O mistério em torno de quando será a volta de Jesus e o
arrebatamento da Igreja é uma das questões mais controversas da fé cristã.
Especulações das mais diversas já foram realizadas, algumas fantasiosas e
místicas, outras seguindo correntes doutrinárias e sistematizações.
Na verdade, a inquietação quanto ao tema é legítima, uma vez
que trata de eventos cataclísmicos e, na sequência, do fim da vida como nós a
conhecemos. Até mesmo os apóstolos que andavam com Jesus perguntaram a Ele
sobre quando tudo isso sucederia: “Dize-nos quando ocorrerão estas coisas? E
qual será o sinal da tua vinda e do final dos tempos?”. Mt. 24:3(b).
Em sua resposta, a meu ver, Jesus foi extremamente claro, e,
a partir dela, é possível saber, exatamente, quando ele voltará! Agora, para
afirmar consistentemente algo desta natureza, é preciso, antes, analisar duas
questões prioritárias: o “espírito” das sociedades e as ambiências
sócio-culturais da humanidade.
Para chegar a uma conclusão, nesse caso específico, não é
preciso ser especialista em sociologia, antropologia ou filosofia para perceber
que as sociedades e suas culturas, apesar de separadas no espaço/tempo, sendo assim
totalmente distintas, possuem, contudo, arquetipias comuns. Através da
história, podemos averiguar que a saga das civilizações humanas percorreu, de
certa forma, os mesmos caminhos.
Essa afirmação não carrega nada de novo. Os povos antigos já
sabiam disto com clareza, pois o sábio do Eclesiastes, há cerca de 3.000 anos
atrás, já afirmava: “O que foi voltará a ser, o que aconteceu, ocorrerá de
novo, o que foi feito se fará outra vez, não existe nada de novo debaixo do
sol”. Existem, sim, fatos e comportamentos humanos que se repetem, a cada
geração e, ainda que muitos deles se aprofundem, como numa espiral, ganhando
contornos cada vez mais intensos, carregam os mesmos arquétipos de gerações
passadas.
Entendido isto, é possível declarar, exatamente, quando
Jesus irá voltar! Tal conclusão, bastante simplista, não faz parte da execução de
cálculos cabalísticos, nem faz alquimia em sistematizações dispensacionalistas,
nem muito menos exegese exaustiva da escatologia judaico-cristã a partir dos
escritos de Daniel, Mateus, Paulo ou João. Para mim, tudo é muito óbvio, pois
acredito que Jesus deixou-nos aquilo que é suficiente para nossa salvação e
entendimento da Verdade em tudo que existencializou.
Para chegar ao desfecho, poderíamos utilizar vários textos,
mas escolhi o final do Evangelho de Mateus, onde estão organizados os eventos
escatológicos descritos pelo próprio Jesus. Se prestarmos atenção, veremos que,
do capítulo 22 até o capítulo 25, o Evangelista nos expõe, em certa ordem, os
eventos que marcam o fim dos tempos, a saber: a grande tribulação, a segunda
vinda, o arrebatamento e o juízo eterno.
Pois bem, minha chave hermenêutica, para estas ponderações,
se localiza na primeira metade do capítulo 24 de Mateus. Neste texto, estão
presentes os sinais que nos dão condições de afirmar, com absoluta certeza,
quando será a volta de Cristo. Quais são eles, então? Observe: falsos profetas,
guerras e rumores de guerras, injustiças, perseguições, esfriamento do amor,
traições, manipulação do sagrado e eventos de magnitude celeste.
Mas é na segunda metade deste capítulo que Jesus nos diz, de
forma segura, quando ele irá voltar! A revelação está no verso 34, que
explicita: “Com toda certeza Eu vos afirmo, que não passará esta geração até
que todos esses eventos se realizem”. Eis, portanto, a grande revelação: Jesus
voltará em nossa geração!
Não se frustre, pois é legítimo que haja certa confusão
quanto a esta afirmação. Alguém pode exclamar: “o texto em questão se refere à
geração dos discípulos, não a nossa!”. Sim, isso é verdade! Contudo, se Jesus
afirmou que voltaria naquela geração, onde todos os sinais que foram citados
acima se manifestaram, e não voltou, o que, então, precisamos entender? Qual a
chave para este mistério?
Ora, nós sabemos que, entre a morte e ressurreição de Jesus
– no primeiro terço do 1º. século – e o ano 100, o mundo presenciou perseguições,
barbáries, guerras, injustiças, desamor, a destruição da Cidade Santa, o
aniquilamento do Templo, o general Tito sendo cultuado como deus, recebendo
sacrifícios em plena Jerusalém, dentre outros tantos eventos que, inquestionavelmente,
produziam a moldura perfeita para que se fizesse a asseveração de que, de fato,
o Senhor estava voltando!
Todavia, o fato é que Jesus não voltou! Por isso, a partir deste
evento, começou-se a se fazer especulações e previsões sobre quando se daria a tal
volta do Senhor. Para mim, não há questões a serem desvendadas. É certo que Ele
volta nesta geração. Jesus virá a qualquer momento, portanto, devo estar
preparado para recebê-lo! Quando leio o texto de Mateus, e vejo a afirmação
“não passará esta geração”, tomo a mensagem para mim, sinto como se Jesus
falasse comigo naquele instante, para a minha geração!
O que todo discípulo precisa saber, é que a análise de
Mateus 24, e dos demais capítulos escatológicos das Escrituras, deve sempre ser
feita com muito cuidado, pois a linguagem, não raro, é simbólica, parabólica,
recheada de figuras e metáforas da apocalíptica judaica. Em Mateus 24, o que
percebo, claramente, é que as arquetipias usadas por Jesus servem para evitar
as previsões fatalistas dos adivinhadores e magos da religião em relação ao dia
ou hora quando tudo sucederá.
Ao fazer isto, Ele desenhou o cenário do fim, mas não estabeleceu qualquer outro tipo de previsão. A cada geração, o cenário se faz presente, portanto, é nosso dever esperar a Sua volta a qualquer momento! Sempre haverá, em cada uma das sociedades humanas, a presença dos sinais de Sua vinda, pois os arquétipos descritos pelo Senhor estão constantemente presentes na história das civilizações. Quando Jesus volta? Ora, Ele volta hoje! A questão, todavia, é: você está preparado?!
Ao fazer isto, Ele desenhou o cenário do fim, mas não estabeleceu qualquer outro tipo de previsão. A cada geração, o cenário se faz presente, portanto, é nosso dever esperar a Sua volta a qualquer momento! Sempre haverá, em cada uma das sociedades humanas, a presença dos sinais de Sua vinda, pois os arquétipos descritos pelo Senhor estão constantemente presentes na história das civilizações. Quando Jesus volta? Ora, Ele volta hoje! A questão, todavia, é: você está preparado?!
Quanto a mim, esforço-me para fazer o melhor que posso ainda
neste tempo! Estou arregimentado no exército de Deus, tenho metas a alcançar,
preciso anunciar o Evangelho e ser testemunha de que, em Cristo, o Pai se
reconciliou com o mundo e não mais imputa aos homens os seus pecados. Aleluia! Essa
é a grande salvação!
Quem é filho do Reino, herdeiro da fé, quem tem sobre si a
marca do Sangue do Cordeiro e a habitação do Espírito Santo, entende estas
verdades e delas dá testemunho. Os que caminham na luz e são mensageiros da Boa
Nova, não se cansam nem se fadigam, seguem obstinados até alcançarem a promessa
da Vida Eterna, quando todos juntos celebraremos a festa da misericórdia que
triunfou sobre o juízo!
E assim, também sigo eu, remindo o tempo, pois os dias são maus, anunciando a todo homem que a Graça de Deus está disponível para aquele que a receber com alegria, que o perdão está estendido a todo aquele que deseje se arrepender de seus pecados. Portanto, sigo com todo empenho, compromissado em anunciar o Evangelho e, enquanto faço isso, declaro com toda convicção: Maranata! Vem Senhor Jesus!
Carlos Moreira