Um aluno me perguntou se eu já havia ouvido
falar do físico indiano que “prova” matematicamente a não existência de Deus.
Confesso que não, desconheço tal figura folclórica nascida no mundo de Brahma.
Para falar a verdade, eu não conheço e nem gostaria de conhecer ou ler qualquer coisa produzida por tal indivíduo. Essa história me cheira a sensacionalismo e propaganda enganosa com o fim de ganhar dinheiro!
Embora eu não costume fazer juízos de valor precipitadamente, neste caso abrirei uma exceção. Eu não preciso ler um único artigo ou assistir a qualquer palestra do tal “físico de turbante” para saber que ele não passa de um espertalhão querendo ganhar dinheiro com a sua falsa ciência.
Talvez você esteja pensando: “como pode ele que criticou tanto a igreja e a religião agora se constituir advogado de Deus”? Não é este o caso, afinal de contas um Deus que precisa ser defendido por um ser humano não pode ser chamado de Deus. A história é outra. Explico.
Depois de estudar teologia durante oito anos e passar por várias experiências pouco convencionais, conclui que é impossível provar a existência ou a não existência de Deus. Qualquer tentativa nessa direção é perda de tempo (Tomás de Aquino que o diga!).
Deus não é um conceito passível de ser examinado através de método experimental. Algo que se costuma definir como eterno não pode ser delimitado e estudado criteriosamente como são os objetos típicos da investigação científica.
A eternidade não cabe em um tubo de ensaio. Nenhuma tentativa, por mais piedosa que seja provará a existência de Deus, mas os esforços iníquos para negá-lo também são empreendimentos fadados ao fracasso!
Deus é um daqueles conceitos cuja natureza incomensurável espalha uma névoa misteriosa ao seu redor. Só os fundamentalistas religiosos e os igualmente fundamentalistas ateus ainda não entenderam isso.
Quanto ao tal físico indiano que tenta provar que Deus não existe, acho que ele ora todos os dias agradecendo ao altíssimo por ele não existir. Só assim o nosso amigo ateu pode ganhar um dinheirinho.
André Pessoa via Século XXI