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Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

17 dezembro 2016

Hímen: o Herói da Resistência!



Engana-se, profundamente, quem imagina que a virgindade feminina é sacramentada pelo hímen, aquela membrana mucosa presente na entrada da vagina das mulheres que ainda não tiveram relações sexuais.

Ah, quanta gente eu já vi que tem essa membrana íntegra, mas que rompeu as camadas da consciência e se deixou violar pela pornografia e pela promiscuidade, mal imensamente maior e capaz de produzir danos muito mais profundos.

Eu já conheci meninas virgens que tinham a mente mais suja que o esgoto do rio Tietê e outras que tiveram algumas relações, com namorados mesmo, contudo, permaneciam “virgens” na alma, com boa consciência e resguardando puro o coração.

Tristemente, admito, a igreja, quase na sua totalidade, trabalha tentando reprimir aquilo que é aparente, ignorando todavia o pecado que cresce com o adubo das pulsões da alma e que mata o indivíduo pela via da subjetividade. O cinto de castidade é um exemplo disso. Invenção que data do século XIX, foi um dos recursos da fé cristã para refrear os impulsos da carne. Na prática, nunca passou de bizarrice. Além de degradante, tinha pouca serventia, uma vez que o apetite sexual, muito antes de passar pela genitália, cresce e consuma-se na mente.

Eu confesso que me sinto meio ridículo quando ouço as sacanagens que acontecem nos porões das juventudes de igreja neste tempo. Fico pasmo como pastores ensinaram uma geração inteira a viver no simulacro, a reverenciar uma película vaginal em detrimento de todo tipo de elucubração erótica que se aloja na alma e de todo tipo de contato sexual que não exija penetração, isso sem falar na internet, que seria um capítulo a parte.

A verdade é que essa “meninada” me conta o que eles fazem porque sabem que eu os ouvirei sem reprimendas hipócritas, mas apenas com o olhar de um Pai que deseja ajudar. Em nome da ortodoxia, matamos o que havia de melhor neles, que era o desejo amoroso regado pelo tesão da primavera da vida. Com pudores e etiquetas religiosas, ensinamos que sexo é coisa para o "casamento" e, assim, os segregamos a viver 25, 30 anos envoltos em todo tipo de experimentação sexual.

E é justamente assim que muitas meninas “imaculadas” chegam às núpcias, tão ou mais rodadas que profissionais do sexo, a exceção da presença impoluta do hímen na vagina, uma espécie de “herói da resistência” que para nada aproveita, posto que quem não conseguiu guardar puro o coração, nada mais tem a proteger. E por favor: não venha me pedir para aqui legislar sobre nada. Cada uma tenha sua fé e a viva conforme a sua consciência.


Carlos Moreira

22 novembro 2016

A Soberania de Deus e o Curso da História Humana

A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos fez surgir calafrios e previsões apocalípticas da parte de muitos. Curioso, todavia, é que o futuro presidente, mesmo com tudo que atesta contra ele - racismo, xenofobia, fundamentalismos - foi eleito com 82% dos votos dos evangélicos. Ora, para quem sabe como a política funciona, é certo que Trump não poderá fazer o que prometeu nos arroubos da campanha. Sim, pois, por detrás dele, há lobbies poderosos como o da indústria de armamentos, dos Judeus de Wall Street, das 30 Famílias Mais Ricas, além dos Senadores e Deputados do Congresso. Na verdade, são tantos acordos e conchavos, que quem governa, mesmo, tem uma faixa de poder extremamente limitada. Trump é o seu grande medo? Um mundo pré-apocalíptico se avizinha? Deixa eu lhe dar uma notícia: Deus, o único que tem poder sobre os universos e sobre todas as coisas, ainda está no trono, portanto, como diz o salmista: “que mal me poderá fazer o homem?”. A partir do texto de Daniel capítulo 4, que trata da visão de Nabucodonosor interpretada pelo profeta, vamos fazer uma análise da simbiose político-cultural dos reinos da Terra com as potestades espirituais, de tal forma a discernirmos a fenomenologia que se desenha diante de nós. Assista a mensagem!


 

14 novembro 2016

Submissão Feminina: um Tabu que Resiste ao Tempo.



“Permaneçam as mulheres em silêncio nas igrejas, pois não lhes é permitido falar; antes permaneçam em submissão, como diz a lei. Se quiserem aprender alguma coisa, que perguntem a seus maridos em casa; pois é vergonhoso uma mulher falar na igreja”.
1 Coríntios 14:34,35.

Sempre tenho encontrado gente que me questiona sobre a doutrina que trata da submissão da mulher. Via de regra, homens que se agarram aos textos de Paulo sobre o tema são dominadores, preconceituosos e inseguros, mas, com uma bíblia nas mãos, eles se servem da força do dogma que impede uma leitura de Paulo condicionada ao prisma da sociedade em que ele vivia – machista e patriarcal – ou seja, uma cosmovisão totalmente diferente da nossa. 


O que eu me divirto quando encontro tais indivíduos, é que eles, como de costume, coam o mosquito e engolem o tiranossauro rex, são excêntricos observadores das porções que lhes interessa nas Escrituras, afirmando que os princípios de Deus são irrevogáveis, todavia, ficam sem qualquer condição de defesa diante de argumentos básicos da exegese, coisa que criança em escola dominical já sabe fazer. 

Veja você como os tais se complicam com um texto como o citado acima. Nesta passagem de 1ª. Coríntios, Paulo trata do tema da submissão da mulher, primeiro no que diz respeito a observância da Lei para o ambiente público, depois, na sequência, para o ambiente doméstico. Em ambos os casos, o princípio é o mesmo, ainda que com diferentes aplicações. 

Na sociedade de Paulo, mulher não tinha direitos, nem espaço, nem reconhecimento. A mulher paria filhos, cuidava da casa e pedia a Deus com todas as forças que seu marido não lhe desse uma carta de divórcio, pelo motivo que bem entendesse, deixando-a desamparada e exposta a enorme possibilidade de buscar a prostituição para poder sobreviver. Esse era o contexto, de forma esmagadoramente simplificada. 

Contudo, observe como os Doutores da Lei modernos são convenientes em suas interpretações. Por força da cultura social de nosso tempo, seria absurdo manter uma mulher calada na igreja, pois a mulher no século XXI pode fazer tão bem ou melhor qualquer coisa que um homem faça. Por conta disto, metade da passagem acima é flexibilizada em função de sua inadequação ao contexto do mundo contemporâneo, mas o mesmo não se aplica a outra metade, ou seja, no que convém, que é manter a mulher subjugada por uma doutrina que expirou, o texto se aplica, mas naquilo no qual a questão se torna indefensável, do ponto de vista do fenômeno sócio-cultural, ela pode ser relaxada. 

Portanto, o que temos aqui é mais um tabu da religião a ser quebrado. Ora, eu penso que o que regula uma relação afetiva não é a submissão, mas o amor! O mandamento é amar, não subjugar, é acolher, não amedrontar, é cuidar, não esmagar, pois em meio a essa questão da submissão da mulher o que mais se vê são os exageros e o uso perverso do texto sagrado para justificar desmandos inaceitáveis. 

Jesus não tratou desta questão, deixando claro, para mim, que o tema deve ser abordado de maneira consensual. Quando Paulo estabelece o postulado em várias de suas epístolas, ele trata de um ponto de vista dessa cultura patriarcal judaica, numa sociedade onde a mulher não tinha outra escolha a não ser aceitar o mando do marido. Seria absurdo, nesta perspectiva, o apóstolo ensinar qualquer outra coisa, pois aquele era o mundo onde ele vivia! 

Eu acredito que olhar para certas passagens das Escrituras requer coragem e bom senso. Nós sabemos que o texto é inspirado, mas também precisamos compreender que, alguns deles, em função de questões religiosas, culturais, políticas, econômicas, sociais, dentre outras, expirou! É o caso da submissão da mulher. 

Para ser factual nesta afirmação, basta analisarmos os dados do último censo do IBGE no qual cerca de 60% das famílias das classes C e D são mantidas pelo trabalho das mulheres. 

Com o intuito de buscarmos uma posição equilibrada, podemos desferir um outro olhar sobre o tema de tal forma a lançar uma nova luz. Quando Jesus trata da questão da autoridade, ele ensina que quem a exerce deve fazê-lo com a consciência de quem presta um serviço, ou seja, eu cativo a submissão de alguém porque, ante de tudo, cativei a pessoa pelo amor e pelo cuidado para com ela. O próprio Paulo já deixou plantada esta ideia quando usou a metáfora no texto de Efésios 5:25: “Maridos amai as vossas esposas como Cristo amou a igreja e sacrificou-se por ela”. 

Então, eu penso que este é um tema que deve ser abordado de forma honesta e buscando a luz da verdade para este tempo. Não vejo qualquer problema em haver igualdade de autoridade no lar, pois, onde há amor sincero, os conflitos são sempre resolvidos buscando o melhor para o outro. Onde não há, todavia, o código religioso será usado como mordaça existencial, como instrumento de opressão, como meio de chantagem, e tudo isso em nome de “deus”. 

Portanto, se você, macho-man cristão, quer uma mulher submissa a sua vontade, compre uma boneca de plástico para brincar. Agora, quando for tratar da questão na vida real, seja gentil e carinhoso, compartilhe decisões e busque o consenso. Acredite em mim: será muito melhor ir por este caminho... 

Carlos Moreira



03 novembro 2016

Protagonismo Perdido: a Trágica Situação da Igreja

Em meio ao caos social do Reino do Norte, o profeta Oséias, 2.800 anos atrás, responsabiliza os sacerdotes religiosos por promoverem o desenvolvimento de tal fenômeno. A dimensão da tragédia pode ser sentida no versículo 3 do capítulo 4, impactos produzidos não apenas na esfera da existência cotidiana, mas reverberações sobre o próprio planeta, com a natureza sendo duramente afetada. Num tempo onde a igreja se esconde por detrás de agendas de entretenimento intermináveis, movimentos e programas que visam, prioritariamente, engorda a estrutura, o confronto de Oséias se torna não apenas atual, mas, inexoravelmente, necessário. Nesta mensagem, somos chamados à responsabilidade de analisar os processos que levaram aquela sociedade a sucumbir, não obstante, paradoxalmente, ela tenha experimentado um alto índice de prosperidade econômica. Quais são os fatores cruciais atrelados à religião que levam um povo a ruína ética e espiritual? Quais são as dimensões da fenomenologia por detrás do recorte do povo de Israel em 870 a.C e que tem correlação arquetípica conosco? Qual é o nosso papel nos dias que vivemos: marionetes nas mãos do clero da igreja, sendo cevados com doutrinas alucinógenas, ou protagonistas na construção de uma nova sociedade, vivendo todas as dimensões do Evangelho? Assista esta mensagem e encontre, você mesmo, as respostas...


 

25 outubro 2016

O Evangelho Como Ele Deveria Ser - Parte 2

SE VOCÊ GOSTOU DA PRIMEIRA PARTE DESTA MENSAGEM, NÃO PODE PERDER ESSA SEGUNDA! TEMAS AINDA MAIS POLÊMICOS DISCERNIDOS SOB O OLHAR REVELADOR DO EVANGELHO. ASSISTA E TIRE SUAS CONCLUSÕES. TEMAS: TEMPLO, ESPIRITUALIDADE, ORDENAÇÃO, EM NOME DE JESUS, TÁ AMARRADO, MALDIÇÃO HEREDITÁRIA, CURA INTERIOR, BATALHA ESPIRITUAL, ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA, CASAMENTO RELIGIOSO, CONFISSÃO E PENITÊNCIA, USOS E COSTUMES

 

18 outubro 2016

O Evangelho Como Ele Deveria Ser

“... Como você a interpreta?”, foi à pergunta de Jesus ao Doutor da Lei que está registrada no capítulo 10 de Lucas. Sabe o que eles tratavam? Doutrina. Agora, portanto, é minha vez de perguntar: “Como você interpreta?”. Sim, a interpretação das Escrituras é algo extremamente sensível à fé, pois compreender de forma equivocada os textos sagrados o levará a experimentar práticas religiosas que nada tem a ver com aquilo que o Senhor nos ensinou. Fico abismado como é possível que milhões de pessoas sejam tão grosseiramente iludidas pela alquimia que tem sido feita com as doutrinas mais elementares dos oráculos de Deus. O fenômeno revela, ao menos, três questões essenciais: (1) A perversidade daqueles que se travestem de Mestres da Palavra em transmitir ensinos que iludem as pessoas com vistas à marionetá-las em prol de interesses escusos; (2) A insipiência de conhecimento bíblico da esmagadora maioria daqueles que se dizem cristãos, evidenciada pela aceitação de todo tipo de sofisma religioso; (3) O surgimento da espiritualidade capitalista, um tipo de fé que faz de Deus um investidor em busca de dinheiro e dos crentes seres compulsivos e ávidos por benesses celestiais e riquezas materiais. O resultado não poderia ser outro a não ser a igreja que aí está. Assista a mensagem e confronte suas práticas com as práticas de Jesus e assim discirna para onde você está indo...


 

Fantasma Caseiro



Uma das grandes tragédias relacionais é a pessoa se tornar um fantasma caseiro. Sim, isso é mais comum do que se imagina, é quando o outro passa a ser ignorado pelo parceiro e aceita viver de migalhas do tempo, busca saciar-se com a escassez de gestos, quase suplica por miudezas de olhares e restos de atenção. 

O fantasma caseiro é o estado final da alma que foi desprezada e não se ateve para o mal do abandono, procurou, erradamente, satisfazer-se com pouco, lutou, ainda que heroicamente, para sobreviver do expurgo de um tipo de amor que mata, pois o narcisista só consegue amar àquilo que é espelho. 

Quanta gente já vi sucumbir em meio a esse tipo de patologia moderna, viraram assombrações de si mesmos, perambulando por corredores escuros, agonizando solitários em lençóis esbranquiçados, sentados, postumamente, na frente da TV ou comendo comida velha no banquinho de canto da cozinha. 

Neste contexto, já dizia Cazuza, a pior solidão é aquela de quem está acompanhado, faz a pele enrugar de tristeza e a boca murchar de descontentamento.

Portanto, se você discerne que está vivendo este processo, que sua existência está lhe levando a se tornar um holograma, uma projeção imaterial de um eu que sucumbiu em si mesmo, se as paredes se tornaram confidentes e os livros uma distração irremediável, talvez esteja na hora de pensar um pouco em você, pois há cura para este tipo de mal, basta que a pessoa acorde do sonífero que fez o coração se tornar dormente a dor. 

Acredite, não há pobreza maior do que não ter o que receber de quem se ama, pois a mendicância de afeto corrói mais que a ferrugem do ferro, mata compulsoriamente, faz o corpo implodir em silêncio e sombra, transforma a vida na cinza das horas. 

Desta forma, se já estais só, ainda que iludido com uma companhia que não te acompanha, não seria melhor libertar-se deste vício que te prendeu ao outro sem razão e sem por quês? Ama-te a ti mesmo, antes de tudo, e assim será possível amar e ser amado por alguém...


Carlos Moreira


20 setembro 2016

A Fantasmagoria Religiosa no Juízo de Deus sobre os Homens

A morte dramática do ator Domingos Montagner suscitou uma questão inquietante entre religiosos e a sociedade em geral: que parâmetros Deus usa para fazer justiça num mundo caído? Sendo Deus um Espírito amoroso, é possível conceber que ele seja responsável por atitudes extremas, sentenças insuperáveis ou castigos compensatórios? Faria Deus a sua vontade utilizando-se daquilo que nos parece mal, ou é a interpretação fundamentalista das Escrituras o meio que faz surgir uma divindade ávida por vingar-se de tudo aquilo que não se encaixa dentro de sua vontade? É possível crer num Deus que ama sem dar a liberdade de escolha, ou é Deus um ser controlador e egoísta, incapaz de lidar com sua criação quando ela lhe contradiz os desejos? São questões complexas e que devem ser analisadas cautelosamente. Num tempo onde a igreja encontra-se entregue a muitas fábulas, insuflando descaradamente uma espiritualidade mágica, movida a catarse coletiva e a hipertrofia das atividades supostamente metafísicas, é razoável questionar se aquilo que é atribuído a Deus pode, de fato, ser mesmo uma realização dele. Uma coisa, todavia, me parece certa: Quando o “deus” que criamos se torna um diabo para os outros, mas cedo ou mais tarde, ele se tornará um diabo para nós também. Assista a mensagem e discirna onde está a verdade!

 

15 setembro 2016

O Deus Capitalista

No capitalismo, todo investimento para ter sucesso deve prever uma taxa de retorno – o EBIT. A priori, ninguém coloca dinheiro em algo sem perspectiva de ver sua aplicação sendo remunerada, ao menos, pelos juros de mercado. Assim, quanto mais atraente for a remuneração para o investidor, mais gente interessada haverá em “apostar” dinheiro num eventual empreendimento. Olhando estas premissas, percebemos claramente como a igreja tem feito do Evangelho um negócio, a teologia ensinada nestes dias nada mais é do que uma cínica barganha com a divindade num arriscado jogo de oferta e procura no promissor mercado da fé. Para viabilizar tudo isso criou-se a religião do egocasting, ou seja, uma engrenagem onde a igreja produz conteúdos sob demanda para quem deseja apenas consumir o que lhe agrada ou apetece. De fato, a esmagadora maioria das pessoas está mesmo disposta a colocar grana – dízimos e ofertas – nesta “máquina de moer gente”, desde que o retorno sobre o investimento compense. Sim, busca-se Deus por aquilo que ele possa vir a fazer, mas, jamais, por quem ele é! Todavia, olhando por outra perspectiva, somos levados a, no mínimo, questionar o seguinte: E você? Você é um bom investimento? Você pode oferecer uma boa taxa de retorno para o “investidor”? Você é disciplinado, confiável, comprometido e habilidoso? Por que Deus deveria apostar em você e não em uma outra pessoa? Ora, se Deus é um grande capitalista, alguém determinado em investir em pessoas desde que elas possam dar o melhor retorno possível, não seria razoável imaginar que ele investe de acordo com certos interesses? Ficou confuso? Então assista a mensagem e o Espírito Santo lhe esclarecerá!

 

13 setembro 2016

Cada Geração Sofrerá o seu Próprio Mal

Estamos num processo acelerado de desumanização, a vida no mundo contemporâneo está se tornando insustentável. Sobre o ser humano deste tempo, bem resumiu Fernando Pessoa: “O mundo é de quem não sente. A condição essencial para ser um homem prático é a ausência de sensibilidade”. Não é só o planeta que está aquecido e árido, é também o nosso coração. Sim, estamos secando do lado de dentro, vivendo dias de insolação de alma, é a cauterização da mente pelo efeito do calor dos dias. Em meio a tudo isso, Deus foi esquecido, num mundo antropocêntrico às atenções estão voltadas para o prazer e tudo aquilo que possa viabilizá-lo. Aumentamos a tecnologia, mas diminuímos a satisfação, virtualizamos, nas redes sociais, os encontros das pessoas, mas não damos conta de tanta solidão, ganhamos dinheiro para comprar eletrônicos, mas perdemos a satisfação de experimentar coisas simples, levamos nossas emoções ao limite, depois nos entubamos com pílulas de amortecimento da realidade. Sim, o juízo já está posto sobre nós, pois cada geração terá de conviver com seu próprio pecado. Como se precaver contra isso? O que deve ser feito para preservar o coração do mal? Assista a mensagem e chegue a suas conclusões.

 

16 agosto 2016

Cada Casa uma Igreja, Cada Discípulo um Pastor



O mundo hoje discute sobre sustentabilidade, a capacidade de empreendimentos se tornarem viáveis no longo prazo, sem, sobretudo, ferir o meio ambiente. Quando olho para o futuro da igreja, não há outra palavra que me chame tanto a atenção quanto sustentabilidade. Sim, eu creio que o modelo da religião institucional se exauriu, não suportará mais uma geração, revolve-se em espasmos terminais. Clericalismo, liturgias ocas, dogmatizações, ajuntamentos impessoais, altos custos de manutenção de estruturas hipertrofiadas, nada disso sobreviverá aos dias vindouros. A questão central é que o mundo tem outra agenda, precisa de novas alternativas, novos modelos, Jesus é, de fato, a solução, mas a igreja não sabe mais quais são os problemas deste tempo, nem como debatê-los, nem como enfrentá-los, está perdida em devaneios. Enquanto a sociedade agoniza, em busca de escapatórias, a igreja se distrai com “batalhas espirituais”, a vida está cada vez mais insuportável, o ritmo cotidiano das pessoas é algo insano, descontrói a musculatura emocional de qualquer indivíduo e faz o ser sucumbir em meio ao mal deste século: a depressão. Vivemos num mundo impessoal, carente da experiência do encontro humano, das relações duradouras, a virtualização proporcionada pela tecnologia isola as pessoas e as torna refém de uma tela de computador, tudo ficou frio e distante. É nesse ambiente inóspito que a igreja está sendo desafiada a sobreviver, mantendo o Evangelho como a única mensagem capaz de ressignificar a existência, mas encontrando novas alternativas sócio-religiosas para ser relevante às pessoas. Mudar é preciso, e ter coragem para fazê-lo é imprescindível! Assista a mensagem e assuma sua posição!


 

10 agosto 2016

Empreiteiros da Esperança: o Reino do Bem Chegou!



Quem mora no nordeste do Brasil e já foi ao sertão sabe o quanto a falta de água irrigada é capaz de produzir aridez na terra e, por conseguinte, a morte do que em volta se encontre. A dor do sertanejo é justamente esta, ver tudo aquilo que ama definhando, lentamente, e não ter expectativa que algo possa mudar tal situação. Assim também está a sociedade humana, seca, esvaziada de valores e significados para o existir, agoniza sob o sol escaldante dos dramas e das dores da vida. Neste interim, pessoas vão e vem, o cotidiano segue seu destino inexorável, os dias passam depressa, nada parece poder alterar a mesmice que provoca angústia e solidão. Eu creio firmemente que nós fomos chamados para ser como torrentes que invadem a terra seca, a chuva que desce sobre o chão rachado do coração dos homens trazendo alegria e esperança, conforme declarou o profeta Joel. Sim, o discípulo de Jesus é aquele indivíduo capaz de mudar realidades, alterar ambientes, reverter circunstâncias inamovíveis, solidarizar-se com os excluídos, abrir as cadeias para os aleijados de espírito e fraturados de alma. Quando o Reino do Bem chega, vem com ele a paz, a justiça e o amor de Deus, todos ingredientes que são capazes de ressignificar o coração e restaurar a consciência humana. Assista esta mensagem e torne-se um canal do poder e da graça de Deus entre os homens!Assista a esta mensagem e torne-se um canal do poder e da graça de Deus!


 

02 agosto 2016

Gente Muda Mundo




Jesus nos ensinou que o Reino de Deus é uma semente que cresce do lado de dentro, mas produz frutos que se desdobram para a vida. Gente que abraçou o Reino é gente propositiva, inconformada com o status quo, inovadora, revolucionária! Sim, pessoas que carregam a consciência do Evangelho são apaixonadas pelo que fazem, revelam-se sensíveis, são comprometidas e profundamente solidárias, não se adequam ao establishment, não se satisfazem sendo espectadoras dos dramas que se apresentam na tela dos dias, nas cinzas das horas. Num tempo onde a igreja se preocupa apenas com questões espirituais, evitando o contato com a realidade dramática dos excluídos, gente invisível ao poder público e a sociedade, mas que agoniza a céu aberto com a alma em carne viva, começam a surgir pessoas anônimas, vindas de todos os lados, interessadas em construir uma nova proposta de igreja, um tipo de organização alternativa, sem fronteiras, sustentável, capaz de colaborar com as instituições na promoção da justiça e do bem comum. Eu sonho com esta igreja todos os dias, pois sei que é possível sermos promotores da grande revolução, aquela boa notícia que estabelece que o Reino do Bem chegou entre nós! Assista esta mensagem e compartilhe com seus amigos!


 

26 julho 2016

Assassinaram o Deus por Quem Eu Deveria me Apaixonar




Não há uma semana sequer que eu não encontre, ou seja procurado, por dezenas de pessoas que foram esmagadas por uma proposta de espiritualidade que tornou árido o chão do coração. Sim, sinto uma compaixão aguda pelos que tiveram sua fé arrasada por ensinos perversos, práticas bizarras, mandingas e salamaleques da religião, gente que foi apresentada a um deus que nada tem a ver com aquele que encarna em Jesus e anda entre os humanos caídos. O dano provocado na alma é sem precedentes, os estragos são muitos, passam pela apatia espiritual, por distúrbios comportamentais que levam ao isolamento, pela perda da esperança, da alegria, por um nível de confusão mental que acaba, por vezes, a levar o indivíduo a não acreditar mais em nada, é a apostasia compulsória induzida. O que fazer nestes casos? Será que existe uma chance de ressignificar estas pessoas para a verdadeira fé, será possível que suas mentes, cauterizadas pelo engano, ainda possam ser libertas pelo poder da Verdadeira Palavra, que cura a cegueira dos olhos e nos faz ver novamente o bom e o belo da vida? Esse é um fenômeno deste tempo, a morte de Deus nas pessoas. Impossível não lembrar de Nietzsche afirmando que nós matamos Deus e o sepultamos dentro das nossas igrejas! Você está assim? Precisa reascender a chama do Espírito que está apagando em você? Então assista esta mensagem e permita que o Espírito Santo fale com você!


 

22 julho 2016

Parece, Mas não É...



Deixe-me lhe fazer uma pergunta: a sua igreja tem um CEP? Tem endereço, rua, número? Tem templo? OK. Então me diga: o que vocês estão fazendo de relevante neste lugar? Sim, o que a igreja simboliza para os moradores da região? O que o bairro tem a dizer sobre vocês? O que os vizinhos de porta acham de seus cultos, reuniões, campanhas e congressos? Qual é o compromisso de vocês com os dramas deste local?

Deixe eu lhe dizer uma coisa, com absoluta certeza: bem próximo a vocês, talvez até aí do lado, existem bolsões de pobreza com gente agonizando a céu aberto, sem educação, saúde ou justiça. Há muitos deprimidos nestes prédios e nas casas no entorno da igreja, e há também uma grande quantidade de idosos abandonados e sem qualquer expectativa para o que lhes resta de vida. Vocês podem discernir estes dramas?

Eu acho curioso o fato de muitos pastores estarem preocupados com questões de natureza metafísica, lutas e batalhas espirituais. Mas com relação ao lugar físico onde está sua comunidade, um total abandono. Portanto, cabe perguntar: vocês mapearam, alguma vez, essa região ou promoveram algum encontro para conversar com as pessoas que lá habitam para saber como ajudá-las? Ao invés de mapear as ditas regiões espirituais, para catalogar “demônios” em álbum de figurinhas gospel, vocês conseguiram mapear a miséria e a dor que lhes cerca?

Me diga mais... O espaço que vocês chamam de templo é usado para quê? O que fazem com ele durante a semana? Ele fica fechado, abrigando anjos sonolentos que voam em torno do “altar”? E as salas? Sim, as salas que poderiam ser usadas para alfabetizar idosos, para fazer reforço escolar para crianças, para ofertar aulas de música para adolescentes, tudo com vistas a afastá-los das drogas e da prostituição, vocês usam apenas na EBD aos domingos? Não seria possível dar outras destinações a tanto espaço?

Uma outra coisa... E as pessoas desta congregação? Talvez algumas centenas delas, ou milhares, quem sabe? São profissionais de mercado? São bem sucedidas? Qual o compromisso delas com os moradores deste lugar? Elas dão algum expediente para atender necessitados? Quem sabe, uma hora por semana? Um clínico geral, um advogado ou uma psicóloga poderiam fazer coisas incríveis se pudessem dispor de um espaçozinho em suas agendas lotadas para doar seus talentos a quem não tem como pagar. Ao invés de só envolver as pessoas em movimentos, não seria maravilhoso conscientizá-las sobre o serviço voluntário e generoso para com o outro, aquele que sofre e não tem como buscar ajuda?

Bem... Talvez sua igreja não faça nada disso porque ela está preocupada com a "salvação" das pessoas. Sendo assim, vocês focam todos os esforços nas questões "espirituais", por isso fazem tantos eventos, seminários, movimentos, tudo com vistas a "evangelizar" os perdidos. Eu sei... E quando estes perdidos se convertem, o que é mesmo que eles fazem? São ensinados, batizados, passam a dar o dízimo, a cantar nos cultos, e pronto!? Pra quê mais, não é mesmo? Eles já estão salvos!! Agora é só esperar a vinda de Jesus!

Olha, me desculpem, com todo respeito, mas vocês acham que nós podemos chamar algo desta natureza de igreja? Vocês imaginam que este tipo de mensagem é o Evangelho? Vocês pensam que podemos ser assim e ainda sermos chamados de discípulos de Jesus? Que bíblia vocês estão lendo? Ah... não estão lendo a bíblia, só escutando sermões? Entendo... Eu sei como esta engrenagem funciona...


Carlos Moreira

12 julho 2016

Eu Resolvi não Esperar, Resolvi Viver!




“Eu Resolvi Esperar” é a nova fórmula receitada por alguns grupos religiosos com o fim de garantir o sucesso na escolha do parceiro ideal para o casamento. Esses ensinos já ganharam, inclusive, o status de doutrina, com suposta fundamentação bíblica e eficácia garantida, e passaram a ser observados por milhares de jovens e adultos. Como se sabe, a religião nunca pôde prescindir da adoção de métodos e regras prontas, catecismos e manuais de conduta, tudo que cerceia o indivíduo de fazer suas próprias escolhas. Ora, como sabemos, santidade não é algo que se possa produzir com a privação de nada, mas com a liberdade de se escolher o bem no chão da vida. Paulo, falando aos Colossenses, disse que ninguém se tornaria puro algemando a mão, a boca ou os olhos, posto que nada disso tem qualquer efeito contra a sensualidade. A questão que surge, todavia, é a seguinte: até onde fórmulas prontas sobre relacionamento conjugal podem dar certo? “Eu Resolvi Esperar”, como decisão pessoal do indivíduo, não parece ser um problema, pois cada um deve fazer o seu próprio caminho debaixo do sol. O problema é quando o “Eu” se torna “Nós”, uma serialização patrocinada pela igreja-indústria que tenta fazer manequins pré-moldados para se encaixar em suas conveniências. A verdade é que não há fórmulas para o amor, não é possível construir fluxos lógicos para gerir sentimentos complexos, isso não funciona! Ninguém pode administrar àquilo que é espontâneo, nem produzir uma receita de casamento como se fosse receita de bolo. Portanto, não se apresse para casar, nem passe tanto tempo fazendo avaliações de pessoas como se elas fossem produtos numa prateleira. Viva, apenas isso! Tenha respeito por seus sentimentos, nem se entregue ao primeiro que aparecer, nem se ampute de viver uma grande paixão só porque ele/ela não se encaixa no padrão de homem/mulher de Deus que sua igreja definiu. Não permita que roubem, em nome da santidade e da ortodoxia, os melhores anos da sua vida! Assista a mensagem e aprenda sugestões preciosas sobre relações afetivas.


 

11 julho 2016

Namoro: Pra Quê?



De repente, uma quantidade enorme de pessoas passsou a me perguntar se devem ou não continuar mantendo o namoro em “on” para o “modus" corte. 

Para ser sincero, não sabia nem que isso existia, pois eu vivo num outro planeta, um lugar onde as pessoas são livres para escolher, amar, errar, reconfigurar e seguir em frente... 

Bem, fui buscar de um “guru gospel” a definição do tal “namoro corte” e encontrei o seguinte: “Queremos, para os solteiros, um relacionamento sem carícias, beijos, sensualidade, dependência emocional, chantagens emocionais, ciúmes, isolamento social. A ideia é que os jovens sejam movidos por princípios bíblicos e não por impulsos da paixão, sexualidade ou pressão cultural. Buscamos um relacionamento focado na amizade e no conhecimento mútuo”. 

Resumindo, eles querem que o indivíduo ou a sujeita sejam como manequins em uma loja de departamento, podem até estar nus, mas não tem como fazer nada, é a sublimação da experiência, a negação da possibilidade de crescimento natural, é a tara produzida em série na “estufa” da igreja onde, pela via da castração, imagina-se que a santidade aflorará. Impossível!

Na verdade, o que daí surgirá, na esmagadora maioria dos casos, todo tipo de pulsão sexual e desvio de comportamento, salvo os casos de pessoas com baixa libido, homossexualidade reprimida, tendência real ao celibato, problemas hormonais, dentre outros. 

A coisa toda, em si mesma, já se traveste de uma pseudo-piedade quando afirma que estes postulados estão baseados em princípios bíblicos! Ora, a bíblia não trata de relacionamento afetivo a não ser o casamento, pois na cultura dos Hebreus, no mundo antigo, não existia tal possibilidade. 

Mas esses grupos são tão radicais que advogam que tem de ser assim mesmo, pois como o namoro não está descrito na bíblia, como poderia ele ser vivenciado por um cristão? Ora, avião também não está na bíblia e todo mundo voa neles! É tão esdrúxulo que não dá nem para comentar... 

Quem receita a tal corte tenta, de forma equivocada, achar nas Escrituras as prescricções do “manual teen de relacionamento”, eles querem patrocinar a Malhação Gospel, mas tudo com "santidade"! Sabe o que uma maluquice desta vai produzir? Gente esmagada de alma e com um tesão superlativo, tendo dificuldade até de andar em ônibus cheio, pois o “esfrega-esfrega” vai produzir excitação e asfixia. 

Pelo amor de Deus! Jesus ensinou que se um homem olhasse para uma mulher com volúpia, com desejo lascivo, aquele olhar scanner, onde o sujeito vê por baixo da roupa, ele já estaria adulterando com ela. E por que o Galileu afirmou isso? Por que o judeu tinha esse mesmo comportamento farisaico-estoicista dos crentes, ou seja, eles não levavam em conta o pecado subjetivo, aquele que é feito nos ambientes da mente e do coração, onde o swing pode acontecer sem nem um dedinho da moça ser tocado. É o mesmo princípio que trata do assassinato mental, aquele onde o sujeito não mata com um tiro, mas pela ira represada no ser. 

Bem, o que eu tenho a dizer? Uso as Escrituras, com bom senso e bom coração: “Jovem, alegra-te na tua mocidade! Sê feliz o teu coração nos dias da tua juventude. Segue os caminhos que o teu coração indicar e todos os desejos dos teus olhos; saibas, contudo, que tudo quanto fizeres passará pelo julgamento de Deus”. Ec. 11:9.

Você quer uma bula, um manual, uma cartilha, um passo-a-passo, uma etiqueta, mas só posso te dar a chance de crescer, escolher, pensar, ponderar, assumir responsabilidades e aprender que Deus ama a quem vive em verdade, enxergando a si mesmo, não negando quem é e o que sente, mas agindo sempre em fé e com bom coração. Aos que caminharem assim, paz e misericórdia os acompanhe. Aos que escolheram fazer “a corte”, que vivam com um barulho desse...


Carlos Moreira

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09 julho 2016

Pescadores de Homens ou de Peixes? O que Faço com Minha Profissão?

Tenho encontrado muitas pessoas vivendo frustradas ou, no mínimo, desorientadas, em relação as suas profissões. Muitas delas foram iludidas pelo engodo de exercer alguma atividade econômica que viabilizaria, em tempo recorde, o sucesso fácil, outras acabaram por fazer o que não tinham qualquer vocação, pois visavam apenas rentabilidade e segurança, e há ainda os que não sabem, sequer, o que fazer, estão perdidos entre cursos trancados e a busca de novas opções. Num mercado altamente competitivo, errar o alvo significa perder anos preciosos de experiência, tempo que será necessário para prover as bases de uma carreira bem sucedida, a qual possa viabilizar os sonhos de todo trabalhador. Por outro lado, percebo também a falta de entendimento da esmagadora maioria sobre como exercer sua atividade econômica levando em consideração os desafios do Evangelho. Sim, vida espiritual tem tudo a ver com vida profissional, um influencia diretamente o outro! Mais, afinal, você foi chamado para pescar peixes ou para pescar homens? Como projetar uma carreira de sucesso sem cair no modismo nem transgredir valores e princípios do Reino? Como posso me destacar num mercado tão seletivo; Deus pode me ajudar nisso? Assista a mensagem e aprenda o que fazer!


 

05 julho 2016

Jugo Desigual ou Jogo Desigual?



Jugo desigual não é um evangélico casado com uma católica. Ora, por favor! Conheço crentes casados, que frequentam a mesma igreja, que leem a mesma bíblia, que cantam as mesmas músicas gospel e estão em jugo totalmente desigual, pois não há entre eles uma ligação de alma, de entendimento da vida, de percepção do mundo.

Na verdade, que adianta sentar no mesmo banco no templo e viver separado na cama? Que adianta andar de mãos dadas no pátio da igreja e com consciências separadas no chão da vida? Conjugalidade é, antes de qualquer coisa, um habitar a alma do outro e não apenas o viver junto debaixo do mesmo teto.

Ora, jugo desigual é alguém ter olhos para ver o bem, enquanto o outro só consegue discernir o mal, é a alegria de um sendo sufocada pela moralidade castrante do outro, é um querer inovar na cama e o outro, cheio de pudores e não me toques, gostar de um sexo broxante. Jugo desigual é um apreciar o teatro e o outro se privar da diversão por questões doutrinárias, é um desejar dançar e o outro vê pecado numa "sala de reboco", é um adorar um bom vinho e o outro fazer a gestão da felicidade por causa da legislação da igrejola.

Conheço casais de diferentes crenças que são harmônicos e perfeitamente enlaçados em amor, enquanto aconselho a centenas de outros, de mesma confissão religiosa, se matando na frente dos filhos e pedindo que Deus “leve” o parceiro para sua Glória.

Sendo honesto, acredito em jugo desigual, na perspectiva do que disse acima, mas acredito também em jogo desigual, que é o que acontece com muita gente que não teme fazer do casamento um remendo mal feito, desde que ele se adeque ao manequim da religião.

Portanto, ao invés de procurar uma mulher calvinista, procure uma que goste de conversar e contar piada, ao invés de procurar um marido pré-milenista, arrume um que leia Fernando Pessoa com você no banco do parque, ao invés de buscar uma mulher de oração, busque uma que tenha coração!

Acredite, é impossível gente que ama e se sente amado não ter graça no ser e música que embala os pés no caminhar do caminho. Um ateu com boa vontade é melhor que um crente amargurado, se você quer alguém que lhe complete, procure afinidades em sua alma, não em sua estante de livros teológicos.


Carlos Moreira


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30 maio 2016

Estupro Social: o que a Igreja tem a ver com Isso?



O estupro da adolescente no Rio de Janeiro, ainda sob a investigação da Polícia, revela o desprezo com que esse tema é tratado numa sociedade já acostumada em cometer, impunemente, violência contra as mulheres. Mas na verdade, olhando de forma mais abrangente, este ato hediondo nos mostra as vísceras de uma engrenagem social enferrujada por políticas públicas inconsistentes, desvios de verbas por corrupção política, exploração empresarial das classes pobres, desinteresse da população civil e uma total desatenção das organizações religiosas para os dramas dos excluídos. Sim, é grave a analgesia da igreja para questões tão prementes! Tristemente, e parafraseando o “Capitão Nascimento” no filme “Tropa de Elite”, “A igreja existe para resolver os problemas da igreja, não para se envolver e ajudar a resolver os problemas da sociedade”. Portanto, não espere, na esmagadora maioria dos casos, que a igreja, ou seus representantes, se manifeste publicamente contra abusos, estupros, preconceitos, violência contra minorias, racismo, homofobia, drogas, miséria, desemprego, epidemias, pois a igreja vive num mundo paralelo, onde apenas as coisas supostamente sagradas importam. A igreja está entretida com batalhas espirituais, não com causas reais, está lutando contra demônios, e não contra a possessão da mente e do coração, que dessensibiliza o indivíduo e o faz inerte diante da dor do outro. A máxima religiosa é buscar redimir o espírito do homem, desprezando, assim, os dramas e dores de sua alma, amparar o indivíduo com a doutrina da salvação, ainda que seja incapaz de fazer algo concreto para salvá-lo da miséria e do descaso no qual ele vive. A verdade é que o “deus” desta igreja é Platão, e não Jesus, o que eles vivem é a utopia do mundo das ideias, e não a verdade do Evangelho para o mundo concreto. Tenha coragem de assistir a esta contundente mensagem e discirna se este não é, também, um problema seu!


 

24 maio 2016

Por que Deus não Resolve Meus Problemas?




O sofrimento humano não carece de nenhum tipo de teologia que o explique, mas tão somente de um olhar misericordioso sobre a dor e a tragédia. Quem é vítima da fúria da vida, que destroça planos, arrasa sonhos, desfaz esperanças, precisa de abraços solidários e silêncios reverentes, não de doutores da religião para inferir seus postulados filosóficos sobre a soberania, a presciência, a providência e a predestinação. Todas estão questões, acredite, não pacificam a alma, não enxugam lágrimas, não levantam caídos no solo infértil do desespero humano. Diante da dor, diz o poeta, todo mundo é igual, não há gênero, cor, raça ou crenças que não seja nivelada ante o inusitado quanto este nos visita no dia escuro da nossa alma. Sim, o dia mal sempre chega na vida, não há como evitá-lo, mas há como vivê-lo sem sucumbir a sua força esmagadora. Perante Deus, é legítima, sem dúvida, a questão daquele que sofre quando interpela: “Por que você não interfere no meu sofrimento?”. De certo, não há nada mais humano do que questionar o que não se pode compreender debaixo do sol. Seria Deus um aloprado brincando com a existência dos homens, marionetando circunstâncias, blefando com o destino, jogando dados com os mortais? Ou Deus é Senhor da história e das circunstâncias, capaz de fazer o que bem entende para dar significado, ao depois, àquilo que parecia inicialmente absurdo? Para tirar toda dúvida, assista a esta empolgante mensagem!


 

13 maio 2016

A Dádiva de Saber Envelhecer



Se Deus me permitir viver a média dos brasileiros, morrerei com cerca de 72 anos. Isso significa que há apenas mais 1/3 da jornada a ser conquistado, boa parte do caminho já foi feita, o dia da chegada no meu lar se aproxima.

Sim, eu já tenho calos nos pés de tanto chão trilhado, contudo, ainda há estradas por onde não passei, lugares dentro de mim que são inabitados. Herman Hess diz que os passos dos homens são dados para dentro, a vida é simplesmente um seguir de rastros.

Mas eu também tenho calos no coração, pois o existir produz marcas, esculpe na tapeçaria dos dias tatuagens que se projetam no chão do ser. Aos quase 50 anos vejo o físico sofrendo os desgastes dos anos, não obstante me regozijo ao perceber que minha musculatura emocional aguenta sopapos, eu estou na meia-idade, mas minha alma é velha.

Hoje, ao ler a carta de Paulo ao seu filho Timóteo, deparei-me com a exortação do apóstolo que diz: “Ninguém despreze a tua juventude”. Timóteo estava em Éfeso, exercia o ministério pastoral, devia ter aproximadamente 30 anos, o que era considerado muito pouca idade para um homem que precisava aconselhar anciãos.

Naquele tempo, era sinal de respeito o possuir cabelos grisalhos, algo que, certamente, faltava ao jovem pastor. Foi por isso, certamente, que Paulo se viu estimulado a pedir aos irmãos da igreja que respeitassem o “garoto”, discernissem o dom do Espírito Santo em sua vida e relevassem sua pouca experiência.

Ah, se fosse possível o apóstolo escrever para mim, gostaria que dissesse: “Ninguém despreze a tua velhice”. Seria de muita serventia esse conselho para o tempo presente. É que envelhecer cansa, sobretudo num país onde os idosos são desprezados e a idade avançada é vista como um fardo, um atrapalho, onde os filhos estão dispostos a deixar seus pais em asilos, ou, pior ainda, exilados de tudo dentro de suas próprias casas.

O mesmo se dá na igreja...

O Velho é visto como empecilho, ele é resistente ao “novo”, parece ter sempre uma palavra que estraga-prazer. Mais saiba que, por certo, um homem velho carrega a experiência de toda uma jornada, acumula muitos sonhos que não puderam se realizar, tem muito mais certezas do que dúvidas e apesar da fragilidade da visão, pode enxergar muito longe onde certos caminhos nos levarão. Eu tenho respeito pela velhice, ela revela no rosto as dores da vida, as perdas inevitáveis, os fracassos incontornáveis, a resignação ante o impossível. 


Eu sei, este pode até parece um texto melancólico, mas eu gosto de pensar que são apenas palavras lúcidas, de um homem que não teme envelhecer, ainda que saiba que essa estação outonal da existência guarda mais tristezas do que sorrisos...


Carlos Moreira

11 maio 2016

"Uns aos Outros": a Experiência da Comunidade Terapêutica



Sempre que penso em como deveria ser uma igreja, logo me vem à mente palavras como: acolhimento, pacificação, relacionamento e crescimento. Sim, a igreja tem o desafio de ser como um pomar, um espaço onde pessoas são plantadas para dar frutos para a vida. A experiência de comunidade de fé no Novo Testamento nos revela, dentre outras coisas, um ambiente relacional altamente salutar, capaz de promover assepsia na alma, de curar feridas e recuperar os enfermos de mente e coração para a jornada do Caminho. Igreja não é um turbilhão de gente entrando e saindo de cultos, ou uma engrenagem que propõe uma agenda com programas diversos para satisfazer o apetite religioso, mas é, antes de qualquer outra coisa, um Corpo capaz de promover o fomento da espiritualidade através do discipulado. Para mim, um dos maiores riscos que corre uma igreja é se tornar uma organização impessoal, transformar-se num ambiente onde a pessoa entra e sai sem ser percebida, deixa eventos e volta a seguir a pesada rotina de cada dia amargando existir apartada dos cuidados necessários para o desenvolvimento, pela via do ensino e do pastoreio, da consciência no Evangelho. Assista esta empolgante mensagem!


 

30 abril 2016

Você é um Culto!



“Eu vou ao culto”? Vai não, você é um culto!

Nas manifestações religiosas dos hebreus, na antiguidade, o culto se relacionava a expressões de devoção e adoração associadas a lugares e circunstâncias, daí a prática dos Patriarcas de construir altares, com vistas a demarcar espaços de comunhão com Deus.

Depois que o Templo foi construído por Salomão, o lugar da vivência das práticas ligadas ao sagrado se confinou as paredes daquela mega-construção, onde as rotinas litúrgicas de culto eram executadas por funcionários devidamente qualificados.

No desterro babilônico, diante da ausência do Templo, os hebreus passaram a utilizar como lugar de adoração e ensino as sinagogas, prática que se mostra presente nos dias de Jesus e, após a destruição do Templo, no ano 70 d.C., pelos romanos, como modelo consolidado para esse fim.

Mas, em Jesus, e no Evangelho, o culto ganha uma dimensão totalmente diferente, ele move-se de um lugar fixo – “nem neste monte nem em Jerusalém” – para todo e qualquer lugar – “pois o Pai busca adoradores que o adorem em Espírito e em Verdade”.

Nesta perspectiva, culto é o que acontece na vida, culto é a dinâmica da existência que se rendeu a Deus e busca materializar a fé em atos de amor e justiça.

Por isso Paulo, quanto trata deste tema, ensina que o culto é racional, pois envolve todas as dimensões do nosso viver – corpo, emoções, intelecto e espírito – conforme descrito na sua carta aos Romanos. Em Coríntios, ele explicita ainda mais, dizendo que “quer comais, ou bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei-o para a Glória de Deus”.

Assim, não há geografia sagrada no Evangelho, nem lugares santificados, pois o culto acontece debaixo do sol, na forma como encarnamos os valores do Reino de Deus.

Na parábola do Samaritano, o sacerdote e o levita haviam saído do “culto”, onde tinham sacrificado no altar santo e louvado a Deus com suas oblações, mas foram incapazes de discernir que o culto seguia pelo chão da vida, e agora se apresentava diante deles na figura moribunda de um transeunte machucado por malfeitores.

De fato, aquele homem era o altar onde a fé deveria ganhar concretude pela via da solidariedade e do amor sacrificial, mas eles não puderam compreender, pois seus olhos e mentes estavam impregnados pela insensatez de um tipo de espiritualidade que privilegia rotinas e formas, mas despreza as dinâmicas do coração...


Carlos Moreira

26 abril 2016

Há Um Outro Eu Morando em Mim

“Desventurado homem que sou, quem me livrará desta morte?”. A afirmação dramática é do apóstolo Paulo e está descrita no capítulo 7 da Carta aos Romanos. De fato, a esmagadora maioria das pessoas que encontro vive em profunda aflição e sentindo-se brutalmente culpada por não conseguir fazer àquilo que a religião lhes propõe. Elas reconhecem que, mesmo amando a Deus e desejando seguir ao Evangelho, não conseguem livrar-se de vícios, pensamentos, condicionamentos, traumas e medos, o que as faz existir em flagrante estado de culpa e desânimo. Sim, a cartilha religiosa comportamental se constituiu no substituto da Lei Mosaica, assumiu o papel de advogada de acusação, esmaga consciências e reduz a zero a possiblidade de experimentação de algo que produza paz e bem na vida e, por conseguinte, saúde no ser. Contudo, a questão é: como lidar com esse outro “eu” que existe em mim e que tende, inexoravelmente, ao pecado? O que fazer para apaziguar essa guerra incessante entre a carne e o espírito, entre o bem e o mal que habitam no meu interior? Assista a mensagem e encontre a pacificação para sua alma!


22 abril 2016

Morreu na Praia Atrapalhando o Feriado.



O dia de ontem foi marcado pela tragédia do desabamento de parte da passarela da Ciclovia Tim Maia que circunda a Avenida Niemeyer no Rio de Janeiro, construída para abrigar competições das Olimpíadas.

Essa poderia ser mais uma obra de engenharia com problemas, teria passado despercebida, como tantas outras, devido, quem sabe, a materiais de quinta categoria, erro de projeto, descaso na fiscalização, corrupção na licitação, mas chamou à atenção pelo fato de ter vitimado, até agora, duas pessoas e haver a suspeita de uma terceira morte.

Ora, numa cidade onde morre gente todo dia, de todas as formas, de indigência na fila do hospital, de bala perdida na favela, de assalto na Lagoa, essas foram apenas mais duas, logo estarão nas estatísticas e fica tudo por aí...

A imagem do post é da reportagem da Rede Globo e choca pelo descaso, mostra os corpos estendidos ao centro e as pessoas seguindo normalmente o script programado para o feriado: jogo de futebol, churrasquinho, cerveja, bronzeador e frescobol.

Mais e daí? Vamos estragar o dia por causa de duas mortezinhas de nada? Lembrando o João Bosco, "Tá lá o corpo estendido no chão...". O que tem a morte do outro a ver comigo? Dá licença, coloca aí do lado, deixa quem de direito reclamar, só não atrapalha minha pelada, não estraga meu lazer e, se possível, não "suja" a paisagem, hoje é dia de praia e sol!

Pobres homens de gelo, com coração de lata e nervos de aço, desumanizaram-se! Bem disse Jesus a vosso respeito, que chegaria o tempo, nos dias derradeiros da Terra, onde o amor esfriaria, as pessoas seriam vítimas de um tipo de sociopatia que dessensibilizaria a alma. Certo estava Sartre, o inferno é mesmo o outro... E que venham as Olimpíadas!



Carlos Moreira

21 abril 2016

A Pisada de Bola de Bolsonaro e o “Pecado” de Deus



Diante da polêmica sobre o discurso de Jair Bolsonaro no Congresso, uma fala curta, mas carregada de ódio, uma vez que exaltou Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador da Ditadura Militar, acabei lendo um comentário de alguém que disse: “Ora, vocês cristãos criticam torturadores, mas amam um Deus que irá torturar, indefinidamente no inferno, almas condenadas à danação?”.

Na verdade, a citação era uma entre muitas, num diálogo bizarro, cheio de agressões, tendo como protagonistas crentes raivosos e um ateu astuto. Pois bem, a certa altura do imbróglio, que já adentrara no tema do inferno, o ateu citou a parábola do “Rico e Lázaro”, descrita por Lucas no capítulo 16. Foi um vexame! Os crentes silenciaram, ficaram estupefatos, não puderam contrapor a fala do próprio Jesus que assevera sobre um Homem Rico que foi condenado a sofrer os horrores do inferno e, sendo assim, é consumido por suas chamas implacáveis. Achei curioso o ateu saber mais bíblia que os crentes, mas...

Na verdade, a ideia de inferno que habita o inconsciente coletivo do ocidente cristão, nada tem a ver com o Evangelho ou com Jesus. Ler os textos que tratam do inferno no Novo Testamento sem ter conhecimento histórico e filosófico sobre o tema nos levará, irremediavelmente, a acreditar no inferno de Dante Alighieri, escritor italiano do século XIII, autor de famosa obra – O Inferno de Dante – sobre a “Casa do Tinhoso”, esse lugar onde há lagos de larvas, câmaras de tortura, fogo, enxofre, bestas insanas e homens desgraçados.

O inferno cristão é uma construção teológica que se inicia no exílio judaico, na simbiose de crenças babilônicas e egípcias com as concepções do Velho Testamento. Durante cerca de 400 anos, rabinos organizaram uma nova metafísica para o pós-morte, a qual sofreu, por último, a aditivação de elementos da cultura helênica, zeitgeist dominante no mundo antigo desde 300 a.C. Portanto, o “Ades” do Novo Testamento não tem nada a ver com o “Sheol” do Velho, é, por assim dizer, uma crença pagã convertida ao judaísmo.

Dito isso, chego à parábola do “Rico e Lázaro”, explicitada por Jesus. De fato, o que temos não é um texto elucidativo sobre o inferno, mas sobre o drama de se viver sem Deus no mundo, ainda que cumprindo os rigores da Lei. O público ao qual a mensagem se destina é essencialmente religioso, por isso o “Rico”, “abençoado” pelo Senhor, vai parar no tormento do inferno de fogo, enquanto “Lázaro”, um pobre purulento, tem como destino o céu e vive a graça de estar junto a Abraão.

Ora, parábolas são contos que tem como objetivo transmitir um ensinamento moral. Elas se utilizam de metáforas e alegorias, um universo rico em imagens e símbolos, sempre com o fim de facilitar o entendimento. Assim, a lição óbvia que Jesus traz na parábola do “Rico e Lázaro” é que devemos encarnar uma espiritualidade que nos leve a amar a Deus tendo a vida do nosso próximo como altar, ou seja, não devemos deixar que ninguém agonize em nossa porta, pois quando deixamos de fazer algo aos pequeninos, ao Senhor o negamos.

Observe que a parábola começa na Terra, passa pelo céu e pelo inferno, e retorna novamente a Terra, onde os irmãos do “Rico” estão a viver de forma descuidada e desafeiçoada. O inferno nesse conto é apenas uma cenografia, algo que já habitava o inconsciente daquela geração, por isso Jesus o utilizou como uma poderosa imagem para tratar do essencial, que é o fato de que não devemos deixar que em nós se instale o que há de pior para a vida. Inferno, muito antes de ser um lugar, é um sentir, você pode estar possuído do inferno mesmo sem, literalmente, vir a habitá-lo.

Portanto, ainda que de forma muito simplista, uma vez que num texto curto não dá para explorar o tema com profundidade, quero dizer que essa especulação de que Deus irá torturar indefinidamente as pessoas num caldeirão de fogo é uma crença mitológica e infantilizada. E com isso não estou negando a existência do inferno, tema que deixarei para abordar em outra oportunidade, mas apenas abrindo um espaço mental para novas percepções.

É mister esclarecer que todo texto que fala de inferno o faz de uma perspectiva filosófica, especulativa, uma vez que ninguém nunca foi lá e voltou para fazer um relato. Eu sei que a ortodoxia vai citar os textos do Apocalipse de João e os escritos de Paulo quanto ao cenário de horrores, mas, como disse, toda leitura sobre o tema deve partir da perspectiva das crenças vigentes nos dias de Jesus e também do fato de que os textos estão em linguagem apocalíptica, recheados de arquetipias, metáforas e alegorias, e assim devem ser interpretados. 


Para mim, todavia, vai para o inferno aquele que odeia a vida, pois ele é o destino de quem insistir em viver sem Deus, como acontece com os demônios. Inferno é a existência sem a possibilidade de Deus, seu maior castigo é permitir que os indivíduos convivam com o pior de si mesmos sem uma alternativa para o arrependimento e o perdão. Esse é o significado do fogo que não se extingue, um símbolo da perpetuação daquilo que consome o ser para a morte e a não existência de salvação ou esperança.

Finalmente, quero lhe dizer que a bondade de Deus não combina com a maldade do inferno dos cristãos. A justiça de Deus foi feita na Cruz, onde tudo foi pago! Deus amou o mundo, não condenou o mundo, pois a misericórdia, por fim, triunfará sobre o juízo! Deus, um torturador? Jamais! Quem o conhece, sabe do que estou falando...


Carlos Moreira

19 abril 2016

Crente Profissional?



Quanto mais a igreja foi se afastando do “Movimento do Caminho”, registrado em Atos dos Apóstolos, tanto mais foi se transformando em uma organização. A singeleza da fé e a simplicidade da vida foram dando lugar a doutrinas sofisticadas, criadas por uma necessidade apologética a partir do II século, e também a estruturas mais robustas, decorrentes da estatização da igreja por Constantino no IV século, o que desembocou, dentre outras coisas, no complexo compêndio litúrgico e na burocratização clerical.

A igreja medieval se desenvolveu como uma poderosa organização. A figura Papal era uma símile dos Reis da Europa, não só no uso dos símbolos – mitra/coroa, cátedra/trono, anel do bispado/anel real, báculo/cetro – mas também como establishment do empoderamento religioso, a representação de uma potestade terrena e espiritual, uma instância de poder travestida de inerrância e sob a delegação do próprio Deus como Seu representante na Terra.

Na idade moderna, sob o zeitgeist da Revolução Industrial, a Igreja Católica já se apresentava como uma organização muito bem estruturada. Segundo Leon C Megginson, professor de marketing na Universidade de Baton – EUA, a “Representante de Cristo”, por ter de lidar com uma expansão mundial, precisou desenvolver processos administrativos para manter “íntegra” a sua missão. O uso de métodos e diretrizes, associados a uma robusta estrutura organizacional, fez com que a igreja influenciasse, positivamente, a administração e a gestão modernas. Fantástico!

E assim, com um brevíssimo resumo de 20 séculos de história, já é possível perceber de onde vêm termos bastante utilizados no meio religioso, tais como: “ministério de evangelização”, “departamento infantil”, “presidente da denominação”, “líder do louvor” e “tesoureiro”. 
Sim, há igrejas que mais se parecem com uma empresa varejista! A fé é o negócio, a catedral ou o templo central é a holding, as demais igrejas são as distribuidoras, o produto é Jesus, o mercado é o mundo e os crentes são os profissionais da religião trabalhando ativamente em prol deste grande business! Quem lucra com isso? Ora, Deus! Será? ...

É fácil observar como muitas igrejas se estruturaram para arregimentar e envolver pessoas no negócio da fé. A pirâmide eclesiástica desperta interesses e vaidades e promove, como em qualquer outra organização, lutas pelo poder, políticas perversas, conchavos, inveja, ciúmes, toda sorte de mal. Envolto nestas circunstâncias, numa ambiência altamente competitiva, um crente pode até não se dar bem na sua profissão, pode não ter um título universitário, mas, na igreja, terá a chance de se “destacar”, ser um pastor, um diácono, um professor da escola bíblica ou ainda o supervisor de uma região! Requisitos?
 Na esmagadora maioria dos casos: tempo de “casa”, “dons do Espírito Santo”, submissão à liderança e a doutrina, “boas” relações e uma ajudinha dos “céus”...

Toda essa engrenagem, regada a programas e atividades dos mais diversos, funciona perfeitamente. É bem verdade que ela desestimula o serviço abnegado, o cuidado com os necessitados, o lavar os pés dos irmãos... É que o marketing religioso vive do fomento da personalidade, cria iconoclastias institucionais, alça indivíduos ao palco da igreja-teatro, onde o culto se torna show da fé e a pregação do Evangelho apenas um programa a mais.

Confesso que, mesmo sem muita esperança de produzir resultados, mas apenas para lembrar, em Jesus, e no Evangelho, o maior é o que serve, a grande fonte de lucro da piedade é o contentamento, juntos, fomos chamados a ser Sacerdotes, e por isso, não há gregos, nem judeus, nem homem, nem mulher, todos, Nele, são um, e convém, a despeito de qualquer outra coisa, que apenas Ele cresça e seja glorificado. E é assim porque o Senhor Jesus se despiu de Sua majestade, esvaziou-se a Si mesmo, assumiu forma de homem e veio servir e morrer em nosso lugar! É simples, não? Mas, se você não entender, posso fazer um Power Point e te enviar. Coisas da modernidade...


Carlos Moreira

18 abril 2016

Os Dízimos e a Crise no Brasil




Tenho conversado com alguns pastores de igrejas de médio e grande porte e eles se mostram preocupados pela queda drástica na arrecadação. Sim, o tema é mesmo preocupante e vai para além da crise do Brasil, se eles ainda não perceberam...

A questão central é que, com as redes sociais, conteúdos do Evangelho passaram a estar disponíveis para milhões de pessoas. Há hoje muito material, em forma de textos, áudios e vídeos que combate, com seriedade e equilíbrio, o pagamento do imposto chamado dízimo. Gente de alto nível, pregadores e mestres nas Escrituras, demonstram, de forma acurada e profunda, todos os equívocos em relação à obrigatoriedade do recolhimento de valores financeiros, atacando não só o que diz respeito à teologia da prosperidade e seu uso perverso pelos neopentecostais, mas também ao que se refere às exigências das igrejas históricas reformadas e pentecostais clássicas.

Antigamente, para você ouvir um bom pregador, discutir determinado assunto, era preciso ir a um congresso ou se deslocar até sua comunidade. Hoje, você senta em casa e, no Youtube, escolhe quem vai ouvir e qual o tema do seu interesse. Isso mudou tudo! O acesso é muito mais amplo! A disseminação de conteúdos ficou muito simples e rápida.

Eu sou contra a cobrança de dízimos, e meus textos e vídeos atestam isso. Sou favorável, na igreja, ao recolhimento de ofertas voluntárias para custeio de despesas e investimentos que sejam possíveis. Se uma comunidade não se sustenta por essa via, então deve, urgentemente, repensar seu chamado e vocação, além de buscar, no curto prazo, formas de se reestruturar para uma nova realidade.

De certo, em pouco tempo, alguns anos, talvez, as igrejas que dependem fundamentalmente do pagamento de dízimos estarão deficitárias ou inviabilizadas, portanto, devem buscar, hoje, já se adequarem aos novos desafios, sob o risco de fecharem suas portas.

Ora, eu sou favorável a que pastores que se afadigam na Palavra e no cuidado com o povo sejam remunerados, desde que a igreja possa fazê-lo, sem esmagar consciências nem constranger neófitos. Portanto, é mister a reflexão! Na verdade, quem fugir dela, amargará as consequências, e muitos, diante das dificuldades que surgirão, irão destorcer as Escrituras para poder manter "direitos" adquiridos.

Recomendo, portanto, aos meus amigos e irmãos pastores analisarem o tema com o máximo de seriedade e clareza, com espírito manso e quebrantado, e também recomendo que a igreja não seja injusta, largando seus líderes, que hoje dependem de salário, por simples capricho ou, pior ainda, de maneira egoísta, fuja da responsabilidade que adquiriram com suas famílias. 


Penso que uma transição se mostrará necessária. Creio que alguns continuarão vivendo do Evangelho, o que é justo, e outros terão de buscar sustento em atividades seculares, o que também é justo. O que não acontecerá mais, acredito, será a manutenção das coisas na forma como hoje estão...
Carlos Moreira




11 abril 2016

Empreendedorismo Espiritual: o Maior Projeto da sua Vida

O empreendedor é alguém disposto a usar todo o seu potencial para construir algo novo, ele não segue mapas, ele faz mapas! Num mundo fortemente marcado por uma religiosidade inoperante, que produziu um sedentarismo de consciência e, por conseguinte, uma espiritualidade desprovida de ações, quero lançar o desafio para que você se torne um Empreendedor Espiritual! Trata-se de algo novo, uma nova doutrina, uma nova revelação? Não, de forma alguma. Apenas um chamado para que a fé seja vivida aos moldes do Evangelho. Parece óbvio? Mas não é! O Empreendedor Espiritual é desafiado a romper com os velhos preceitos da religião, quebrar suas concepções maniqueístas, libertar-se do status quo institucional. Sim, para abrir novas possibilidades e experimentar perspectivas mais profundas da fé em Jesus, é preciso olhar por cima do muro da igreja, sair da mecânica dos ritos do templo, desvencilhar-se dos velhos paradigmas litúrgicos, romper com os condicionamentos da sistematização doutrinária que foi manipulada para entorpecer mentes e corações. Assista a esta mensagem, dê um chance ao Espírito Santo para que haja um reavivamento em sua vida!


 

05 abril 2016

Princípios Financeiros da Economia do Reino

Finanças é assunto dos mais controversos e polêmicos dentro de igrejas. Para tratá-lo, temos também de adentrar em terreno difícil, que diz respeito tanto à gestão das finanças pessoais, quanto profissionais. A administração do dinheiro, na vida de um discípulo de Jesus, segue princípios que visam produzir saúde ao ser, desenvolver camadas espirituais que foram atrofiadas pela queda, produzindo uma existência egoísta e, não raro, o fomento da avareza, que gera na alma um mal sem precedentes. Dentro desta temática, a questão central a pensarmos é que, na Economia tradicional, lidamos essencialmente com a tentativa de equilibrar as demandas da sociedade em contra partida da escassez dos recursos disponíveis no planeta. Mas, no Reino de Deus, os recursos são infinitos, pois Deus é o dono do outro e da prata, todo poder está em suas mãos! Então, tratar com finanças na perspectiva da vontade de Deus é algo que quebra todos os paradigmas com os quais estamos acostumados a viver! Por exemplo: o conceito de prosperidade, na perspectiva do Evangelho, não é o acúmulo de riquezas, mas a capacidade de repartir e distribuir com outros aquilo que se tem. Sim, é o próprio Jesus que ensina isso quando afirma: “Dai e vos será dado”, numa clara demonstração de que Deus deseja que sejamos canais de sua graça e do estabelecimento de sua justiça, e isso com vistas a manter o equilíbrio entre os que têm em abundância e os que estão desprovidos de tudo. Quer saber mais? Assista a esta desafiadora mensagem e aprenda sobre os sete princípios que poderão fazer a grande diferença na sua relação com o dinheiro!


                           

31 março 2016

Quando a Religião Serve à Política



A religião, historicamente, sempre foi usada como ferramenta de manipulação das massas pela política. Constantino que o diga... A simbiose entre estas duas potestades, produz, ao menos, quatro fenômenos sócio-religiosos, conforme a seguir.

O primeiro é a criação de uma cultura do medo, onde os sacerdotes são alçados a uma categoria de mitos divinizados, pois, tocar no “Ungido”, é tocar em Deus! Com o policiamento comportamental, pessoas são controladas pela via do medo do castigo, seja ele em forma de disciplina eclesiástica pública, seja pela via do bullying fraterno, onde os “irmãos” se afastam daquele que violou o código de conduta coletiva, seja pela ação raivosa de “Deus”, que pune quem não segue a “regra do jogo”. Para a religião, não basta o sacerdote se interpor entre os homens e o Criador, ela precisa controlar também as relações entre os homens e seus semelhantes.

O segundo é a alienação do fiel quanto às dinâmicas da vida, ou seja, quanto mais religião, mais separação do “mundo”, é o noeploatonismo embalado para consumo religioso. Desde há muito, a igreja prega um Evangelho que exclui o indivíduo da realidade cotidiana, suprimindo dele o apreço pela arte, pela cultura, pela política, pela economia. A alienação religiosa é um poderoso meio de controle, cria uma geração de descerebrados, produz na linha de série da igreja-indústria gente que lê a bíblia, mas não lê o jornal, indivíduos que se envolvem com a agenda de programas da denominação, mas que não tem tempo para ir ao cinema, a um show artístico, ou até para investir nos estudos e na profissão. A religião produz um apagão intelectual, isola o sujeito entre as paredes do templo, torna a existência um subproduto das doutrinas da igreja, tenciona impermeabilizar o contato com o mundo real.

O terceiro é a conformação com a miséria, uma vez que o religioso é ensinado que a vida aqui na Terra deve ser uma experiência de sofrimento e renúncia, de privação e desprazer. A verdade é que crente bom é crente pobre! Transportar toda alegria e prazer que alguém pode experimentar para uma vida vindoura, com a promessa de um paraíso perfeito, tem por finalidade produzir uma letargia existencial, um anestesiamento de mente, cultivar a cultura da subserviência, induzir uma subjugação social, levar o povo a ser domesticado tornando-o inofensivo. Ora, essa doutrinação foi largamente utilizada, sobretudo, na América Latina, marcada historicamente por governos totalitários e ditatoriais, pobreza extrema, tanto no campo quanto nas cidades, além de baixos níveis de escolarização e acesso a serviços essenciais. Bem afirmou Dom Hélder Câmara, “Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres, chamam-me de comunista”.

Por último, temos a rendição da crença às questões metafísicas, ou seja, quanto mais “espiritual” melhor, quanto mais à fé aponte para o sobrenatural, mas riqueza haverá na experiência com o sagrado. A metafísica religiosa amputa uma parte essencial da doutrina de Jesus, que é a preocupação com a justiça e com os dramas sociais, produz uma espiritualidade mágica, catártica e performática, revela um Deus fantasioso e vicia os “pagantes” à necessidade do espetáculo. Por isso, tanto “demônio” e tantos “milagres”! Vender religião é vender, sobretudo, o impossível, o intangível, e a metafísica religiosa se locupleta desta necessidade do ser humano de alcançar o divino para entretê-lo com a pirotecnia litúrgica, cultos teatrais com efeitos spilberguianos, muitos carismas disponíveis para uso, mas quase nenhum caráter que seja apto para torná-los úteis a qualquer coisa proveitosa para o bem.

Em minha experiência pastoral, tenho encontrado um sem número de pessoas marcadas por todos ou alguns destes tópicos acima. A violência religiosa é uma violência contra a alma humana, é um estupro da consciência, produz, por vezes, danos irreparáveis. Num tempo e numa sociedade onde o matrimônio está cada vez mais fragilizado, o casamento entre política e religião continua firme, e dando muitos frutos...

Carlos Moreira.

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É importante esclarecer que este BLOG, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença". Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias. Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.

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