Cultura é uma coisa difícil de ser quebrada, depois que foi absorvida pelo indivíduo, passa a ditar o seu comportamento, a maneira como ele trabalha, se relaciona, se diverte, seus hábitos econômicos e até mesmo suas escolhas políticas. Do ponto de vista da fé, não é diferente, a religião molda a nossa forma de pensar e de agir e, invariavelmente, interfere na nossa rotina influenciando todos os padrões presentes em nossas dinâmicas existenciais. Nos últimos 15 anos, uma legião enorme de pessoas tem deixado instituições religiosas. Muitas delas se desencantaram com o modelo de espiritualidade proposto, outras tantas se desiludiram com as práticas eclesiásticas e há também um número significativo dos que foram enganados pelo ensino de doutrinas tipicamente abusivas. Para se ter uma ideia, calcula-se que há hoje fora das igrejas a mesma quantidade de pessoas que estão dentro delas. Mas independente destas pessoas frequentarem ou não um novo grupo, o que elas possuem em comum, na maioria das vezes, é a manifestação da dita “síndrome da abstinência religiosa”, essa patologia que apresenta como sintoma a manifestação das velhas práticas espirituais. Uma vez que a cultura institucional se instalou na consciência do indivíduo como padrão, é muito difícil removê-la, o vício religioso é um dos mais difíceis condicionamentos humanos a ser quebrado na mente e no coração. Via de regra, o sujeito sai da denominação, mas a denominação não sai de dentro dele, a libertação plena pode levar anos e, não raro, jamais é alcançada, as sequelas podem ser leves ou profundas, podem ser individuais ou coletivas, no caso de famílias. Assista a mensagem e aprenda como combater a abstinência religiosa.