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26 janeiro 2012

O Agora e o Ainda Não




Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno”. 2ª. Co. 4:18

Não sei se  já te deste conta, mas teu dever é tornar-te um peregrino, um ser errante numa terra que não é tua, um andarilho da existência, alguém que deixa pegadas que se apagam enquanto ainda se caminha.

Por isso, não crie raiz, fuja de toda fixidez, esteja sempre pronto para ser “colhido do chão” da terra, pois tu e tudo é transitório, temporal, passageiro e fugaz. Lembra-te de que estais aqui apenas de passagem, um sopro e já não mais serás...

E eu penso comigo: coisa espantosa é o homem! Tão ambíguo, tão contraditório. Num momento é... no outro, já deixou de ser. Surpreende-me como consegue contrastar em si mesmo grandeza e miséria, luz e escuridade, paixão e ódio, vida e morte.

Eis aí vai o homem! Pensa que é, mas ainda não se tornou o que há de ser. O que será está mais a frente, está no futuro. Não te enganes ao pensar que ele trilha irremediavelmente rumo à morte, pois, na verdade, caminha a passos largos para nascer! Ou não sabes que é morrendo que se vive, pois a morte abre a porta, não a fecha, liberta-nos de quem fomos para vestir-nos de quem somos.

Portanto, olhe para a "morte" como tua amiga e aprende a esperá-la. Ela porá fim a todos os teus dilemas, te libertará de todas as tuas algemas, e, por fim, vencerá até mesmo o tempo. Sim, pois como disse Platão, "o tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel". Mas lembre-se: para se ganhar o direito de "morrer" é preciso, antes, aprender a viver...

Entende, então: só quando não mais fores é que poderás ser... Como bem citou Manoel de Almeida “sinto tamanha saudade de algo que nunca partiu, porque também nunca chegou”. Hoje ainda és informe, mas amanhã serás matéria eterna; hoje és parte, amanhã serás todo; hoje és pecado, amanhã serás redenção!

Sei que há em ti essa ânsia de transcender, de ir além, mar a dentro, céu a fora. É que tu almejas por aquilo que ainda virá, a “Nova Jerusalém”! Por isso sê paciente, espera só mais um pouco, não desistas de ti mesmo! Saibas que “embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia”.

Portanto, conforma-te homem. Se ainda não te decifrastes, não te devores! Aprende que existir é paradoxo, é absurdo, mas ao mesmo tempo é também paixão e beleza. Por isso te trago a poesia de Erikah Azzevedo: “eu sou o "eu vivo", num querer transcender toda a essência do meu viver... e sou o "eu posso" , num querer ser num além mais de mim. Eu sou o que sou, e ser... me consome!”.

E assim eu te digo: abraça a tua impotência, consola-te por teres limites, entende que ainda estás preso ao corpo, sois pó que tomou forma: finito, tolhido, rascunho. Aceita, então, que a Graça te basta, pois és o agora e o ainda não!

Por fim, aquieta-te, pacifica as tuas guerras e descansa sob o solo sagrado do teu coração. Acolhe, portanto, o fato de que, neste momento, vês “... apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, verás face a face. Agora conheces em parte; então, conhecerás plenamente, da mesma forma como és plenamente conhecido”.

Carlos Moreira

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É importante esclarecer que este BLOG, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença". Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias. Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.

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