Não, eu não sou homofóbico, mas também não faço apologia ao homossexualismo. Amo e acolho homossexuais em sua condição existencial, entendendo o sagrado do coração de todo aquele que precisa de paz e misericórdia.
Mas quero confessar: eu sou “Cristianismofóbico”. Sim, eu tenho medo do cristianismo! E não deveria ter? Ora, não foi o cristianismo que se aliou ao império romano e se constituiu, por meio de conchavos, dogmas, confissões e da criação de santos, aliado poderoso na manutenção da opressão e da hegemonia ditatorial?
Não foi o cristianismo que ajudou a desenvolver o feudalismo na Europa, em conluio com os ricos e os políticos, achatando seres humanos, promovendo a escravidão, espoliando sonhos e esperanças?
Não foi ele que fez guerras medievais em nome de Deus, matou, destruiu, tudo com o intuito de aumentar latifúndios e constituir o Reino dos Homens, ao invés do Reino de Deus?
Não foi o cristianismo que apoiou inquisições, genocídios, latrocínios, caças aos diferentes, mortandade aos que pensavam e criam de uma outra forma, que impôs a fé a força e a fórceps?
Não foi ele que queimou desafetos, cerceou o saber e a ciência, aprisionou a literatura em seus mosteiros, que investiu na ignorância e no medo como forma de domínio e controle?
Não foi em nome dele, também, que se invadiu nações, sobre o pretexto da colonização, espoliou-se gentes, dilacerou-se culturas, massacrou-se índios, tudo em nome da ética capitalista que atribuía aos tais a gestão das riquezas da Terra?
Eu confesso, tenho medo do cristianismo, pois ele apoiou regimes facistas na Europa “evangelizada”, ditaduras militares na América, sempre se aliando ao que de pior existiu em termos de proposição econômica, com fins escusos e em nome da ganância.
Sim, tenho medo deste cristianismo que persegue gays, cartomantes, hippies, roqueiros, babalorixás, espíritas, que se levanta contra tudo e contra todos em nome de sua ortodoxia biônica, de um Evangelho sem amor e de uma Fé baseada na retórica, onde a Graça é para poucos, que anuncia uma Cruz elitista, um Sangue que só serve a interesses sectários, um Cristo esquartejado, repartido entre milhares de confissões e interesses.
Eu tenho medo, não escondo, do cristianismo que elege deputados no Congresso Nacional, gente que vive de fazer negociatas, que legisla em prol de suas denominações, que não reconhece o bem comum nem colabora para que haja justiça entre todos os homens.
Eu admito, tenho medo, tenho muito medo mesmo do cristianismo... E não deveria ter?
Carlos Moreira
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