"E, como foi nos dias de Noé..., nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam...”. Mateus 24:37-39
Noé era um homem bom e justo vivendo em meio a uma sociedade corrompida e empedernida, uma geração vitimada pelo “espírito do tempo”, algo capaz de anestesiar mente e coração e impedir que o mal que se avizinhava fosse discernido.
Eclesiastes, em sua sabedoria, ensina que na existência há tempos e tempos, e cada tempo tem o seu próprio fim e também o seu próprio “espírito”.
Quando olho para a minha geração, neste dia chamado hoje, percebo, claramente, a atuação desse mesmo “espírito” que operou nos dias de Noé, a mesma complacência, a mesma displicência, a mesma resistência a Verdade e a Justiça.
Sim, nem mesmo aqueles que se dizem “salvos” e que fizeram da religião seu guia e do templo sua morada são capazes de perceber o que está acontecendo, pois a igreja tornou-se um covil de salteadores, a doutrina transformou-se em alucinógeno, os profetas estão mortos, não há quem faça o bem, não há quem busque a Deus!
Todavia, como nos dias de Elias, Deus continua a se mover, e junta para si aqueles que não se dobraram às potestades, que não sucumbiram a instituição, que não reverenciam ritos e dogmas, liturgias e paramentos, gente que se vestiu com as vestes do Evangelho, que não se rendeu a “tradição da igreja”, algo tão assemelhado a “tradição dos fariseus” dos dias de Jesus.
Só cego não enxerga, e não falo de cegueira física, mas de cegueira espiritual, estamos diante de gente que olha sem vê, uma vez que os olhos do coração estão vendados e a mente cauterizada, impedida de compreender aquilo que procede da verdadeira fé.
Creia, há muitas “nuvens” sob nossas cabeças, há muitos “gases” condensados, principados se movem, silenciosamente, e articulam o plano final, tecem o script que fará com que o Anticristo se revele.
É como nos dias de João, que afirmava que a maldade imperava, mas ele discerniu, pela revelação, o que estava por vir, jamais foi surpreendido.
Sim, a surpresa arrebatará a igreja neste tempo, pois os que se dizem Discípulos do Reino vivem como nos dias de Noé, fazem marchas, movimentos e empreendimentos, comem a maldade e folgam com a injustiça, embriagam-se em seu próprio egoísmo, deseumanizam-se olhando a dor do outro e afirmando: “Eu não tenho nada com isso”.
Mas eles não tardam por esperar, o “dilúvio” está vindo e ninguém poderá escapar das suas “águas”, os homens se afogarão em sua vaidade, serão submersos em meio ao caos que eles mesmos produziram.
A verdadeira igreja, todavia, será preservada, assim como a Família de Noé foi. E aqui não estou falando de grife religiosa, nem de grupeto com placa na fachada do templo, muito menos de confraria denominacional ou agremiação eclesial, estou falando dos lavados e remidos no Sangue do Cordeiro, aqueles que carregam o selo do Espírito, que foram marcados com as Marcas da Cruz e o fogo da Palavra. Estes jamais serão confundidos ou envergonhados, estes são os que reinarão com o Senhor e desfrutarão da vida eterna.
Abra seus olhos! É tempo de discernir...
Carlos Moreira