“E
mandou o rei Zedequias soltá-lo; e o rei lhe perguntou em sua casa, em segredo:
Há porventura alguma palavra do Senhor? E disse Jeremias: Há. E disse ainda: Na
mão do rei de babilônia serás entregue”. Jr. 37:17.
Não sei se você conhece o contexto desta
passagem... O rei Zedequias estava cercado pelas tropas dos babilônicos. Ele
havia sido traído pelos egípcios que bateram em retirada quando souberam que
iriam enfrentar a Nabucodonosor.
No mesmo instante, o profeta
Jeremias estava atolado em um poço fétido, com lama até o pescoço. Ele tinha sido colocado ali com autorização do próprio rei, acusado de traição e de
desanimar o povo com “suas” palavras.
Mas houve um momento, antes da batalha
final, que o rei Zedequias mandou tirar Jeremias daquele poço de agonia e solidão.
Fico pensando que ele provavelmente imaginou que um pouco de poço faria um “bem”
enorme a Jeremias. Sim, quem não se quebrantaria diante de uma situação como
aquela? Quem ousaria permanecer firme, falar a verdade, manter a coerência, a
consciência, sustentar convicções, profetizar aquilo que o Senhor havia lhe ordenado?
Provavelmente ninguém... Menos Jeremias.
O profeta foi arrastado até o palácio.
Diante da opulência do lugar e da imponência do rei ele foi posto perfilado. Ali
não estava mais um homem, apenas os trapos que dele restara. Jeremias estava
exausto, faminto e mal cheiroso. O rei havia lhe chamado as escondidas. Imagino
a cena... Com olhar sarcástico, ele perguntou ao profeta: “há alguma palavra do Senhor?”. E o homem de Deus respondeu: “Há. Na mão do rei de babilônia serás
entregue”. E assim sucedeu.
O massacre dos Caldeus sobre Jerusalém foi
algo sem precedentes. A cidade, após ser sitiada, acabou não mais resistindo e foi
invadida. Seus muros foram queimados, o Templo destruído, os nobres assassinados.
Por fim, o rei Zedequias assistiu a morte dos próprios filhos. Foram às últimas
imagens registradas pelos seus olhos, que se tornaram cegos após serem vazados
pelos seus adversários. Ele foi algemado a grilhões de bronze e levado como
escravo para a babilônia.
Olho para os nossos dias... Onde estão os
profetas do Senhor? Onde estão aqueles dispostos a falar a verdade a qualquer
preço? Onde estão aqueles dispostos a sacrificar a “carreira ministerial”, ou a
“sujar” o currículo eclesiástico, ou mesmo a ser perseguido, ridicularizado,
caluniado, ultrajado, desprezado? Existirá ainda algum profeta entre nós? Há
quem possa em nosso meio dizer como Isaías “quem deu crédito a nossa pregação!”.
Depois de 30 anos de caminhada com Deus
pensei já ter assistido a todo tipo de barbaridade. Mas a cada dia sou
surpreendido por uma atrocidade diferente e inusitada. Sobre isto bem escreveu
Paulo aos Romanos: “não hã quem busque a
Deus... não há quem faça o bem... não hã quem fale a verdade...”.
Eis aí os inimigos da Cruz de Cristo!
Eles estão diante de nossos olhos! Quem ousará os repreender? Quem se levantará
contra eles? São feiticeiros do sagrado, traficantes de um “evangelho”
falsificado, intermediários do “divino”. Eles se auto-proclamam “apóstolos”, “evangelistas”,
“missionários”, “patriarcas”, “bispos”, mas na verdade são sinagoga de satanás,
vendilhões de uma religião oca e vazia, de liturgias dessignificadas, de ritos
de ocasião, da fé commoditizada, comercializada como produto de supermercado. Mas
um dia eles haverão de se encontrar com o Senhor de toda a Terra, estarão
diante do Leão da Tribo de Judá, não mais do Cordeiro de Deus.
Você deve estar se perguntando: “quem és tu para afirmar estas coisas?”.
Eu sou um profeta do Deus altíssimo! Não me constituí a mim mesmo, fui chamado
com este propósito! Eu ando na contra-mão, no contra-fluxo, na subversão do
Reino de Deus, na loucura da Palavra da Cruz, na insanidade do Evangelho de
Jesus Cristo. Eu fui chamado para pregar aquilo que não se quer ouvir, para
proclamar aquilo que incomoda. Eu meto o dedo na ferida, faço a alma virar ao
avesso, à consciência arder, o coração se compungir. Sim, o Espírito do Senhor
está sobre mim e ele me ungiu para pregar o “dia da vingança do nosso Deus”!
Você talvez não suporte o que escrevo
porque eu digo a verdade. Eu não vivo de aparência, de subterfúgios, de
disfarces. Eu não ando de máscaras, não sou “politicamente correto”, não tenho “rabo
preso”, não sou devedor de homens. “Eu sou a mosca que pousou na sua sopa!”, eu
estou aqui para falar e não há quem possa me calar. Ouça o que eu digo, escute
o que eu prego e você verá o que Deus fará na sua vida! Mas tenha cuidado, pois
eu sou “perigoso”. Se você me “engolir” poderá morrer de “indigestão”, pois a Palavra
que foi colocada na minha boca tanto sara como fere, tanto faz viver como pode
matar.
"Aqui
estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos
redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente.
Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los,
discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não
pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana
para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como
geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o
mundo, são as que o mudam.". Jack Kerouac
Eu escrevo este artigo para você que perdeu
o temor de Deus, que tem negligenciado o zelo com as coisas de Deus, que se esqueceu
da coerência necessária com a Mensagem de Deus. Escrevo para você que
cauterizou a sua consciência, endureceu o seu coração, exilou de si mesmo a sua
alma. Sim, ainda há tempo para o arrependimento! Arrepende-te, pois, antes que
Ele venha e “mova o teu candeeiro”. Não torne vã a graça, nem desprezes a
misericórdia, “pois Deus trará a
julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom,
seja mal”. Ec. 12:14
Carlos Moreira
Carlos Moreira
10 comentários:
Deliciosamente atrevido, original e profético!
Que esse espírito de João Batista permaneça sobre os sete mil que não dobraram diante de Baal.
Abraços do camarada Comuna.
Seu texto me inspirou a escrever um artigo.
Depois se quiser confere lá.
http://verboprimitivo.blogspot.com/2011/10/bruxas-na-fogueira-da-nossa-hipocrisia.html
Abraços.
Beleza Marcello. Grande texto!
O problema é que as pessoas só sabem ser "a mosca que pousou na sua sopa" por trás de uma tela de um computador. É muito fácil ser "atrevido" assim.
Não me refiro a você, Carlos, não te conheço pessoalmente, mas garanto para você que se as pessoas que são contra as heresias que se pregam - e diversas outras coisas - também saíssem do computador seriam bem mais úteis.
Computador é útil também, não sou contra.
Digo isso porque já levei isso na minha cara de um "pastor-palestrante-sei-lá-o-quê" quando ele se referiu a umas pessoas amigas minhas e no final ele que ainda virou o "santo" da história.
Abraço.
Patrícia
Patrícia, só tenho uma resposta para lhe dar, se é que você a deseja: ouça minhas mensagens! Eu escrevo, prego e vivo a mesma coisa o tempo todo todo o tempo.
Eu costumo ouvir sim, Carlos. Gosto muito, muito mesmo. Eu sou muito detalhista e às vezes "pego" o que ninguém repara tanto. Sempre presto atenção quando você menciona que vai a enterros, a hospitais, e isso é bom, é o "normal". É que a regra anda virando exceção.
Ao contrário de tanto "pastor", famoso ou não, que vive viajando e a última coisa que lembra é que tem "ovelhas"...
Patrícia.
Patrícia, façamos eu e você a nossa parte, pois, assim, quem olhar para nós será impactado pela nossa vida e não apenas pelas nossas palavras.
Carlos, deixe-me te perguntar por aqui.
Lá no Genizah, o Danilo havia solicitado pessoas para ajudarem as outras, visto que estava havendo um grande número de pessoas querendo desabafar, pedir conselhos e não havia como poucas pessoas darem conta disso.
Lembro-me de que ele pediu para que te enviassem e-mail com um currículo sucinto.
Como ficou a questão? Você e o Danilo já colocaram as pessoas para ajudar, as pessoas te escreveram se oferecendo a ajudar...enfim, gostaria de saber como ficou.
Se não quiser responder por aqui, mande-me seu e-mail que entro em contato contigo.
Patrícia.
Patrícia, prefiro falar pelo mail. moreira@m2m.com.br
Já te escrevi.
Patrícia
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