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Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

25 abril 2012

Pague e Peque!



De fato, é grande fonte de lucro a piedade com o contentamento”, 1ª. Tm. 6:6

A frase de Paulo foi dita ao seu filho Timóteo num contexto de orientação pastoral sobre diversos preceitos que eram necessários ser observados na igreja. A ambiência subjacente, todavia, tratava de pessoas que não se conformavam com a sã doutrina e faziam alquimia com a mensagem, tendo em vista o enriquecimento ilícito.

Que a religião sempre foi fonte de lucro para os perversos, todos nós já sabemos. No caso da religião dos hebreus não era diferente. Por isso Jesus teve aquela reação tão radical quanto ao comércio que era feito no entorno do templo. Na verdade, Ele acabou sendo a pedra que caiu dentro da engrenagem e, como consequência, acabou por desmantelar todo o sistema.

Quando a igreja começou a se organizar, a partir de Jerusalém, nos deparamos imediatamente com um episódio que nos oferece algumas informações sobre a questão de como o dinheiro era tratado entre “os do Caminho”. O texto que nos traz essa narrativa está no capítulo 5 de Atos, e registra o episódio da morte de Ananias e Safira.

Pois bem, esse casal, de comum acordo, vendeu uma propriedade por certo dinheiro, mas, na hora de trazer a oferta aos “pés dos apóstolos”, subtraiu parte do valor “devido”. Por conta disso e, na minha análise, com intenções “pedagógicas”, Deus permitiu que ambos caíssem mortos diante de toda a comunidade.

Há três questões relevantes nessa passagem que podem nos trazer discernimento e luz para fazermos algumas avaliações sobre esse ponto tão controverso da fé cristã: o dinheiro na igreja. O texto em si não fala do dízimo, mas mostra-nos o espírito que havia entre aqueles que comungavam a fé em Jesus de Nazaré nos seus primórdios. 

Em primeiro lugar, percebemos que a morte sumária de Ananias e Safira demonstra claramente que Deus não estava mais disposto a permitir que se trouxesse diante Dele qualquer oferta sem haver, como contrapartida, a consciência necessária para tal.

Diferentemente da religião do templo, a qual tinha por costume receber sacrifícios sem questionar sua razão ou procedência, agora estava posto um novo paradigma, e ele apontava para o fato de o Senhor não mais admitir que a Ele se trouxesse qualquer que fosse a oferta se essa não viesse acompanhada por uma consciência reverente e um coração devotado.

Em segundo lugar, no verso 3, vemos Pedro questionando severamente Ananias pelo fato de ele ter mentido ao Espírito Santo. Logo em seguida, sem qualquer explicação, o homem expirou e caiu morto.

Fica patente, então, que atitudes performáticas, como a dos fariseus, os quais davam quantias vultosas para se exibirem publicamente e ficarem quites com a “Fazenda Celestial”, não tinham mais qualquer desdobramento ou significado, pois, só na luz e na verdade se poderia caminhar no Caminho. Assim, todo disfarce acabava por se constituir estelionato do ser, dessignificava as razões e intenções do coração e tornava inaceitável tudo o que se desejasse trazer perante Deus.

Em terceiro lugar, no verso 4, Pedro nos coloca diante de duas intrigantes questões. Ele faz duas asseverações bastante relevantes e que dão margem a fazermos algumas conjecturas. Em primeiro lugar: “A propriedade não lhe pertencia?”. E em segundo: “Depois de vendida, o dinheiro não estava em seu poder?”. Ora, o que Pedro está afirmando são duas coisas importantíssimas, a saber:

1 - Que Deus não requer de ninguém que nenhum tipo de oferta lhe seja trazido a não ser que haja motivação no coração para fazê-lo. Os bens que possuímos são nossos por dádiva Sua e assim devem permanecer salvo o caso de haver em nós, de forma livre e espontânea, generosa e apaixonada, consciente e racional, a motivação de vendê-los e ofertá-los. Ninguém, sobre nenhum pretexto, pode ser constrangido a desfazer-se de seus bens sem que deseje fazê-lo, tendo como pretexto e subterfúgio a falsa justificativa de que “Deus” está requerendo aquilo que é “Seu” para a obra do “Reino”.

2 - Que o fruto de toda receita que obtivermos, seja pela venda de um bem e, por analogia, pelo trabalho, pelo recebimento de uma herança, ou seja pelo que for, é nosso, e assim deve continuar salvo haja em nós uma motivação de ofertar parte dela ou mesmo o todo a Deus. O que Pedro afirmou a Ananias foi que, uma vez vendida a propriedade, 100% do valor era seu, e não 90%, descontado o dízimo, ou outro porcentual qualquer. O que ficou posto, portanto, foi que, a partir de então, toda contabilidade que fazemos com o Eterno é uma questão meramente humana, e não um requerimento Divino.

Agora compare esses argumentos, tirados da passagem de Atos capítulo 5, com estes outros textos abaixo:


“Quanto à coleta para o povo de Deus, façam como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda, reservando-a para que não seja preciso fazer coletas quando eu chegar.”, 1 Coríntios 16:1-2


“Porque, se há prontidão, a contribuição é aceitável de acordo com aquilo que alguém tem, e não de acordo com o que não tem.”, 2 Coríntios 8:12 


“No presente momento, a fartura de vocês suprirá a necessidade deles, para que, por sua vez, a fartura deles supra a necessidade de vocês. Então haverá igualdade, como está escrito: “Quem tinha recolhido muito não teve demais, e não faltou a quem tinha recolhido pouco.”, 2 Coríntios 8:14-15 


“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.”, 2 Coríntios 9:7 


Não lhe parece que o espírito de todos eles é o mesmo? Não lhe parece uma espécie de modus operandi da igreja? Eu lhe afirmo que em nenhuma das epístolas de Paulo, que foi o apóstolo que mais abriu igrejas no I século, há qualquer orientação sobre ofertar a Deus que não siga essa cartilha.    

Quando olho para as práticas vigentes em nossos dias, para o espólio dos incautos através da venda de “milagres”, do tráfico de influência, da venda de objetos supostamente imantados, das barganhas feitas com o “sagrado”, das manipulações calcadas em frases de efeito, dos cálculos que garantem o retorno sobre o “investimento”, fico imaginando o que pensa o Todo-Poderoso a respeito disso...

O que temos aí é, na verdade, doutrinas de demônios! É o “pague e peque”, o “dá ou desce”, o “dê que cresce” e o “você merece”. Eu confesso que temo e tremo só de imaginar como o Pai tratará aqueles que estão profanando o Sangue do Cordeiro. Sim, é isto que estão de fato fazendo, uma vez que reeditam a necessidade de realizar novamente sacrifício em prol de alcançar todo tipo de benesse e, de quebra, até a salvação.

E mais... Peca quem faz da igreja seu cabide ministerial, sua realização pessoal, quem retira financeiramente dela aquilo que ela não suporta, quem compromete quase que integralmente todas as receitas para viabilizar o salário de obreiro(s) e pastor(es).

De minha parte, continuarei a asseverar aqui-lo em que creio, conforme vejo em vários textos do Novo Testamento, sobretudo em Paulo, que dá quem quer, quanto quer, como bem entender. Oferta é uma questão de consciência, de zelo, de compromisso, de paixão. Quem não está provido desses pensamentos e sentimentos não deve dar nada a Deus, pois, assim fazendo, torna sua oferta abominação ao Senhor!

Portanto, quem quiser pregar sobre o dízimo que assim o faça, com boa consciência e fé, deixando, contudo, as pessoas livres para fazê-lo com alegria, como recomenda Paulo nos textos que citamos acima. Essa prática, contudo, não deveria se constituir em Lei do Tesouro nem estar associada a textos fora de contexto, como no caso de Malaquias 3, total-mente inaplicável para a igreja, nem tão pouco é razoável haver o estabelecimento de metas e porcentuais a serem alcançados no ofertório, pois, conforme se sabe, igreja não é empresa!

Por fim, se você crê que Jesus é o Cabeça da igreja, então, deixe que Ele se responsabilize por provê-la. Se ela, por algum motivo, vier a se inviabilizar por questões financeiras, melhor mesmo é fechá-la, pois, se o Dono não a deseja, porque nós deveríamos insistir em mantê-la? 
Achou pouco? Então durma com um barulho desse...
 

Carlos Moreira

 

24 abril 2012

Gente "Tarja Preta"





A novela de Jó, descrita nas Escrituras, é maravilhosa e assustadora. De forma inusitada, ela vai de um extremo ao outro da existência. Em um frame, Jó é homem reto, temente a Deus, inculpe e bem sucedido. No outro, todavia, sua vida se torna uma catástrofe: seus filhos morrem, seus bens são destruídos, sua mulher o deixa e seus amigos se revelam tiranos.

Tanta desgraça assim não há quem possa suportar, nem mesmo Jó! Como era de se esperar, sua alma somatiza perdas e danos e derrama sobre o corpo, como larvas de um vulcão, toda a dor e incompreensão que lhe afligem em forma de úlceras e tumores, que vão da planta dos pés até a cabeça. Como bem citou Shakespeare: “Chorar sobre as desgraças passadas é a maneira mais segura de atrair outras”.

E foi assim que Jó, no auge de seu desespero, desencaixado do seu centro gravitacional, desencontrado de sua alma, vasculhou nos escombros de seu íntimo uma nesga de racionalidade e suspirou: “... aquilo que temo me sobrevém, e o que receio me acontece”. Jó 3:25.

De fato, sem qualquer explicação lógica ou motivo aparente – como não raro acontece na programação dos dias –, Jó havia se transformado num para-raios às avessas, capaz de atrair para si toda negatividade e desgraça que pairasse sobre nuvens escuras em dias sombrios.

Observado por esse prisma, ele passa a ser arquetípico, uma representação da materialização da desgraça, da negatividade humana e de tudo que se instala no ser para esculpir o mal. Resta a Jó apenas, como humano que é, entregar-se ao pessimismo e sucumbir à depressão. Cercar-se de racionalizações na busca insana e inumana de explicações e culpados, de justiça!

E é aqui que eu entro, qual um Quixote andante, para descrever uma coisa que a vida tem me ensinado: tem muito “João” por aí que deveria ser apenas João, mas, na verdade, não passa de um Jó disfarçado de “João”. E aqui me refiro a Jó não apenas como modelo de fé e resignação, mas na inteireza de quem ele é, desvelado o seu “dark side ”, pois todo ser é a soma do bem e do mal que nele habita. Nesse sentido, não há personagem bíblico tão de carne e osso quanto Jó.

Vendo os fatos dessa perspectiva, é fácil fazer correlações e perceber que tem gente que faz mal, ainda que este não seja necessariamente o caso de Jó. Sim, há pessoas que são capazes de fazer o sol se pôr ao meio-dia! É gente densa, cinzenta, que tornou-se uma espécie de “buraco negro”, atraindo para si tudo de ruim que gravita ao redor, pois nem mesmo a luz pode delas escapar. Gente assim é “tarja preta”, deve ser evitada, pois certamente causará danos a quem gravitar por perto.

Tenho visto, de forma recorrente, que tais pessoas são capazes de destruir tudo o que encontram pelo caminho, sobretudo pessoas, e fazem isso lhes roubando o sono e até a alegria de ser. Triste, entre-tanto, é saber que, na maioria dos casos, isso não lhes dá prazer, antes, pelo contrário, serve apenas para soterrá-las em si mesmas ainda mais.

Quando a alma chega nesse estágio, os “apetites” normais da vida acabam lhe fugindo. Em seu lugar, entretanto, surge uma “fome” insaciável de tristeza e pessimismo, pois a pessoa acaba se viciando em “devorar” aquilo que lhe mata, traga a miséria com satisfação e bebe do cálice da amargura com sofreguidão.

Se há cura para isso? Há sim, mas, para tal, “João” terá de percorrer o mesmo caminho existencial que percorreu o seu amigo Jó. E qual é esse caminho? Bem, como ele mesmo afirmou: “Meus ouvidos já tinham ouvido a Teu respeito, mas agora os meus olhos Te viram. Por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza”. Jó 42:5-6”.

O caminho que refaz o ser para a vida, que ressignifica os dias e que dá cor à flor e sabor ao pão é a experimentação da Graça como verdade capaz de curar a alma de todos os seus males, pois só assim é possível saber que, mesmo em meio à perda e à dor, há sempre um significado maior para o que nos acomete, uma vez que absolutamente tudo conspira para o bem dos que amam a Deus! Foi assim com Jó e será assim com todo e qualquer “João”.

É por isso que vos afirmo que toda cura passa, irremediavelmente, pela experimentação da Verdade como caminho caminhado, e não como teoria, doutrina ou ensinamento! Os olhos precisam ver a Graça, pois ouvir apenas não basta, e isso a partir de uma nova consciência.

Quem assim o fizer será capaz de aprender a degustar, no banquete da vida, tudo o que lhe for servido como dádiva do amor, pois só dessa forma é possível brotar a pacificação que produz paz e bem ao ser.


Carlos Moreira

 

19 abril 2012

Perdoa-me por não Aceitar a Morte


Eu sei que “a coisa mais certa que a vida inventou foi a morte”, que nós, irremediavelmente, rumamos ao seu encontro. Estou informado, pelos Evangelhos, de que Jesus a venceu e, conforme o escritor de Hebreus, que essa vitória teve como objetivo livrar-me de todo pavor que ela produz. Tenho consciência de que aqueles que morrerem em Cristo, com Ele também ressuscitarão e ainda que, para Deus, ninguém jamais morre, pois, pelo sacrifício do Cordeiro, passam da morte para a vida eterna. Contudo, devo admitir, a morte me incomoda profundamente.

Teologicamente, eu sei que a morte veio com o pecado e, filosoficamente, entendo-a como eterno retorno, ou como afirmou o teólogo Leonardo Boff: “A morte é sim o fim da vida, mas fim entendido como meta alcançada, plenitude almejada e lugar do verdadeiro nascimento”. A morte está associada ao devir ou, como disse o filósofo Nietzsche, à possibilidade de, enfim, tornarmo-nos aquilo que de fato somos, a alternativa que temos para que se viabilize, finalmente, o projeto para o qual fomos concebidos. Mas, ainda assim, ela me inquieta e me intriga.

Tenho convicção de que isto não acontece com você, pois você tem uma fé inabalável e todas as certezas que me faltam. Mas não posso negar que, em cada funeral que participo, me vejo diante de perguntas ainda sem respostas. Sim, enterros e velórios me trazem certo vazio, uma melancolia impertinente para alguém que vive as dinâmicas do sagrado. Mesmo discernindo nas homilias todos os versículos que falam da ressurreição e da vida pós-morte, das promessas de perdão e consolo, não consigo fugir ao fato de que olho para a morte com rancor, com sentimentos de impotência e incompetência.

O que a morte abre como perspectiva não compensa o que elimina de potencialidades. De forma precisa, ela põe fim à criatividade, à engenhosidade humana, sua capacidade de inventar e inverter.

Mesmo compreendendo o escritor do Eclesiastes quando afirma: “Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio”, sinto-me constrangido por não aceitar completamente os desígnios do “Totalmente Outro”, usando aqui a expressão de Karl Barth, teólogo da Basileia. Talvez, na minha falta de fé, esteja mais identificado com o que afirmou Mário Quintana, “a morte não melhora ninguém...”. 

Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor; contudo, é mais necessário, por causa de vocês, que eu permaneça no corpo.”, Fp.1:23-24

Só mesmo Paulo... Está pronto para ir de encontro à morte, pois a vida, com todos os seus matizes, já foi vivida, e em nada mais o fascina ou desafia. Ao mesmo tempo, todavia, está disposto a abrir mão da vida que só pode ser experimentada após a morte, com vistas a que, através de sua morte-vida, os que ainda não receberam em si mesmos a semente da eternidade possam ser ressignificados e preparados para enfrentá-la.

Eu já tive a tristeza incomparável de enterrar meu pai e minha mãe. Mesmo tendo a certeza de que os encontrarei muito em breve, não posso negar a dor que senti. No funeral, muitos esperavam que eu, como homem da religião, pregasse em ambas as ocasiões. Imagina se eu não poderia desprezar uma oportunidade daquelas para “evangelizar” os perdidos? Perdoe-me Senhor, mas não pude fazer tal coisa.

Meu coração estava coberto de ambiguidades: de um lado confortava-me o fato de saber que Jesus é a ressurreição e a vida e que todo aquele que nele crê, ainda que esteja morto, viverá! Do outro, entretanto, estava um ser humano sentindo-se abandonado na avenida por onde passam as coisas concernentes à vida, pois, sendo filho único, percebi-me como alguém que não tinha mais raízes, havia sido desterrado, estava solitário e coberto de solidão.

Sei que bom seria se eu aqui dissertasse mais profundamente sobre aquelas frases clichês que se recitam em enterros, frases do tipo: “ele agora está com Jesus”, ou “estava sofrendo muito, enfim descansou”, ou ainda “este é o caminho de todo vivente”.


Na verdade, todavia, não estou disposto a disfarçar minhas incongruências. A morte não me alegra o coração, não me dá prazer, nem me traz consolação. Perdoa-me, Pai, por ainda pensar assim, por não aceitar esse fim, e muda isso que reside em mim e que resiste ao que só concerne a Ti.


O que sei, e é fato, é que a morte será mesmo o último inimigo a ser vencido, e eu sei que assim será, quando o meu dia chegar. No derradeiro instante, no último lampejo de luz, trarei a mim as Escrituras e lhe direi na face: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está o teu aguilhão?”.


E assim, num abrir e fechar de olhos, deixarei para traz tudo o que fui e me revestirei de tudo o que sou. E será só aí que poderei compreender com total consciência e clareza as sábias palavras de Ernst Bloch, filósofo marxista alemão: “O verdadeiro Gênesis não está no começo, mas no fim”.


Carlos Moreira

16 abril 2012

De Quem é Essa Cruz?


Assista a Mensagem "De Quem é Essa Cruz?", postada logo abaixo. Veja a Sinopse a seguir:


"O mundo é de quem não sente. A condição essencial para ser um homem prático é a ausência de sensibilidade". Fernando Pessoa. Estamos vivendo na sociedade do descaso, da frieza, dos descartáveis, dos recicláveis. Não há nada duradouro em nosso meio, tudo é feito para durar pouco, ser substituído. Por isso as relações são superficiais, os amores são banais, as amizades são triviais.


Nesse “jogo de empurra”, o problema do outro não me diz respeito, ou como fala a canção: “tô nem aí!”. Mas a questão é a seguinte: como experimentar as dinâmicas do Evangelho sem doação, sem negação, sem renúncia, sem abnegação, sem sacrifício? A partir da análise dos últimos momentos de Jesus, vamos observar que as pessoas que se encontram naquela multidão são arquetípicas, ou seja, se projetam das ruas apertadas de Jerusalém para as muitas cenas do cotidiano da existência humana.


Mas a pergunta central, olhando para aquela cena, é: “De Quem é Essa Cruz?”. Para respondê-la, com todas as suas implicações, você terá de se deparar com a possibilidade de, mesmo sem perceber, ter se tornado um dos personagens que estavam naquela sexta-feira assistindo a morte de Jesus.



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É importante esclarecer que este BLOG, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença". Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias. Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.

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