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02 setembro 2019

Sacrifício de Tolos: Quando a Ortodoxia Destrói a Fé

Eu tenho afirmado, recorrentemente, que todo fundamentalismo, seja político ou religioso, tem um vértice comum, que é a ideia de que só um lado possui a supremacia em todas as questões, motivo pelo qual não pode ser questionado. Corrobora comigo neste pensamento o filósofo inglês do século XX, Karl Popper, quando afirma “Não é possível discutir racionalmente com alguém que prefere matar-nos a ser convencido pelos nossos argumentos”. A religião é capaz de produzir coisas imponderáveis. Boa parte das tragédias humanas, tiveram, como pano de fundo, motivações religiosas, sobretudo no ocidente cristão, e isso diz respeito não só a fenomenologia do coletivo, no macro-social, mas também nas questões ligadas ao âmbito do indivíduo, nas suas relações mais próximas, como o trabalho e a família. Nesse sentido, levando em consideração os meus 36 anos de caminhada na fé, eu poderia relatar, certamente, centenas, talvez milhares de situações em que vi pessoas fazerem coisas impensáveis em termos religiosos, insanidades imponderáveis, bizarrices, ações comportamentais fruto, na maioria das vezes, de um tipo de espiritualidade ortodoxa que acaba por se revelar profundamente adoecedora, o que denota que o indivíduo jamais teve qualquer compreensão do Espírito do Evangelho. Quantos eu vi sofrer por conta disso, alguns tiverem seus melhores anos inutilizados, fui testemunha de casamentos que involuíram por conta de crenças infundadas, assisti famílias inteiras adoecerem física e psiquicamente, com desdobramentos sobre seus descentes, encontrei gente sequelada com todo tipo de trauma, aleijados de alma, desequilibrados emocionais, pessoas que introjetaram no ser um personagem que surgia de dia, mas tendo de ir dormir com uma outra realidade a noite. Quando analiso de forma mais cuidadosa o fenômeno, percebo que muitas dessas pessoas foram vítimas de pastores perversos, de doutrinas insanas, outras tantos sofreram por conta de heranças generacionais e houve ainda os que foram soterrados pelas tradições familiares. Eu sei, como ministro do Evangelho, o quanto uma igreja pode ser algo bom na existência humana, sou testemunha de como é salutar uma comunidade de fé sadia, que promova a paz e o bem na vida, mas não posso negar, também, que ambientes religiosos são, por vezes, extremante adoecedores, pois a mais infame forma de marcar, negativamente, o caminho de alguém, é fazer o mal afirmando ser ele o bem, e tudo isso em nome de Deus. Assista a mensagem e aprenda a como não se tornar um radical em sua fé.


 

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É importante esclarecer que este BLOG, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença". Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias. Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.

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