Lamentavelmente, a morte trágica do jornalista Ricardo Boechat despertou, entre religiosos, os sentimentos mais mesquinhos e repugnantes imagináveis. Ao invés de expressões de misericórdia, solidariedade e respeito pela dor da família e dos amigos, uma quantidade enorme de pessoas publicou mensagens de vaticínio e juízo divino pelo ocorrido. Para se ter uma ideia, há quem tenha afirmado que o Âncora da BAND foi direto para o inferno, uma vez que se declarava ateu, outros enfatizaram que a tragédia foi fruto de um acerto de contas entre “deus” e o Boechat, uma vez que, no ano passado, o mesmo se desentendeu publicamente com o Pr. Silas Malafaia, a quem eles consideram “ungido” e, sendo assim, “deus” agora estaria se vingando do ultraje proferido. Na verdade, tragédias e fatalidades não se explicam. Em face a elas, cabe apenas o silêncio e a reverência pela vida dos que se foram. Diante da polêmica, todavia, cabe questionar o seguinte: é possível um homem bom, que fazia o bem, que amava o seu semelhante, não ter conhecimento de Deus? Afinal, de que “deus” estamos falando? Qual era o “deus” do qual Boechat era ateu? O “deus” das religiões? O “deus” do cristianismo? O “deus” propagado por certos tipos de fiéis aloprados? Nietzsche, filósofo alemão do século XIX, certamente um dos mais famosos “ateus” da história, proferiu uma das frases célebres sobre a descrença religiosa: “Deus está morto. Nós o matamos, vós e eu!”. Assim, seria possível alguém ser salvo para experimentar a vida na eternidade sem ser cristão, sem ir à igreja, sem confessar os catecismos e acreditar nos dogmas, sem participar da Ceia? Assista a mensagem e tire suas conclusões!