“No segundo século da
era cristã, os pais apostólicos discutiam entre si sobre a possibilidade ou não
de haver salvação fora da igreja. Hoje, a questão inverteu-se e talvez seja
mais correto perguntar se há possibilidade de alguém salvar-se estando dentro
da igreja”. André Pessoa.
Nada como um dia atrás do
outro e uma noite no meio... Nós Protestantes, herdeiros das tradições da
Reforma do século XVI com seus “pilares”, sua teologia, suas confissões, suas
teses, temos agora de conviver com uma “igreja” que possui um ambiente mil
vezes mais insalubre do que o foi a Igreja de Roma na “idade das trevas”.
E não adianta você dizer que “não é do clube”! Depois do esquartejamento que fizemos no Corpo de Cristo, transformando-o em mais de 30 mil denominações no mundo, ninguém diferencia protestantes de históricos, reformados, evangélicos, neopentecostais, e quem mais chegar! Para a grande maioria da população, é tudo farinha do mesmo saco, sempre viveram no mesmo barco...
E não adianta você dizer que “não é do clube”! Depois do esquartejamento que fizemos no Corpo de Cristo, transformando-o em mais de 30 mil denominações no mundo, ninguém diferencia protestantes de históricos, reformados, evangélicos, neopentecostais, e quem mais chegar! Para a grande maioria da população, é tudo farinha do mesmo saco, sempre viveram no mesmo barco...
Quando há alguns anos o
então Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé,
no Pontificado de João Paulo II, escreveu o Documento “Dominus Lesus”,
reacendeu-se o axioma de que "Fora da Igreja Católica não há
salvação". Na época, o documento foi considerado tão infeliz e inoportuno,
que até os cardeais protestaram contra. Sem dúvida, tratava-se de um grande
retrocesso quanto às questões abordadas pelo Concílio Vaticano II de 1961.
Hoje, se os Católicos
quisessem se manifestar, protestar, redargüir, criticar, nós teríamos de ficar
caladinhos e de orelhas abaixadas tamanhas são as barbáries realizadas nas
“igrejas” ditas “evangélicas”. O “Show da Fé”, que já era um suplício
interminável, virou, há muito, “Show de Horrores”! Sai capeta!
Quisera eu que a
apologética de nossos dias fosse contra o axioma Católico da não possibilidade
de haver salvação fora da Igreja de Roma. Isso seria como tirar pirulito de
bebê. Hoje lutamos contra nós mesmos, é o chamado fogo amigo! Não é fogo santo
não irmão! Fica melhor chamar de fogo estranho mesmo! Combater “apóstolos”,
“evangelistas”, “missionários” e outros “entes” eclesiásticos juntamente com o
que eles pregam tem se tornado tarefa quase hercúlea!
Você acha as indulgências
e simonias o “fim da picada?”. O que me diz então da água ungida do Jordão, do
mapeamento genealógico das maldições hereditárias, das correntes de fé, dos
processos de regressão para cura interior, da chave untada com óleo santo, do
banho de sal grosso, das profetadas dos "santarados", das pirotecnias
milagrosas, dos cantores “gospel”, do show dos endemoninhados – com direito a
entrevista, das barganhas de todo tipo, do espólio das carteiras e dos bens dos
“dizimistas”, dos elementos judaicos no culto – bandeira de Israel, Estrela de
Davi, Shofa, e tantas outras maluquices que daria para escrever um livro só com
as bizarrices encontradas em “nossos” “templos” e “cultos”.
Se Nietzsche, no século
XIX, escreveu: “a descoberta da moral cristã é um acontecimento que não tem
igual, uma verdadeira catástrofe", imagina o que ele diria da “igreja”
de hoje!? É triste, mas nos tornamos a antítese de tudo o que Jesus encarnou
como vida; tornamo-nos os praticantes do maior estelionato da fé que a
sociedade humana já presenciou!
Por isso, pode protestar,
bater o pé, fazer o sinal da cruz, fechar os olhos, tapar os ouvidos, cerrar os
lábios, correr de medo, gritar “tá amarrado!”, chamar o BOPE, faça qualquer
coisa meu mano, mas me deixe “sair desse trem!”. Sinceramente, conversão dentro
do que se tornou a “igreja evangélica” é algo tão adoecedor e esquizofrênico
que só o que nos resta é rezar para que o pobre coitado que passar por esta
“experimneto” – não seria melhor dizer expremimento? – sobreviva ao que ainda
virá pela frente. É que para este a grande tribulação já começou...
Não sei mais o que é
pior: se a afirmação ufanista de Roma de que a salvação só se dá dentro de
“suas portas”, ou a constatação de que dentro das portas de nossas “igrejas” tá
ruim de haver salvação! Eu, todavia, prefiro ficar com as Escrituras: “Em
nenhum outro nome há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado
aos homens, pelo qual devamos ser salvos”. At. 4:12. Só para lembrar:
Igreja não salva! Jesus Cristo é a nossa salvação!
PS: chocou-se com a imagem deste post? Não se impressione não,
você vai vê-la muito mais por esses dias... "Quem tem ouvidos ouça o que o
Espírito diz a Igreja!".
Carlos Moreira
Carlos Moreira