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Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

08 novembro 2010

A Igreja de Cabeça Branca

No último domingo passei em frente a uma das maiores igrejas evangélicas da cidade do Recife. A referida igreja pertence à denominação batista e localiza-se em um bairro próximo ao centro da cidade.

A rua em frente à igreja estava totalmente tomada por uma grande quantidade de veículos estacionados próximo a calçada fazendo supor que oculto no interior do templo estava lotado.

Esta cena poderia fazer os mais desavisados crerem que apesar dos muitos escândalos protagonizados pela igreja evangélica brasileira, as denominações continuam crescendo. Engano, sofisma, ilusão!

Interrompendo um pouco o meu trajeto e desviando-me temporariamente da minha rota, fui até a porta do templo e verifiquei, para o meu espanto, que a igreja estava quase vazia, ocupada escassamente por um público idoso e sonolento bastante rarefeito como ar dos andes.

Do púlpito, um entusiasmado pregador usando um paletó bem passado e, tal e qual João Batista, “clamava no deserto” jogando palavras ao vento, falando com ímpeto o que ninguém parecia interessado em escutar. O presenteísmo tomou conta da igreja!

Dessa experiência nefasta deduzi duas coisas: Os crentes agora possuem automóveis e a igreja está com a cabeça branca. Aquele velho pensamento preconceituoso que definia os crentes como pessoas feias, que moravam longe e andavam de ônibus não se aplica mais a igreja; os evangélicos agora também têm carro.

Agora, além da alienação das pessoas, existem também os veículos alienados. Alienação, essa palavra marxista tão cara à religião, significa “separação” (uma pessoa alienada é uma pessoa separada da realidade); um carro alienado (ou financiado) é um objeto que parece ser nosso, mas não é.

Da mesma forma como alguns cristãos estão longe, separados, alienados da realidade, os seus carros financiados em infinitas parcelas acrescidas de juros exorbitantes também estão longe de lhes pertencer, ou seja, separados dos fictícios proprietários. A ilusão capitalista da facilidade, essa nova modalidade de possessão demoníaca, também alcançou a igreja.

Contudo, os financiamentos de automóveis nada são quando comparados ao envelhecimento inevitável da igreja. Olhando de cima, a nave interior do templo em questão se parecia com um longo campo embranquecido e coberto de neve. Constatei estupefato que a igreja envelheceu!     

As cabeças brancas prevaleciam e reluziam enquanto a calma sepulcral do culto só era interrompida pelo eco da voz metálica do pastor nos cantos vazios da igreja. Onde estão os jovens? Foram embora. O evangelho não interessa à nova geração mais preocupada com as baladas e o sexo fácil!

Qual o futuro da igreja? A igreja, como a conhecemos, agonizará lentamente como um paciente moribundo na UTI de algum hospital até morrer debilitada. Quando essa geração de cabeça branca partir não existirá novos membros para contribuir com o dízimo e cantar os louvores dos hinários porque a religião estará muito desvalorizada para valer o esforço.

A fé nunca morrerá, mas a instituição chamada igreja está degenerando e se extinguindo. Dentro em breve assistiremos perplexos ao funeral do último dizimista da igreja que foi destruída por duas forças demoníacas: a política perversa que se propagou nos seus átrios e o espírito do tempo, o zeitgeist.

André Pessoa via Século XXI

Let It Be...

Se não deu certo, seja por que razão for, deixe pra lá...


Se você passou dos quarenta, não conseguiu o que queria, lamenta-se pelo que não viveu, sofre pelo que ainda há por vir, deixe pra lá...

Se você faliu, perdeu dinheiro num negócio, ficou desempregado ou construiu algo que não deu certo, deixe pra lá...

Se você se apaixonou por alguém, entregou-se de coração, se sonhou, fez planos, alimentou expectativas, e nada se concretizou, deixe pra lá...

Se você foi desprezado, ou desacreditado, se foi humilhado ou mesmo substituído sem  explicação ou justificativas, deixe pra lá...

Se te julgaram medíocre, ou se você foi taxado abaixo da média, se as portas se fecharam ou se foi vítima de preconceitos, deixe pra lá...

Se você sentiu-se traído, se foi enganado, se já teve a experiência de ser passado para trás ou se os que se sentavam a sua mesa te abandonaram, deixe pra lá...

Se você sonhou com coisas impossíveis, se fez planos irrealizáveis, se constatou que é só um rosto na multidão, que apenas habita a vala dos comuns, deixe pra lá...

Se você empreendeu algo, se gastou sangue, suor, lágrimas, se foi parte essencial para colocar uma coisa de pé e, depois de tudo, foi esquecido, desprezado, posto ao lado, deixe pra lá...

Se você se esforçou, se estudou, se trabalhou duro ou mesmo foi ao extremo de suas forças e, ainda assim, não conseguiu o que queria, deixe pra lá...

Se num determinado momento lhe faltarem amigos, lhe faltarem motivos, lhe sobrarem perigos, fique tranqüilo, respire fundo e deixe pra lá...

Se seu chão desapareceu, suas convicções se dissolveram, suas certezas ruíram, seu racionalismo falhou e seu pragmatismo lhe abandonou na hora “H”, deixe está, deixe pra lá...

Se você se deu, mas não foi desejado, se amou, mas não foi amado, se serviu, mas não foi lembrado, se caiu, e não foi ajudado, se gemeu, mas não foi consolado, deixe pra lá...


Se o que você é te incomoda, se o que foi te apavora e se o que poderá vir a ser te frustra, deixe pra lá...

Se a fé te faltou, se o milagre falhou, se a igreja decepcionou ou o sacerdote se equivocou, não te admires, isto é muito normal, deixe pra lá...

Não se torne cético e também não seja cínico, não se encha de confiança, mas nunca perca a esperança, não abandone aquilo que persegue – insista, e nem se dê por vencido ao cair – não desista, creia duvidando, ame desconfiando, vá aos extremos, contradiga-se, decepcione-se, deprima-se, seja gente, siga em frente, assuma seus erros, seja grande, aborreça-se de vez em quando, chore um pouco, ria do absurdo, aprenda com seus erros, dê significado a suas derrotas, mas, quando tudo isto te for impossível de fazer, dou-te um excelente conselho,

Deixe pra lá...

Carlos Moreira

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É importante esclarecer que este BLOG, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença". Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias. Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.

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