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Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

29 agosto 2018

O Triunfo do Brasil será o seu Fracasso





O povo brasileiro está doente e a culpa, em boa parte, não é sua. Sim, esta patologia que nos aflige é fruto de séculos de descaso com a coisa pública, do escárnio com a vida daqueles que não possuem representatividade, pois são invisíveis sociais, e também é resultado de uma ignorância endêmica mantida programaticamente por um sistema perverso que visa produzir alienados em série.

É fato, pois a história nos revela, que grandes nações do mundo viveram este mesmo “estado das coisas”, ainda que há séculos atrás, é bem verdade, mas nós temos o atenuante de sermos um País relativamente novo, com apenas 500 anos, ainda temos muita “merda” a fazer...

Pois bem, eu estou convencido que o Brasil precisa do Jair Bolsonaro, ainda que eu jamais possa conceber em votar nele. Bolsonaro, não à toa, representa um mito que foi pacientemente construído no imaginário nacional, ele não é real, é uma “carranca”, assumiu uma personalidade fruto do inconsciente coletivo, não passa de uma projeção da indignação e do descaso do povo contra a política, assumiu ares messiânicos, é reverenciado como um ser acima do bem e do mal, pois dele se espera a solução para os nossos problemas.

O Brasil precisa de Bolsonaro porque só será possível experimentarmos um novo tempo quando esta “era” terminar, quando estivermos, irreversivelmente, mergulhados no caos, quando os mitos morrerem, quando o desencanto nos for jogado na cara sem mais alternativas para desculpas ou escapismos.

Os Gregos, de quem o ocidente é filho, só deu seu salto civilizatório quando os mitos morreram abrindo espaço para o surgimento do pensamento filosófico, inquieto por natureza, questionador em sua essência, escrutinador da verdade. Foi olhando para a realidade e para os fenômenos tangíveis que eles avançaram como sociedade, o “caos” produziu a centelha de lucidez necessária às mudanças, deuses, bestas e feras ficaram para trás, não passavam de representações da infância da consciência e do saber.

Na mesma perspectiva, outro evento que mudou drasticamente o ocidente foi a Queda da Bastilha na França do século XVIII. Ali encontrava-se uma sociedade corrompida, onde os ricos e aristocratas refestelavam-se na opulência e o povo morria de fome as portas do Palácio de Versalhes. Foi o “caos” que produziu o “Haja Luz” da França, a decadência econômica foi o combustível que alimentou o motor de propulsão para fazer explodir a revolta popular que levou para a guilhotina o rei Luiz XVI e sua esposa Maria Antonieta e pavimentou o caminho para que o País se tornasse a potência que é hoje.

Um pouco antes, no século XVI, outro acontecimento de importância ímpar para o ocidente teve suas origens no “caos”. Falo da Reforma Protestante, do século XVI, que quebrou, na idade média, o ciclo de séculos de escuridão e obscurantismo de uma igreja decadente e corrupta. As Teses de Lutero, restritas a esfera religiosa, tiveram desdobramentos intangíveis na economia e na política, como bem escreve Weber no clássico “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”. Mas assim como todos os outros, este foi um evento tecido pacientemente pelo tempo, como uma teia de aranha, até que todas as condições para a insurreição estivessem devidamente alinhadas.

O trabalho do historiador é preservar a memória dos fatos e o dos filósofos questionar seus fundamentos. Assim, do ponto de vista da fenomenologia do que sucede no Brasil, estamos avançando no trilho que nos levará ao caos, o que me faz alimentar uma esperança de que, em algumas décadas, talvez, vejamos um novo Brasil surgir das cinzas.

Desta perspectiva, penso, Bolsonaro é a melhor alternativa, não porque seja o mais preparado, o mais experiente ou o menos corrupto, mas porque representa a melhor alternativa para chegarmos rapidamente ao fim da linha.

Portanto, não adianta você argumentar, mostrar números, falas, pensamentos, questionar a falta de competência, a falta de habilidade, de capacidade de gestão, nada fará os eleitores de Bolsonaro desistirem dele, pois “mitos” só morrem quando expostos a luz da realidade do cotidiano humano.

No fundo, Bolsonaro não passa de uma antítese da Dilma, que fez a primeira parte da lição para quebrar o Brasil. Ela é mulher, ele homem, ela é descasada, ele é o baluarte da família, ela é “comunista”, ele é de extrema direita, ela é subversiva, ele é militar, ela é “gestora”, ele aprovou em 17 anos meia dúzia de projetos na Câmara, ela é agnóstica, ele é cristão. Dilma, para mim, foi a tese; Bolsonaro, caso eleito, pode vir a ser a antítese. A síntese, todavia, e para minha esperança, será acordarmos, definitivamente, deste “berço esplêndido” no qual somos ninados deste o descobrimento do País.

Outubro está aí, falta só mais um pouco, quem viver, verá...


CM – Carlos Moreira



** Este pequeno post não tem o objetivo de ofender eleitores de Bolsonaro ou de Dilma, muito menos tem a pretensão de demove-los de seu voto. Da minha parte, estou apenas analisando, ainda que muito superficialmente, o atual fenômeno social e político do Brasil. Portanto, não tenha raiva de mim, nem me atire pedras – kkkk – eu não pretendo, em absoluto, ser o dono da verdade e da razão.

28 agosto 2018

Podres Poderes: como agem os Feiticeiros do Sagrado - Parte - 2

Desde sempre, as dimensões do sagrado e do sobrenatural habitam o inconsciente coletivo da humanidade. De fato, nos sentimos atraídos por aquilo que não explicamos, pelo transcendente, pela metafísica e pela fenomenologia das aparições e interações de entes espirituais com homens de carne e osso. Cícero, o famoso orador romano, afirma com propriedade: “Não há povo tão bárbaro, tão primitivo, que não admita a existência de Deus ou um deus ou vários deuses, ainda que se engane sobre sua natureza”. Sim, desde o Egito antigo, passando pela saga dos Hebreus na palestina, analisando o decurso da história de Babilônicos, Persas e Gregos, não há como negar a influência das divindades na modelagem de culturas e nações. Mas onde há religião, há também intermediação, pois a premissa inamovível de toda religião é patrocinar reconexões, intermediar o encontro entre o eterno e o passageiro, entre o absoluto e o relativo. Assim, laçam-se nesta tarefa sacerdotes, profetas, magos, feiticeiros, sensitivos, médiuns, paranormais, místicos, todos cônscios do papel de falar e agir em nome de uma determinada entidade ou deus. E no exercício deste chamado, há homens bons e maus, há gente séria e apóstatas, há os puros de coração e os possuídos de malícia. No Brasil, sobretudo nos últimos 20 anos, assistimos aterrorizados o crescente aumento de gente totalmente desqualificada para lidar com as coisas de Deus. Vemos, com imensa tristeza, pastores, padres, bispos, evangelistas e pseudo-apóstolos se extraviarem de maneira irrecuperável. Os problemas são incontáveis: alquimia da mensagem, manipulação, chantagem, charlatanismo, demonização da vida, extorsão financeira, estupro espiritual, esmagamento emocional, bruxaria, sincretismo, estelionato, a lista é infindável, assim como também são infindáveis as vítimas. Nestes meus 35 anos de caminhada, o que mais tenho encontrado é gente aviltada, iludida, machucada, joguetes nas mãos de lobos vorazes, pessoas simples e ingênuas sendo devoradas por abutres argutos, indivíduos cheios de ambição e maldade. Assista e aprenda a discernir!


 

23 agosto 2018

Podres Poderes: como agem os Feiticeiros do Sagrado - Parte-1

Desde sempre, as dimensões do sagrado e do sobrenatural habitam o inconsciente coletivo da humanidade. De fato, nos sentimos atraídos por aquilo que não explicamos, pelo transcendente, pela metafísica e pela fenomenologia das aparições e interações de entes espirituais com homens de carne e osso. Cícero, o famoso orador romano, afirma com propriedade: “Não há povo tão bárbaro, tão primitivo, que não admita a existência de Deus ou um deus ou vários deuses, ainda que se engane sobre sua natureza”. Sim, desde o Egito antigo, passando pela saga dos Hebreus na palestina, analisando o decurso da história de Babilônicos, Persas e Gregos, não há como negar a influência das divindades na modelagem de culturas e nações. Mas onde há religião, há também intermediação, pois a premissa inamovível de toda religião é patrocinar reconexões, intermediar o encontro entre o eterno e o passageiro, entre o absoluto e o relativo. Assim, laçam-se nesta tarefa sacerdotes, profetas, magos, feiticeiros, sensitivos, médiuns, paranormais, místicos, todos cônscios do papel de falar e agir em nome de uma determinada entidade ou deus. E no exercício deste chamado, há homens bons e maus, há gente séria e apóstatas, há os puros de coração e os possuídos de malícia. No Brasil, sobretudo nos últimos 20 anos, assistimos aterrorizados o crescente aumento de gente totalmente desqualificada para lidar com as coisas de Deus. Vemos, com imensa tristeza, pastores, padres, bispos, evangelistas e pseudo-apóstolos se extraviarem de maneira irrecuperável. Os problemas são incontáveis: alquimia da mensagem, manipulação, chantagem, charlatanismo, demonização da vida, extorsão financeira, estupro espiritual, esmagamento emocional, bruxaria, sincretismo, estelionato, a lista é infindável, assim como também são infindáveis as vítimas. Nestes meus 35 anos de caminhada, o que mais tenho encontrado é gente aviltada, iludida, machucada, joguetes nas mãos de lobos vorazes, pessoas simples e ingênuas sendo devoradas por abutres argutos, indivíduos cheios de ambição e maldade.

 

18 agosto 2018

Afinal, o que Desejava Jesus?




A LITURGIA de Jesus era o Caminho de cada manhã e os SACRAMENTOS todo encontro humano travado no chão dos dias. Em Jesus, CULTO é celebração da vida, em todo canto possível, a qualquer hora, e ADORAÇÃO a Deus é, antes de tudo, reverência solidária para com o próximo. 

O TEMPLO de Jesus foram os descampados da Galiléia e a PREGAÇÃO a encarnação da Palavra que só existia em forma de texto. Os OFICIAIS de Jesus eram homens simples, que sabiam que entre eles não havia hierarquias ou distinções, o maior lavava os pés de todos, não se chamavam por títulos, eram apenas amigos e irmãos. 

MISSÃO para Jesus era carregar a boa nova nas trilhas do cotidiano, e assim, indo pelas esquinas da vida, fazer o bem e buscar a justiça. DÍZIMO para Jesus era a oferta dadivosa espontânea, dada por aqueles que se sentiam abençoados para ajudar na implantação do Reino, sem apelos, sem constrangimentos, se manipulações. 

Portanto, IGREJA, para Jesus, tem a ver com estas perspectivas, foi isso que ele disse a Pedro que edificaria. Depois disso veio a necessidade de aditar a mensagem o método grego-aristotélico, para produzir a apologética do século II, em seguida a disposição organizacional de bispados com suas geografias mandatárias, e no século IV a invenção do cristianismo como ideologia político-religiosa para promover o novo desenho arquitetônico do poder de Constantino sob o Império Romano. 

Daí vieram catedrais e cátedras, projetos expansionistas e poder terreno, posse de latifúndios territoriais e influência política, normatizações doutrinárias, dogmas e confissões. Quem conhece a história sabe que não estou mentindo, a adulteração do que propôs o Galileu é grotesca. 

Mas desmontar a engrenagem criada é quase impossível, porque junto com a queda de todo aparato vem também a destruição do poder de homens que se tornaram donos da marca “Jesus” e proprietários da holding “Igreja”. Se você, todavia, desejar voltar a simplicidade da fé e a pureza do Evangelho, é só viver na dimensão do que ele encarnou e ensinou, obviamente serás tachado de herege e desviante, de louco e blasfemo, mas, que importa, como bem disse Jiddu Krishnamurti, filósofo e educador indiano, “Não é sinal de saúde estar ajustado a uma sociedade doente”. 

Mas o chocante mesmo é perceber que o que nós chamamos de igreja não faria qualquer sentido para Jesus se ele estivesse vivendo encarnado entre nós... 

Carlos Moreira


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É importante esclarecer que este BLOG, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença". Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias. Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.

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