, voluntários, generosos de todos os tipos e anônimos vocacionados.

Urgente! Precisa-se de pessoas humildes, de gente com talento para fazer o bem, de ajudadores de velhos e professores de crianças pobres.

Estamos em busca de cantores de congregação, que fiquem no banco, de pregadores que anunciem a Verdade sem púlpito, apenas com a vida, de mestres que ensinem seus filhos a ter caráter.

Busca-se, com sofreguidão, altruístas, indivíduos que se sacrifiquem por uma boa causa, gente que sofra pelo outro, lavadores de pés e abraçadaores profissionais capazes de dar carinho a gays, doentes, deprimidos e diferentes de todo tipo.

Procuramos, ainda, liberais de afeto, teólogos do amor, filósofos de botequim que tragam alegria, pirilampos que saibam rodopiar, gente que nos ajude a sorrir das dores da vida, palhaços e contadores de piada, dançarinos que nos ensinem a festejar o fim de um dia qualquer, poetas que declamem versos de esperança e pintores que nos encham os olhos de cores vívidas.

Se você for um destes acima, nossa igreja está a sua procura! O salário? O salário é um punhado de Graça com gratidão e o sorriso simples das crianças. Pra quê mais?


Carlos Moreira

07 julho 2015

O que Significa ser um Pastor?



O que vem a ser um pastor? Cabe aqui tentar definir visto que, o conceito que se tem hoje sobre esse indivíduo e a função que ele deveria desempenhar na igreja, está completamente equivocado e isso conforme o Evangelho. 

Pastor não é um título eclesiástico, mas um encargo que se recebe na vida, não é uma posição de diferenciação ministerial, mas um chamado ao serviço humilde e solidário aos homens.

Pastor não é um “iniciado” entre leigos errantes, nem um “ungido” entre os desviantes, mas um homem chamado para ser o coração de Deus entre os homens e o coração dos homens diante de Deus.

Pastor não é um déspota autoritário, não é um general, ele dirige com sabedoria, exorta com paciência, corrige com amor e disciplina com zelo. Sua autoridade lhe foi dada para edificar, não para destruir, e aqui entenda-se como autoridade a capacidade de ser servo dos demais, pois quem lava os pés dos irmãos tem também o direito de lhes redarguir com carinho.

Pastor não é o super-homem, é homem de carne e osso, mais carne do que osso, ou seja, pastor é gente! Ele se entristece, se desmotiva, tem crises de ansiedade, medo e depressão. Desconfie sempre de um pastor que só vive sorrindo e distribuindo beijinhos para a plateia. Certamente, está diante de você um personagem que a igreja criou, mas não um homem com todas as suas dores e contradições.

Pastor não é um marajá da fé, nem um funcionário da instituição ou um servidor do templo. Ele pode receber pelo seu trabalho, mas melhor seria se tivesse seu próprio emprego e fosse capaz de prover seu sustento. Dê dinheiro em excesso a um pastor e haverá uma enorme possiblidade dele se corromper, de deixar de pregar o que é preciso para passar a discursar sobre o que é desejado pela comunidade.

Um pastor deve ensinar com profundidade e com responsabilidade. Triste será a igreja que tiver pastores rasos, tanto de bíblia quanto de outros saberes indispensáveis a articulação da fé com a vida. Mas o pastor não é infalível, não é inerrante nem o dono da verdade. Ele deve ser coerente com o que acredita, mas ele não tem que crer igual a você, há espaço para a diferença dentro de toda comunidade sadia e saudável.

Pastor é um amigo presente, um conselheiro prudente, ele é capaz de ouvir com mansidão, de guardar segredos, de repartir sofrimentos. Pastor não é psicólogo, ele não usa técnicas para fazer anamnese, pastor se envolve, se emociona, seu trabalho é chorar com os que choram, se alegrar com os que se alegram.

Pastor tem ética, disciplina, tem caráter. Ele precisa do testemunho público da sociedade, precisa ser bom profissional, bom marido, bom pai, bom filho, bom cidadão. Ele não é infalível, mas precisa ser uma referência. O pastor é um pai para os órfãos da vida, um amigo para o solitário, um abrigo para os cansados, um alento para os oprimidos.

Que bom seria se tivéssemos mais pastores. Contudo, com tristeza, ei de admitir, eles estão se extinguido, rapidamente, silenciosamente. Em seu lugar surgiram profissionais da fé, estelionatários da Verdade, traficantes de influências do sagrado, sequestradores do bem. Faz falta pastores conforme o coração de Deus. Sim, faz muita falta...


© 2015 Carlos Moreira

06 julho 2015

Financie sua Alma e Pague os Juros com a Vida

Em tempos de moratória internacional, endividamento empresarial e mercado em crise, fico impressionado mesmo é com aqueles que, para bancar as demandas de uma alma aflita e compulsiva, financiam supérfluos com juros escorchantes, asfixiam o coração com a agiotagem da própria vida. Desgraçadamente, eles pagam o passivo do ser com a falta de alternativas na existência. Não paro de ouvir e atender pessoas amputadas em suas emoções, fastiosas de esperança, sequestradas por circunstâncias perversas criadas a partir de escolhas dramáticas, impulsos produzidos por ambições e pela tirania da felicidade. Assisto estupefato indivíduos sendo empurrados para fazer o imponderável, desde que isso produza algum tipo de prazer. É, na realidade, o culto ao capricho, a divinização das coisas, a banalização do sacrifício feito no altar das conveniências, a impermanência de tudo o que é duradouro pela imposição do imediato. Sim, são essas coisas que nos roubam a possibilidade de amar e de viver o bem de cada dia com pacificação e alegria. Como você está enfrentando este tempo? No que repousa sua confiança? Quais são suas prioridades na vida? São questões complexas e desafiadoras que eu quero analisar, junto com você, neste mensagem.
 

Por que Congregar?




Eu congrego, porque eu preciso.

É simples assim, sem cobranças, sem reprimendas, sem leis ou imposições. Não se trata também, de uma demanda da agenda da religião, nem de uma compulsão culposa que tenta suprir a outros com os dons que o espírito me concedeu. Não é obrigação ministerial, que almeja galardão no futuro, ou sacrifício pseudônimo piedoso que busca uma santidade forçada.

Eu congrego, porque preciso, porque aceito o ajuntamento que nos torna família, gente distante, e comunidade de iguais, os diferentes. Congregar é juntar corações para desfrutar a multiforme sabedoria de Deus, é unir consciências entorno do nome de Jesus e da causa do evangelho.

Eu congrego porque escolhi, um dia e um lugar para adorar com os que creem igual a mim, porque tenho alegria em partir o pão conjuntamente e reverência em celebrar o perdão generoso que me alcançou como graça inestimável.

Eu congrego porque gosto de gente, de abraços, de sorrir, de poder servir o meu semelhante de forma qualificada, congrego para fazer da vida uma oferta e da oferta uma ação consciente e solidária da minha fé, a qual precisa se materializar em ações concretas.

Sim, eu preciso congregar para fazer parte de algo, para ser corpo e não membro amputado, para abençoar e ser abençoado, para amar e ser amado. Eu congrego não só porque as escrituras afirmam que devo fazer isso, mas sobre tudo porque não quero ser um errante andando sozinho num tempo onde não a amor para se compartilhar.

E assim, para mim, é melhor serem muitos do que um só, pois onde há comunhão e generosidade de espirito, ali, certamente há a presença do Senhor.


Carlos Moreira

01 julho 2015

Restart: Reconfigurando sua Humanidade Perdida

“Homem é o que sois, não máquina”. A frase de Chaplin rasga como bisturi e expõe com precisão o drama deste tempo. Estamos num processo de desumanização acelerado, involuímos tão dramaticamente que é aterrorizante não termos nos apercebido. A revolução industrial, que encheu de esperanças visionários, serializou, juntamente com as coisas, as pessoas. Tornamo-nos massificados, perdemos toda singularidade, somos o homem commoditizado. O desenvolvimento da ciência, por outro lado, ao invés de produzir equilíbrio e justiça, criou multidões de excluídos, aprofundou misérias. A verdade é que o século XX sepultou as últimas ideologias, até a religião foi a óbito. O socialismo fez do homem uma peça numa engrenagem e o capitalismo criou o indivíduo que só enxerga a si mesmo, um consumidor compulsivo que explora não só o seu igual, mas os derradeiros recursos de um planeta agonizante. A Escritura nos afirma que, nos últimos dias, a vida seria mesmo assim, insuportável, pois o amor se afastaria, definitivamente, dos homens. Há, todavia, esperança para aquele que deseja ser reinventado a partir da morte de si mesmo. A ressurreição de Jesus abriu a única possibilidade de sermos ressignificados a semelhança dEle, com um novo coração, tendo enxertada uma nova consciência no ser. Assista e comprove, emocione-se nesta instigante mensagem!


26 junho 2015

Desplugados: a Perda de Conexões na Igreja

Uma expressão que vemos com muita frequência no Novo Testamento é “Uns aos Outros”. Ela revela a necessidade do encontro, das trocas relacionais na comunidade de fé. Jesus tratou deste tema quando falou sobre a Videira, que articula ramos em torno de si mesma, e Paulo usou a metáfora do corpo humano para nos lembrar que estamos unidos através de juntas e ligamentos. Contudo, este é um tempo onde estas conexões estão se perdendo. Muitas igrejas tornaram-se ambientes insalubres no que tange ao trato afetivo, ao cuidado com o outro, ao zelo pastoral. “Sacerdotes” exploram e dilaceram suas ovelhas com doutrinas espúrias. Ovelhas feridas, além de machucarem a si mesmas, ferem também as outras. O que deveria ser um lugar de acolhimento e crescimento acaba se constituindo num espaço onde prolifera a manipulação, o egoísmo, a culpa e o medo. Sabemos que congregar é preciso e que não devemos prescindir da relação com nossos irmãos, mas, o que fazer quando ir a igreja significa expor a alma a perigos emocionais que surgem pela relação doentia entre as pessoas? Sua igreja é sadia? As conexões estão funcionando? Assista a mensagem e chegue as suas próprias conclusões.

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16 junho 2015

Evangelho 3D: a Fé que se Materializa

O Evangelho não é uma crença numa divindade intangível, absorta e impessoal. O Deus que se revela em Jesus é, ao mesmo tempo, a Palavra Eterna, que cria todas as coisas, mas também o Verbo Vivo, que encarna e se torna homem com ações concretas, atos de misericórdia, justiça e amor. Portanto, aqueles que desejam ser seus discípulos, são chamados a existencializar não uma confissão retórica, nem uma crença meramente transcendente, que propõe uma espiritualidade grega, um culto as “imagens” do mundo superior, mas uma fé que se desdobra para o outro, que se torna solidariedade e bondade no trato humano, que transforma o altar num serviço abnegado e faz do culto a liturgia da vida, braços que se estendem na direção daqueles que estão caídos no chão do caminho. Como é a sua fé em Jesus? Que tipo de espiritualidade lhe propuseram? Com o que você está comprometido? Assista esta mensagem e discirna que tipo de fé você tem desenvolvido em sua vida.


 

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É importante esclarecer que este BLOG, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença". Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias. Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.

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