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Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

02 setembro 2015

Igreja sem Fronteiras

A religião incutiu nas pessoas que a única tarefa da igreja é a evangelização dos perdidos. Uma vez que eles aceitem a informação histórica a respeito de Jesus e se enquadrem na agenda institucional, o objetivo foi atingido. O cristão deste tempo existe em meio a uma dinâmica bipolar, alterna vida cotidiana com vida espiritual, amarga existir em mundos que não se tocam, não se comunicam. Desde Agostinho a fé foi polarizada pela influência do neoplatonismo que separou as demandas seculares das realidades ligadas à espiritualidade, excluindo, assim, o sagrado do convívio humano natural, onde os dramas e as dores do existir acontecem todos os dias. Em função disto, a história do cristianismo ficou marcada pela impossibilidade da igreja de lidar com questões singulares das sociedades humanas. Ela declinou, por exemplo, de combater a escravidão na Europa, caçou desafetos de outras crenças, resistiu à ciência no iluminismo, fechou o céu para os negros, calou-se diante do holocausto, eximiu-se de defender a mulher, apoiou ditaduras perversas, excluiu dos sacramentos divorciados, negou a salvação aos gays, dentre tantas questões que revelam um tipo de confissão que apenas promove guetos alienantes, os quais formam seres humanos impermeáveis a tudo que não diga respeito à doutrina e a salvação. O resultado, portanto, não poderia ser outro. A cultura religiosa que está aí, como afirmou Gramsci, cientista político italiano, é “a utopia mais gigante, a mais metafísica que a história jamais conheceu”. A igreja contemporânea, de forma pragmática, para nada aproveita a não ser anunciar um tipo de sotereologia que salva uma parte do indivíduo, enquanto a outra agoniza a céu aberto. Assista a mais esta emocionante mensagem!
       

A Relatividade das Revelações




Percepções espirituais, além de serem muito pessoais, estão impregnadas de nossas próprias visões de Deus e do sagrado. A fenomenologia da revelação muda de indivíduo para indivíduo, podendo construir elaborações particulares ou arquetipias coletivas.

Moisés, por exemplo, viu o paraíso como um jardim, num contexto lúdico, cheio de beleza e poesia. Já o apóstolo João, que se radicou durante muitos anos em Éfeso, a segunda maior metrópole do mundo antigo, viu o paraíso como uma cidade, a Nova Jerusalém, que assumia a representação de uma nova sociedade, construída com os valores do Reino de Deus.

Paulo, por outro lado, em seu arrebatamento extático, não quis fazer asseverações concretas daquilo que viu e ouviu sobre a eternidade e o mundo por vir, o que denota o quão pessoal e intimista foi sua experiência.

Mas alguém pode perguntar: como é, então, o paraíso? Um jardim, selado por Deus depois da queda e guardado para ser usufruído apenas pelos salvos em Cristo? Uma cidade, aos padrões das metrópoles imponentes, com casas, ruas árvores e praças? Uma ambiência dimensional, tão distante de nossa realidade que é impossível descrevê-lo ou compará-lo a algo?

Ora, aquilo que hoje vejo e sobre o que penso, por mais subjetivo que seja e por mais metafísico que se represente, ainda está possuído pelas minhas percepções humanas, meus condicionamentos e minhas relatividades. Assim, toda visão que possuo, mesmo produzida por uma ação divina, ainda carrega as impressões do meu próprio olhar do mundo e da vida.

Ao despois, todavia, quando o que é em parte se tornar perfeito e o corruptível se revestir de incorruptibilidade, àquilo que é subjetivo se tornará concreto e definível, pois Deus fará com que mente e coração convirjam com vistas a compreensão de todas as coisas.

Sim, creia, um dia nós veremos com os olhos do Pai, discerniremos todas as coisas a partir dele, o que é e o que não é. Hoje, já há algo de divino em nós, mas continuamos a existir como o agora e o ainda não. Amanhã, todavia, seremos o que, irremediavelmente, fomos destinados para ser, conhecendo como somos conhecidos, refeitos e ressignificados para a glória e o propósito insondável do Senhor.

© 2015 Carlos Moreira

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É importante esclarecer que este BLOG, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença". Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias. Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.

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