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31 janeiro 2017

Espiritualidade da Alma




“Espiritualidade da Alma” é a forma como chamo o fenômeno da histeria presente em muitas igrejas de linha “renovada”, pentecostal e pós-pentecostal. Sim, é a volta da doutrina grega repaginada da catarse, algo que se podia ver não só na religião, mas também na medicina e filosofia da antiguidade.

Os rituais visavam à libertação, expulsão ou purgação de tudo o que fosse estranho à essência ou natureza de um ser, aquilo que podia corrompê-lo. Portanto, certos “cultos de liberta
ção” em nosso tempo, sob o manto da busca da santidade, nada mais são do que essas práticas reeditadas com glacê místico e pirotecnia moderna, tudo regado a muito “louvor”, algo capaz de embalar o estado de frenesi que neles se instalam.

Indivíduos como Benny Hinn e outros “apóstolos” e “bispos” da igreja contemporânea, figuras carimbadas no mundinho gospel, nada mais são do que “indutores” para a liberação de manifestações de gente com distúrbios na psique e fragilização emocional. 


Eles são, na verdade, a “mídia”, o meio pelo qual repressões de natureza psicológica, abusos, recalques, castrações, sublimações, estoques sexuais reprimidos e toda sorte de “energia” acumulada no ser vem à tona, daí tanta pirueta, tanta queda, tanto tremilique, compulsões, risos desenfreados e choros compulsivos.

O que é tudo isso? Carne, nada mais, a alma vazando larvas de vulcão, tudo que se acumulou no esgoto do ser ao longo de uma vida inteira, algo que, raramente, produz efeito para além do culto, ou seja, mudanças profundas que tenham desdobramentos reais na vida real.

Ora, esses acontecimentos não são uma exclusividade do pentecostalismo surgido no início do século XX, e do qual herdamos modelos e doutrinas através dos missionários americanos. Se você for estudar os avivamentos pós-reforma protestante, verá que eles eram seguidos das mesmas manifestações, ainda que o caráter e conteúdo da pregação fossem outros, algo totalmente diferente do que é apresentado nos nossos dias.

Assim, o fenômeno é espiralizado, pode retrair-se e expandir-se conforme contextos sociais e culturais da humanidade, somem e surgem de geração em geração, mas podem ser facilmente discernidos por todo aquele que carrega em si a consciência do Evangelho. 


Carlos Moreira


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