Hoje eu acordei sem entender porque. Acordei por acordar. Assim sem uma razão aparente. Eu só acordei, pronto. Foi o suficiente para perceber que eu não sei o porquê desse relógio ao lado da cama, desses papéis pra assinar, dessa louça pra lavar. Hoje eu chorei sem entender o porque. Chorei só por chorar. Assim sem um motivo plausível. Eu só chorei, ponto. Quando eu choro, o meu estomago chora junto comigo. Quando eu acordo, o meu medo abre os olhos e lamenta o dia seguinte. Só me resta ir ao banheiro e vomitar a solidão embrulhada aqui dentro. O espelho sorri do meu desespero e o telefone me lembra o quanto sou necessária ao mundo lá fora. Ele toca como se dissesse: """"se toca"""". Sim, as pessoas precisam de mim. Até às 18h00. Depois disso, meu mundo silencia e só me resta fazer uma prece para que meu sono chegue logo e dure o tempo da eternidade. Ou, pelo menos, que dure até às 8h00 da manhã do dia seguinte. É quando acordo sem entender o porque. Acordo assim só por acordar. Sem razão aparente ou motivo plausível. Só pra vomitar a solidão mais um pouco, em pausas, entre um alô e outro. Mas, calma: """"é só até às 18 horas"""", penso comigo.
Maíra Viana através do blog Maíra Viana
Maíra Viana é escritora, jornalista, poetisa e faz parte de cena cultural e artística de São Paulo. Além disto, é minha prima e eu a amo muito. Depois de vê-la menina, só a descobri mulher! Vez ou outra sua poesia urbana vai pintar por aqui...
Maíra Viana através do blog Maíra Viana
Maíra Viana é escritora, jornalista, poetisa e faz parte de cena cultural e artística de São Paulo. Além disto, é minha prima e eu a amo muito. Depois de vê-la menina, só a descobri mulher! Vez ou outra sua poesia urbana vai pintar por aqui...