“Procura vir ao meu encontro o mais depressa possível”. 2ª Tm. 4:9.
O ano é, provavelmente, 66 d.C, Paulo está preso em Roma e vive seus momentos finais antes do martírio, ele agora é um homem velho, está cansado de toda a jornada, sua visão está muito comprometida e sua alma aflita.
No texto escrito a seu filho Timóteo é perceptível o desânimo e a tristeza, ninguém havia se disposto a defende-lo no tribunal, a solidão é notória, depois de servir e atender a tantos, Paulo agora não encontra solidariedade em ninguém.
O ano é, provavelmente, 66 d.C, Paulo está preso em Roma e vive seus momentos finais antes do martírio, ele agora é um homem velho, está cansado de toda a jornada, sua visão está muito comprometida e sua alma aflita.
No texto escrito a seu filho Timóteo é perceptível o desânimo e a tristeza, ninguém havia se disposto a defende-lo no tribunal, a solidão é notória, depois de servir e atender a tantos, Paulo agora não encontra solidariedade em ninguém.
Esse é o homem que gastou parte da vida abrindo igrejas na Ásia menor, alguém que ajudou milhares com suas cartas, que ensinou de casa em casa, de porta em porta, que passou noites insones ouvindo dramas alheios, aconselhando os quebrados da vida, acolhendo desgarrados, levantando ofertas para os famintos, donativos para desabrigados. Paulo é aquele que escreve a Filemon pedindo por Onésimo, um escravo que havia fugido, que cuida de Epafrodito a beira da morte, e o envia, depois, aos Filipenses, para recobrar a alegria, que ensina Silvano, Apolo, Lucas e o próprio Timóteo, além de outros tantos, preparando-os para o ministério.
Quanto custaria a epístola aos Romanos? Qual o preço para ensinar o que é a justificação pela fé? Quanto valeria uma hora de Paulo? Ele nunca cobrou... Mas agora o apóstolo está fragilizado, ele escreve àquele a quem tem como filho e diz “Venha depressa ao meu encontro, estou sentindo a chegada da morte”, numa interpretação livre dos versos 6 e 9 do capítulo 4.
Já encontrei tantos assim, sentindo-se solitários ao final da jornada e sem apoio ou cuidado dos que serviu com dedicação. Sim, o Caio Fábio que o diga, foi de herói a herege dentro de sua própria geração, é dele a célebre frase “A igreja é o único exército que mata os seus feridos”.
Tão diferente de Davi, que chorou a morte de Saul e de Jônatas e lamentou pela grande perda de Israel – “Como caíram os valentes na batalha...”. Nós não olhamos para os velhos, nem para os cansados, nem para os falidos e quebrados. Fomos ensinados que quem é de Deus é “vencedor”, é “cabeça”, e não cauda, é o que come das primícias, não sente medo, nem angústias, nunca fica só ou desamparado, não passa necessidade e tem sempre na mesa a fartura das iguarias dos reis.
Obrigado, Paulo, por que mesmo morto serves de exemplo e consolo para quem, como eu, se sente esmagado pela vida. Obrigado por revelar-nos sua humanidade, sua fraqueza e até seu desatino, por nos ensinar que a vida dos homens de Deus é feita de ambiguidades, “Tanto de fartura como de fome, assim de abundância como também de escassez”.
Termino com um apelo: olhe para o lado, alargue seus horizontes, saia do seu eixo, do seu comodismo, deixe seu egoísmo, talvez tenha gente a seu lado gemendo, agonizando em tristeza, sucumbindo em necessidades. Sim, você pode não ser a solução, mas pode ser alívio, estenda a mão e toque nessa dor, seu toque pode ser a cura que tanto se espera, quem sabe um telefonema, uma visita, uma conversa no fim do dia. A gente acha que não pode fazer nada por que não tem grana, mas há tanto que podemos realizar mesmo sem abrir a carteira – um conselho, uma indicação, uma oportunidade. Está nas suas mãos!
Quanto custaria a epístola aos Romanos? Qual o preço para ensinar o que é a justificação pela fé? Quanto valeria uma hora de Paulo? Ele nunca cobrou... Mas agora o apóstolo está fragilizado, ele escreve àquele a quem tem como filho e diz “Venha depressa ao meu encontro, estou sentindo a chegada da morte”, numa interpretação livre dos versos 6 e 9 do capítulo 4.
Já encontrei tantos assim, sentindo-se solitários ao final da jornada e sem apoio ou cuidado dos que serviu com dedicação. Sim, o Caio Fábio que o diga, foi de herói a herege dentro de sua própria geração, é dele a célebre frase “A igreja é o único exército que mata os seus feridos”.
Tão diferente de Davi, que chorou a morte de Saul e de Jônatas e lamentou pela grande perda de Israel – “Como caíram os valentes na batalha...”. Nós não olhamos para os velhos, nem para os cansados, nem para os falidos e quebrados. Fomos ensinados que quem é de Deus é “vencedor”, é “cabeça”, e não cauda, é o que come das primícias, não sente medo, nem angústias, nunca fica só ou desamparado, não passa necessidade e tem sempre na mesa a fartura das iguarias dos reis.
Obrigado, Paulo, por que mesmo morto serves de exemplo e consolo para quem, como eu, se sente esmagado pela vida. Obrigado por revelar-nos sua humanidade, sua fraqueza e até seu desatino, por nos ensinar que a vida dos homens de Deus é feita de ambiguidades, “Tanto de fartura como de fome, assim de abundância como também de escassez”.
Termino com um apelo: olhe para o lado, alargue seus horizontes, saia do seu eixo, do seu comodismo, deixe seu egoísmo, talvez tenha gente a seu lado gemendo, agonizando em tristeza, sucumbindo em necessidades. Sim, você pode não ser a solução, mas pode ser alívio, estenda a mão e toque nessa dor, seu toque pode ser a cura que tanto se espera, quem sabe um telefonema, uma visita, uma conversa no fim do dia. A gente acha que não pode fazer nada por que não tem grana, mas há tanto que podemos realizar mesmo sem abrir a carteira – um conselho, uma indicação, uma oportunidade. Está nas suas mãos!
Saiba, meu amigo, ninguém se deprime porque quer, a angústia não chega com hora marcada, não há como precaver-se, a dor não suporta fila de espera, a gente morre em pé, escorado na pilastra da desilusão. "Aguente firme!", é o que digo a você que está no vale da sombra da morte, o socorro está chegando, o teu socorro vem do Senhor, ele “Faz forte aos cansados e multiplica as forças dos que não tem nenhum vigor”, como disse Isaías, e o salmista afirma: “Por que estais abatida ó minha alma? Espera em Deus!”. Sim, por vezes, esperar é tudo o que se pode fazer...
Carlos Moreira