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Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

24 novembro 2015

Terrorismo Religioso: o Absurdo em Nome de Deus

Existem dois tipos de terrorismo religioso: aquele que em conluio com o estado quer dominar terras e aquele que amancebado com a igreja quer dominar mentes. Em nossos dias, temos experimentado um tipo de terrorismo religioso light, algo que produz ataques sutis, uma ideologia com aparência de piedade, mas que de forma cirúrgica explode corações, tortura almas, invade de forma violenta a privacidade, estupra mentes, mata a esperança e faz sucumbir sonhos. Sim, estou convencido de que a bíblia nas mãos de fundamentalistas é uma arma tão ou mais perigosa que uma metralhadora. Em nome de Deus já se fez muita coisa, pois quem age a serviço do altíssimo tem licença até para matar! As religiões do livro – o judaísmo, o cristianismo e o islamismo – não podem fugir desta mancha em suas histórias, todas tem muito sangue nas mãos. Mas será mesmo que Deus manda matar? É possível harmonizar o “Deus do Amor” com o “Deus do Terror”? Por que uma leitura menos romântica das Escrituras faz parecer que o Deus do Velho Testamento é totalmente diferente do Deus do Novo Testamento? Em tempos de terrorismo internacional, uma reflexão honesta e contundente sobre o problema da interpretação do texto sagrado e o que ela pode produzir na consciência de gerações. Assista esta mensagem e tire suas conclusões!


11 novembro 2015

Igrejas Insalubres: a Trama da Religião Gerando Trauma na Alma

Em nossa sociedade, estamos acostumados a conviver com pessoas que sofreram traumas físicos e que buscam compensação do dano através de processos jurídicos. Mas ainda é pouco comum alguém obter uma reparação por causa de um abuso que tenha sofrido, o qual produziu uma sequela emocional. Até mesmo a palavra trauma, em sua etimologia, significa uma lesão causada por um agente externo, está muito associada a uma ferida aparente. O fato concreto, todavia, é que machucões físicos saram muito mais rapidamente do que ulcerações na alma. Um trauma emocional pode, não raras vezes, perdurar por toda a vida do indivíduo. Nestes mais de 30 anos lidando com pessoas dentro de igrejas, constato o quanto o trauma religioso, que tem fundo essencialmente emocional, tem atingido milhares de pessoas. Gente que foi abusada, manipulada, adestrada para seguir regras comportamentais, represada em suas emoções, estimulada ao disfarce, ao juízo temerário, a perversidade que se traveste de justiça própria. Existe uma legião enorme de gente agonizando dentro de igrejas que mais se parecem com sanatórios religiosos, e outros incontáveis que, mesmo saindo de tais ambientes, carregam os vícios de natureza psicológica e as marcas tatuadas na psique as quais, como fantasmas, assombram os dias e transtornam a vida. Assista esta instigante mensagem! 

 

10 novembro 2015

Negar-se a Si Mesmo



“Negar-se a si mesmo” é um dos conceitos e uma das falas de Jesus mais mal interpretadas de todo o Novo Testamento. Você pode encontrar a citação nos Evangelhos sinópticos, como por exemplo, em Lucas 9:23.

A questão se agrava pelo fato de que, a grande maioria dos pastores e líderes deste tempo carece, desgraçadamente, de ferramental mínimo para interpretar as Escrituras, as regras básicas da hermenêutica e da exegese bíblica. Sem isso, a versão que prevalece é sempre a mais popular, ou aquela que é expressa pela maior denominação, ou ainda o pensamento que for mais fundamentalista.

“Negar-se a si mesmo”, no conceito da esmagadora maioria da igreja evangélica brasileira, tem a ver com mortificação do eu, com aniquilamento da personalidade, com ascetismo grego repaginado, com estoicismo contemporâneo, com o neoplatonismo de Plotino, do qual Agostinho bebeu para elaborar sua teologia, que é à base de boa parte das crenças da igreja católica romana e de parte do protestantismo.

Nesse sentido, desconhecer a história é uma tragédia imperdoável para quem deseja se tornar mestre ou pregador do Evangelho. A negação do eu é um doutrina pagã, mas, jamais, cristã! O sujeito que se nega faz isso para se autojustificar, ainda que, conscientemente, ele não perceba tal feito.

Assim, a negação do eu é uma alternativa para a purificação, para a sublimação, para o “nirvana” espiritual. É uma das mais antigas práticas das religiões primitivas e dos cultos antigos. Quem se entrega a essa doutrina de negação e quem tenta reduzir à carne a escravidão, só fará com que pulsões enormes cresçam ainda mais em si mesmo, e essa analogia é científica, não religiosa.

A doutrina da negação elimina a doutrina da justificação, na qual eu sou informado de que não há nada que eu precise fazer para que a paz de Deus me envolva e para que a inimizade, produzida pelo pecado seja, definitivamente, extirpada da minha consciência.

Por isso, quem tenta fazer isso pela via da negação de si mesmo, assemelha-se aos que praticam a doutrina Kardecista, onde o indivíduo purga seus pecados pela via da piedade e das boas obras. Muda o meio, mas não o objetivo final.

Ora, a fala de Jesus só pode ser interpretada a partir da leitura mais ampla dos textos, no caso de Lucas, com a adição à exegese do verso 24. Observe: “Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará”. Ou seja, “negar-se a si mesmo” significa abandonar toda busca de um caminho meritório para Deus, significa esvaziar-se de toda a justiça própria, significa abrir mão de qualquer sacrifício, oblação ou oferenda que possa assumir o papel da Cruz e do Sangue do Cordeiro.

Negar-se a si mesmo é aceitar o fato de que tudo já “está consumado”, de que o sacrifício foi feito uma vez para sempre, e que não há outro que possa ser colocado no lugar de nosso Sumo Sacerdote, o qual expia toda nossa imundice e culpa.

Portanto, quem desejar, pela via da negação, salvar a sua vida, a perderá, disse Jesus! Não existe nenhum ritual, nenhum culto, nenhum poder ou sabedoria, nenhum intermediário, nenhuma doutrina ou confissão que possa mudar isso, nada pode se colocar no lugar do Sacrifício do Senhor, que deu a sua vida para salvar o mundo! Portanto, só quem abre mão do caminho da religião, que é o esforço do homem para alcançar a Deus, quem “perde a sua vida”, a achará!

Eu penso que os que possuem bom coração e boa consciência entenderão o que falo. Por outro lado, quem se calcificou pela via da cauterização de mente produzida pela crença religiosa ainda andará buscando meios de agradar a Deus. Deus não quer se seduzido! Deus quer ser amado e obedecido! Só Jesus foi capaz de agradar a Deus! “Esse é o meu filho amado, e nele a minha vida se alegra!”.


Carlos Moreira

Fábrica de Neuroses







Como estamos nos distanciando, a cada dia, dos ensinos de Jesus e passamos a seguir sofismas ardilosos. No Evangelho não há qualquer menção de caráter ufanista, super-egóico ou pseudo ligado ao insuflamento da autoestima.

A saúde do ser, como se sabe, não está em levantar a moral do indivíduo, mas em pacificá-lo de dentro para fora, restituindo a paz em sua consciência e estabelecendo o bem em seu coração.

Mas a igreja, nestes tempo, precisa afirmar que você é uma “princesa”, que você é “cabeça e não cauda”, que você é “filho do Rei”, que você tem “poder”, que você pode “decretar a bênção”, que você é “ungido”, que você é “autoridade”, que você é “escolhido”, é uma overdose de veneno para a psique humana. São tantas as denominações de caráter preconceituoso e exacerbatório que, obviamente, é impossível viver carregando tudo isso sem passar a se achar melhor do que os outros ou, exclusivamente separado para experimentar “o melhor desta Terra”.

A questão concreta na vida real, todavia, é que só os “pastores” vivem nesta perspectiva, engordados em sua vaidade pelos dízimos de gente simples e fraca de mente, obesos de consciência e engordurados de coração. Sim, são estes que andam de jatinho, que possuem casas suntuosas, contas milionárias, templos faraônicos, que saem em capas de revistas e estão na mídia, todos os dias, pois, que importa que falem de mim, desde que eles falem?

Em Jesus, todavia, nós somos chamados para dar a vida pelos irmãos, pois o maior é o que serve e lava os pés dos cansados e aflitos. Em Jesus não temos espadas nas mãos, nem cetros de poder, mas bacias e toalhas, lavamos a imundice dos homens pela Palavra da Verdade e calçamos-lhes os pés com a preparação do Evangelho da Paz. Está tudo errado!

Minha tristeza é que, talvez, e desgraçadamente, você seja cúmplice disso! Imagine o nível de doença que é produzido num sujeito que sai de casa pela manhã achando que recitar meia dúzia de “mantras” fará com que o demônio se ajoelhe aos seus pés?

Imagine também a frustração de alguém que segue esta cartilha de maldades requintadas, que vive em campanhas, que paga o pedágio da fazenda celestial, que vive reprimindo a carne e negando sua própria humanidade, em almejar ser o que os pastores-lobos dizem que ele tem que ser e, ainda assim, nada está acontece em sua vida?

Imagine, ainda, o grau de ansiedade, de amargura, de conflito interior e desarranjo mental que esta pessoa passa a enfrentar achando que essas coisas não acontecem por que ele não tem fé, ou por que não fez direito a mandinga espiritual receitada como bula de enriquecimento e promoção da felicidade?

Creia, o Evangelho produz saúde e pacificação de alma, mas a religião é capaz de se fazer a igreja se tornar um viveiro de doenças, um lugar tão insalubre que mesmo quem só frequente, sem maiores compromissos, corre o risco de adoecer pela simples contaminação do que está escutando.

Carlos Moreira

05 novembro 2015

Evangelho Self

No documentário “O Século do Self”, produzido pela BBC de Londres em 2002 e dirigido por Adam Curtis, é possível verificar como a revolução de psicoterapeutas e filósofos nos anos 60 e 70 serviu de arcabouço metodológico para o surgimento do sujeito fractal, vulnerável, isolado e, acima de tudo, ganancioso de nossos dias. Vivemos, mais do que em qualquer outra época da humanidade, a cultura do “EU”, um antropocentrismo superdimensionado, o egoísmo elevado à enésima potência, o indivíduo que consome a si mesmo. Obviamente, esse estado de ser agrava-se muito em meio à sociedade de consumo capitalista e, no ocidente cristão, o fenômeno parece ter atingido o seu apogeu cultural. Diante de uma plateia ávida por benefícios e comodidades, o que se pode fazer para que a mensagem da fé seja pregada em sua inteireza? Que tipo de Evangelho você tem ouvido: o da Cruz do Calvário, que ensina que Cristo morreu pelos nossos pecados e que nós devemos, também, dar a nossa vida pelos irmãos, ou o da igreja contemporânea, que ensina que Deus está a nossa disposição para nos satisfazer os apetites da alma? Assista a esta surpreendente mensagem e reveja suas práticas e fé!


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