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Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

11 fevereiro 2013

Tem Gente que Vem, Tem Gente que Vai



Todos os dias é um vai-e-vem , a vida se repete na estação. Tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais, tem gente que vem e quer voltar, tem gente que vai e quer ficar, tem gente que veio só olhar, tem gente a sorrir e a chorar. E assim, chegar e partir”  
Milton Nascimento e Fernando Brant 

O trecho acima é parte da canção Encontros e Despedidas, de Milton Nascimento e Fernando Brant. Confesso que, para mim, já se tornou hábito analisar a vida através das lentes dos poetas, pois eles, não raro, revelam-nos a realidade através do que, a princípio, parecia só abstração

Eis, então, algo que vi na vida: nada é capaz de marcar tão profundamente a alma humana quanto a passagem de uma pessoa. Sim, seres humanos deixam rastros por onde pisam, sobretudo se o terreno é o ser da gente. Há pegadas que se projetam do chão da existência para o sagrado do coração, deixam tatuadas impressões, sentidos e sentimentos.  

Por isso, tenha muito cuidado com quem entra e sai de sua vida, pois você pode acabar acolhendo quem só lhe fará mal ou despedir quem só lhe fez bem.

Tem gente que chega pra ficar...”. Estes, de preferência, devem ser os que nos trazem paz e alegria. Semeá-los em nós revelará sábia decisão, pois, quem acha um amigo, encontrou na lida da vida um abrigo. Deixe que entrem, que sentem, que façam morada duradoura, que nos dias difíceis nos sejam alívio e nas noites sombrias, alento.

“Tem gente que vai pra nunca mais...”. Em alguns casos, inclusive, já foi tarde! É sinal de maturidade acatar a voz da consciência e abandonar os sussurros do coração. Há certo tipo de gente que precisa ser arrancada de dentro de nós, pela raiz, de tal forma que jamais brote novamente. Dessas, as piores são aquelas que nos fazem bem nos fazendo mal. Esse vício vicia! Trate-as como erva daninha, deixe a piedade para outra ocasião, corte a própria carne, se preciso for, mas ampute esse mal antes que ele lhe faça “bem”.

“Tem gente que vem e quer voltar...”. Mas seja cauteloso, veja se vale a pena. Alguns relacionamentos têm prazo de validade, não devem ser consumidos após o tempo determinado. Partidas saudosas marcam mais do que chegadas indesejáveis. É melhor a lembrança boa do que o convívio entediante. Há certos encontros humanos que nos trazem coisas boas por um determinado tempo, passado o qual, tendem a afetar o sono e o apetite.

“Tem gente que vai e quer ficar...”. Aprendi que sonhos não devem ser construídos sobre nuvens, mas sobre pedras! Não há coisa mais danosa ao ser do que a convivência passiva com a indecisão, pessoas que estão sempre entre o agora e o ainda-não. Na vida, há mais proveito no fim precoce do que na longevidade tardia. Portanto, ou fica, ou sai, ou entra, ou vai, pois o tempo urge, devora o sentir e o ser.

“Tem gente que veio só olhar...”. Pois é melhor assistir ao circo pegar fogo do que meter a mão no lamaçal para levantar paredes. De que lhe servem milhares de amigos nas redes sociais que assistem, placidamente, a tua dor, num torpor calcificante, de dar nó e dó, de dá medo? A vida não é palco do imaginário, mas crueza do real, não demanda plateia, mas atores que se envolvam na trama do drama, façam parte do enredo, seja ele qual for, co-média ou tragédia.

“Tem gente a sorrir e a chorar...”. Elas vão e vêm, daqui para ali, e você precisará escolher com quem vai sorrir, após ter chorado, e com quem vai chorar, depois de ter sorrido. Lembre-se, todavia: a vida é feita de nuances e contradições, tempos bons e maus, dias pálidos e noites ardentes. Por isso, se possível, nunca deixe a mesa ficar vazia, mas acolha sempre a solidão com reverência, se preciso for.

No mais, “é melhor serem dois do que um”, e melhor ainda quando, de dois, se faz um, pois, lembrando Nietzsche: “Na solidão, o solitário devora a si mesmo; na multidão, devoram-no muitos”. Contudo, é mister aprender, tem gente que vem e gente que vai, é preciso acolher quem chega, com ares de primavera, e despedir agradecido quem parte, no ocaso da estação outonal.

Carlos Moreira

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