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Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

21 junho 2013

Era uma Vez... Mas não é Mais... - Uma Análise dos Últimos Acontecimentos no Brasil



Estamos na pós-modernidade, apesar de muitos ainda acharem que vivemos na idade média. Não há como comparar as manifestações que aconteceram nestes últimos dias no Brasil com nada que, historicamente, tenha ocorrido antes, ainda que os contornos possuam semelhanças com outros acontecimentos libertários, como a “Queda da Bastilha” na França do século XVIII, por exemplo.

Hoje, após um milhão de pessoas saírem às ruas marchando e cantando em mais de cem cidades brasileiras, vimos surgir inquietações de lideranças políticas, sociais, de filósofos e antropólogos que estão em busca de entender o que está acontecendo. Eles perseguem velhos paradigmas e se ocupam com modelos que não servem mais para nos levar a conclusões que, antes, nos saciavam.

Digo isto porque li e ouvi em blogs, nas redes sociais, em canais especializados de informação, pessoas em busca de identificar as lideranças do movimento, a pauta de reivindicações, a agenda com os próximos passos, etc. Ora, quem assim está pensando não analisou o fenômeno com os “óculos” corretos, mas está querendo esmiuçá-lo através de lentes que não mais se adéquam para este fim.

Na verdade, estamos vivendo algo totalmente novo, com uma fenomenologia própria. O que percebemos é que este movimento de protesto é multifacetado, policromático, independente. Ele se articulou através de pequenos grupos, das redes sociais, do marketing viral, não segue as regras que foram utilizadas no passado.

O fato histórico e de suma importância é que o movimento, em poucos dias, conseguiu mobilizar um espectro importante da sociedade, notadamente composto pela classe média, a qual vem reprimindo desejos de manifestações contra as políticas públicas, econômicas e sociais no Brasil. Uma vez que os objetivos mais tangíveis foram alcançados – no que diz respeito às tarifas de transportes públicos – não há mais o que protestar. As pessoas voltam para casa e aguardam uma nova convocação!

Se eu pudesse comparar o que aconteceu, de forma a termos um modelo conceitual, afirmaria que este fenômeno que assistimos é como um furacão, que se forma num determinado momento, concentra uma enorme força reprimida, provoca “estragos” por onde passa e, em seguida, se dissipa. Ele pode se formar novamente, a qualquer instante, bastando que haja condições e fatores necessários para tal.

Ninguém espere que este movimento produza um ícone nacional, ou faça surgir uma nova legenda partidária, ou que se crie a partir dele uma agenda de protestos organizados, etc. Eu acredito que o que o povo descobriu foi uma forma rápida, poderosa e eficiente de se manifestar sem que haja o envolvimento de sindicatos, partidos políticos, associações de classes ou grupos sociais. Se pudéssemos atribuir a um grupo a liderança das manifestações que presenciamos, poderíamos dizer que foi o “grupo dos brasileiros”!

Como se sabe, nem tudo está pronto. E nem era mesmo para estar! O que fica como lição para políticos e governantes é que não há mais como não se aperceber das grandes demandas e insatisfações da sociedade. Não há mais como manipular massas como se fez no passado, utilizando meios de comunicação subservientes e métodos alienantes. Mesmo em meio a uma Copa da FIFA, onde a seleção do Brasil vai bem, o povo foi às ruas deixando claro que a época do “pão e circo” acabou, ficou para trás.

Este novo Brasil que surge não tem um rosto, mas milhões deles, não tem um partido, a não ser aquilo que tome partido em função da coletividade. Este novo Brasil não precisa de canais de TV ou Rádios, usa a internet e as redes sociais – uma mídia que não possui donos – como meio por onde as informações podem trafegar alcançando milhões de cidadãos de forma rápida e objetiva.

O que está acontecendo neste momento, ainda está longe de se poder compreender. Muitos especularão e tentarão dar ao fenômeno uma forma, colocar uma marca, impingir velhas regras e conhecidos controles. Inútil. O que foi, já não é mais.

Daqui há alguns anos, quando falarem do dia 20 de junho de 2013, o dia em que eu e você assistimos a “queda dos poderes”, ainda que ela tenha sido mais moral do que institucional, dirão o seguinte: “era uma vez um país...”, e relatarão o que ocorreu. Hoje, todavia, o que vejo, concretamente, é que nada do que era é mais...

Carlos Moreira

Uma Nova Igreja para um Novo Tempo


O dia 20 de junho de 2013 entrará para a história do Brasil. Gerações que nos sucederão lembrarão esta data como o dia em que a maior das arquibancadas foi as ruas das metrópoles e cidades do interior, e não os assentos dos campos de futebol.

De norte a sul o país se uniu numa só voz e foi protestar contra os descalabros dos políticos e os desmandos dos governos, independente de afiliações partidárias e de ideologias. Hoje se sabe que a manifestação já está para bem além dos problemas nos transportes. Reflete, na verdade, uma indignação generalizada contra as questões mais graves da nação.

Ao contrário do que sempre se viu, não estamos diante de um ato político-partidário, orquestrado pelo oportunismo dos “insatisfeitos” com os que estão circunstancialmente no poder. Não! Foi uma explosão da indignação do povo – jovens, velhos, estudantes, famílias, trabalhadores e donas de casa – todos foram às ruas para manifestar uma nova consciência prevalente, um sentimento pulsante alimentando a batida de um novo coração. E na voz desta gente há uma só canção: "tem que mudar!".

De tudo o que presenciei, todavia, o que mais me animou foi ver a igreja nas ruas. Em pleno século XXI, surge uma nova igreja, com novas características, e ela está para além das denominações, dos condicionamentos escravizantes, da alienação do pensar, das amarras do agir, da petrificação do coração.

A igreja foi às ruas! Enfim, saiu de dentro dos templos! Uniu a oração com a ação, fez o jejum que interessa a Deus, que é aquele que solta as ligaduras dos oprimidos. Deixou de olhar apenas para as demandas espirituais e percebeu que existem questões prementes ligadas ao social. Entendeu que o Reino de Deus não é só feito de “língua estranha”, santificação e estudo bíblico, mas também de justiça, paz e alegria no Espírito Santo! Rm. 14:17.

A igreja está nas ruas, não como uma facção esquartejada, mas como a união de muitos cidadãos. Ela percebeu que a religião que agrada a Deus tem a ver com as “demandas da Terra”, e não apenas com uma busca alienante pela vida eterna. Ontem, através de atitudes, tornou possível a união de duas lindas canções: “podes reinar, Senhor Jesus, oh sim!” e também “vem, vamos embora... quem sabe faz a hora, não espera acontecer!”.

Eu creio que a igreja que a sociedade brasileira deseja ver é sensível à injustiça, aos problemas éticos, às questões ambientais, ao diferente, à má distribuição de renda. A igreja que melhor representa Jesus é aquela que faz o que ele fez, acolhendo ao caído, libertando o oprimido, sensibilizando-se com os encarcerados sociais e também com os que estão algemados pelo pecado.

É tempo de mudança! Quem não for capaz de entender este momento, quem não discernir o que “o Espírito diz às igrejas”, ficará definitivamente preso a uma espiritualidade oca, que apenas produz entorpecimento de mente e cauterização de coração.

Fiquem todos atentos, pois o Deus de toda a Terra está nos convocando para “pregar boas novas aos quebrantados”, para “livrar todos os cativos”, “consolar os que choram”, afim de que possamos ser chamados “carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor, para sua glória”.      

Carlos Moreira

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