Me desculpe, mas desligar a TV não livra você da “Babilônia”. Que grande tolice e que enorme ingenuidade! Evitar uma programação que não presta é uma questão de bom senso, não de religião, pois tem coisa que, muito antes de fazer mal ao nosso espírito, faz mal a nossa alma, deprime, constrange, produz uma falta de apetite para a vida.
Mas evitar a novela Babilônia, em absoluto, livrará você da “Babilônia”, porque, antes de tudo, “Babilônia” não é uma trama televisiva ficcional, mas um sistema de valores poderoso, um zeitgeist, uma impregnação que está na mente, não na tela da televisão.
“Babilônia” é o símbolo daquilo que é perverso, sincrético, enfatuado, está no olhar de quem só discerne o mal, de quem acha que, pela moral, poderá se jactar contra Deus, de quem faz do ascetismo ético sua tábua de salvação, ainda que tais prescrições comportamentais nada possam contra as potestades espirituais.
Acho curioso que algo tão evidente não esteja sendo discernido pela esmagadora maioria das pessoas! Elas mudam de canal por causa do beijo gay de duas senhoras oitentonas, mas assistem a programas como Cidade Alerta, com cenas muito mais poderosas do ponto de vista da exposição da miséria humana e das calamidades existenciais.
Que triste esta geração, que vive enganada de si mesma, que se esconde em toscas máscaras religiosas, que quer tirar a “trave dos olhos” da Rede Globo, mas não consegue, sequer, discernir o argueiro incômodo do Show da Fé.
Carlos Moreira
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