Cada vez que paro e reflito
sobre as coisas com as quais estou envolvido sinto que “corro atrás do vento”.
Boa parte daquilo que eu faço não me levará a lugar algum; constato com
tristeza.
Percebo isso com mais clareza quando o meu corpo exausto de uma rotina sem sentido adoece. As doenças, em alguns casos, são as melhores amigas do ser humano porque o fazem perceber a sua loucura.
Elas nos ajudam a sair de nós mesmos e ver como são fúteis os projetos nos quais estamos envolvidos. Como observou Nietzsche certa vez: “É preciso sair da cidade para ver a que altura fica às torres”.
Estamos afundados até o pescoço em uma grande ilusão. Aquilo que chamamos erroneamente de “ganhar a vida”, não passa de algo que nos ajuda
a perdê-la. Como dizia uma antiga música de Belchior: “caminhamos para a morte pensando em vencer na vida”.
As nossas muitas e fúteis atividades não nos deixam tempo nem para mastigar a comida que comemos. Fazemos uma coisa pensando na próxima, nos deitamos hoje pensando no trabalho de amanhã.
Um dia me apanhei comendo enquanto caminhava para o local de trabalho porque para mim tornou-se comum comer andando e dirigir comendo. Como podem ser saudáveis e felizes pessoas que comem enquanto andam?
A maior parte das coisas que fazemos tem finalidades egoístas e mesquinhas. Além do mais, as pessoas com quem nos relacionamos todos os dias, em sua maioria, sentiriam grande prazer em nos verem arruinados.
Tudo isso não poderia ser diferente uma vez que objetivos mesquinhos geram pessoas mesquinhas. Não passamos de máquinas burras de trabalhar que deveriam procurar fazer menos e ser mais.
Somos escravos das próprias necessidades que criamos em um ato de loucura e disparate. Falamos de liberdade e vivemos cada vez mais cativos; forjamos as próprias correntes que nos prendem nas trevas como os homens do mito da caverna de Platão!
Talvez o antídoto para tudo isso seja deixar um pouco de lado a realidade, dormir e sonhar. Pois, como explicou Erich Fromm: “no sono, o reino da necessidade cede lugar ao da liberdade”. Só somos livres de fato enquanto dormimos!
Talvez precisemos primeiro adormecer para só depois despertar. O homem acordado dorme, mas aquele que sonha realmente acordou.
André Pessoa via Século XXI
Percebo isso com mais clareza quando o meu corpo exausto de uma rotina sem sentido adoece. As doenças, em alguns casos, são as melhores amigas do ser humano porque o fazem perceber a sua loucura.
Elas nos ajudam a sair de nós mesmos e ver como são fúteis os projetos nos quais estamos envolvidos. Como observou Nietzsche certa vez: “É preciso sair da cidade para ver a que altura fica às torres”.
Estamos afundados até o pescoço em uma grande ilusão. Aquilo que chamamos erroneamente de “ganhar a vida”, não passa de algo que nos ajuda
a perdê-la. Como dizia uma antiga música de Belchior: “caminhamos para a morte pensando em vencer na vida”.
As nossas muitas e fúteis atividades não nos deixam tempo nem para mastigar a comida que comemos. Fazemos uma coisa pensando na próxima, nos deitamos hoje pensando no trabalho de amanhã.
Um dia me apanhei comendo enquanto caminhava para o local de trabalho porque para mim tornou-se comum comer andando e dirigir comendo. Como podem ser saudáveis e felizes pessoas que comem enquanto andam?
A maior parte das coisas que fazemos tem finalidades egoístas e mesquinhas. Além do mais, as pessoas com quem nos relacionamos todos os dias, em sua maioria, sentiriam grande prazer em nos verem arruinados.
Tudo isso não poderia ser diferente uma vez que objetivos mesquinhos geram pessoas mesquinhas. Não passamos de máquinas burras de trabalhar que deveriam procurar fazer menos e ser mais.
Somos escravos das próprias necessidades que criamos em um ato de loucura e disparate. Falamos de liberdade e vivemos cada vez mais cativos; forjamos as próprias correntes que nos prendem nas trevas como os homens do mito da caverna de Platão!
Talvez o antídoto para tudo isso seja deixar um pouco de lado a realidade, dormir e sonhar. Pois, como explicou Erich Fromm: “no sono, o reino da necessidade cede lugar ao da liberdade”. Só somos livres de fato enquanto dormimos!
Talvez precisemos primeiro adormecer para só depois despertar. O homem acordado dorme, mas aquele que sonha realmente acordou.
André Pessoa via Século XXI