Entender quem foi esse personagem tão misterioso e paradoxal só é possível descobrindo primeiro quem ele não foi.
Em primeiro lugar, Jesus Cristo não foi um revolucionário no estilo marxista-leninista do termo. Em momento algum, para a decepção de alguns, ele criticou a “burguesia” defendendo o “proletariado”.
Jesus Cristo procurou ajudar os pobres por compaixão, mas não creditou ao sistema a miséria do mundo. Nunca se rebelou contra as autoridades políticas, embora conhecesse as suas inconsistências como o demonstrou muitas vezes.
Em segundo lugar, Jesus Cristo não foi um mito criado a partir da história de Hórus, deus egípcio filho de Ísis e Osíris. Apesar das semelhanças literárias entre as duas histórias e outras mais, a figura do nazareno é diferente das demais.
Por quê? Você perguntaria. Porque em Jesus Cristo o elemento ético aparece de forma clara, coisa que não se verifica nas demais histórias. Krishna, por exemplo, que tem “uma ficha” muito parecida com a de Cristo (nascendo de uma virgem e tudo mais), tinha 6 000 amantes, coisa que não se verifica no nazareno.
É bem verdade que tentaram casar Jesus Cristo com Maria Madalena, mas isso é coisa da Margareth Starbird e do Dan Brown e não da história que se desenrolou na Palestina. Os profetas judeus, em geral, eram celibatários, embora houvesse exceções.
É possível que Jesus não tenha sido nem de longe aquilo que o cristianismo ocidental fez dele, mas também é fato que ele não foi uma mera construção mitológica como deseja o documentário Zeitgester. Um mero mito dificilmente dividiria a história do ocidente em duas partes como fez Jesus.
Além do mais, é bom lembrar que a historicidade do Cristo é testemunhada por Tácito (60-120), decano dos historiadores romanos que liga o nome dos cristãos a um certo “Christus”, que no reinado de Tibério (42 a.C. – 42 d.C.) sofreu a morte por sentença do procurador Pôncio Pilatos, como observou Earle Cairns.
Outros personagens ilustres e historiadores como Plínio e Suetônio também fizeram menção a historicidade de Jesus, portanto, o fato da sua existência histórica é indiscutível. O Cristo andou nesse mundo, teve endereço e familiares, foi um ser humano como os demais.
É interessante notar também as semelhanças entre Jesus Cristo e Sócrates. Ambos foram considerados santos pelos seus discípulos, não escreveram nada com o próprio punho e foram condenados injustamente. Contudo, é raro ver alguém duvidar da autenticidade histórica de Sócrates, mas quanto a Jesus a história é outra, por quê?
Autores como Charles Dawkins e companhia limitada são analfabetos teológicos que sentem prazer em impressionar as pessoas com interpretações equivocadas da Bíblia. Pousar para a foto como ateu confesso sempre trouxe popularidade aos espertalhões.
Quanto a mim, não desejo fazer nenhum tipo de apologia a qualquer tipo de religião, muito menos a cristã, que sobrevive sem a minha ajuda a mais de dois mil anos. Aliás, não sou muito chegado á religião institucionalizada, mas também não tolero imbecis que vivem para denegrir fatos e pessoas que não conhecem.
Afinal de contas, quem é Jesus? Não sei exatamente, mas tenho a impressão de que o nazareno, como observou Jung, é um arquétipo, um pensamento fundante com o qual nos deparamos toda vez que somos invadidos por um sentimento religioso ancestral. Jesus é o ativador da nossa consciência em relação a Deus.
André Pessoa
Em primeiro lugar, Jesus Cristo não foi um revolucionário no estilo marxista-leninista do termo. Em momento algum, para a decepção de alguns, ele criticou a “burguesia” defendendo o “proletariado”.
Jesus Cristo procurou ajudar os pobres por compaixão, mas não creditou ao sistema a miséria do mundo. Nunca se rebelou contra as autoridades políticas, embora conhecesse as suas inconsistências como o demonstrou muitas vezes.
Em segundo lugar, Jesus Cristo não foi um mito criado a partir da história de Hórus, deus egípcio filho de Ísis e Osíris. Apesar das semelhanças literárias entre as duas histórias e outras mais, a figura do nazareno é diferente das demais.
Por quê? Você perguntaria. Porque em Jesus Cristo o elemento ético aparece de forma clara, coisa que não se verifica nas demais histórias. Krishna, por exemplo, que tem “uma ficha” muito parecida com a de Cristo (nascendo de uma virgem e tudo mais), tinha 6 000 amantes, coisa que não se verifica no nazareno.
É bem verdade que tentaram casar Jesus Cristo com Maria Madalena, mas isso é coisa da Margareth Starbird e do Dan Brown e não da história que se desenrolou na Palestina. Os profetas judeus, em geral, eram celibatários, embora houvesse exceções.
É possível que Jesus não tenha sido nem de longe aquilo que o cristianismo ocidental fez dele, mas também é fato que ele não foi uma mera construção mitológica como deseja o documentário Zeitgester. Um mero mito dificilmente dividiria a história do ocidente em duas partes como fez Jesus.
Além do mais, é bom lembrar que a historicidade do Cristo é testemunhada por Tácito (60-120), decano dos historiadores romanos que liga o nome dos cristãos a um certo “Christus”, que no reinado de Tibério (42 a.C. – 42 d.C.) sofreu a morte por sentença do procurador Pôncio Pilatos, como observou Earle Cairns.
Outros personagens ilustres e historiadores como Plínio e Suetônio também fizeram menção a historicidade de Jesus, portanto, o fato da sua existência histórica é indiscutível. O Cristo andou nesse mundo, teve endereço e familiares, foi um ser humano como os demais.
É interessante notar também as semelhanças entre Jesus Cristo e Sócrates. Ambos foram considerados santos pelos seus discípulos, não escreveram nada com o próprio punho e foram condenados injustamente. Contudo, é raro ver alguém duvidar da autenticidade histórica de Sócrates, mas quanto a Jesus a história é outra, por quê?
Autores como Charles Dawkins e companhia limitada são analfabetos teológicos que sentem prazer em impressionar as pessoas com interpretações equivocadas da Bíblia. Pousar para a foto como ateu confesso sempre trouxe popularidade aos espertalhões.
Quanto a mim, não desejo fazer nenhum tipo de apologia a qualquer tipo de religião, muito menos a cristã, que sobrevive sem a minha ajuda a mais de dois mil anos. Aliás, não sou muito chegado á religião institucionalizada, mas também não tolero imbecis que vivem para denegrir fatos e pessoas que não conhecem.
Afinal de contas, quem é Jesus? Não sei exatamente, mas tenho a impressão de que o nazareno, como observou Jung, é um arquétipo, um pensamento fundante com o qual nos deparamos toda vez que somos invadidos por um sentimento religioso ancestral. Jesus é o ativador da nossa consciência em relação a Deus.
André Pessoa
2 comentários:
Prof. André,
não entendi bem o seu ponto no artigo acima. Os seus primeiros parágrafos desmontam a argumentação do filme Zeitgeist através da defesa da figura histórica de Jesus, que materializa o suposto mito em uma pessoa de carne e osso, a qual viveu, teve familia e amigos, e cuja morte real e material nos proporciona a expiação de pecados. A pessoalidade de Cristo se manifesta, conforme o texto, no seu caráter, moral e ética acima do possível aos homens naturais.
Contudo, nos últimos dois parágrafos, você torna a esvaziar a Cristo de sua materialidade ao reduzi-lo a um "arquétipo". Na compreensão Jungiana, os arquétipos são "formas", como leitos secos de rios, que ao longo das civilizações se manifestam em maior ou menor quantidade de divindades e figuras mitológicas - isto é, em mitos.
Quando você diz que não sabe o que "é" Jesus, mas tem impressão de que seja como os arquétipos de Jung, você contradiz o que defende no princípio do texto.
Não vejo como um arquétipo pode nos proporcionar qualquer coisa que não seja penas ilusão. Tudo o que Jesus nos possibilita - a paz que excede o entendimento, por exemplo, ou a expiação perfeita de nossos pecados - não poderiam provir de um arquétipo.
O que existe de comum, a meu ver, entre os arquétipos e a figura de Cristo é o seu caráter numinoso. E não sei se a pessoa de Cristo (o homem Jesus) possuiu tal atributo, uma vez que somente conhecemos o que os séculos nos contaram dele. Nesse sentido, o Jesus da Bíblia, o Jesus da Igreja ou o Jesus do Cristianismo podem ser representações de um arquétipo, mas certamente o Jesus Vivo - que age em nós, que está assentado à destra de Deus, e que nos garante acesso ao Pai - este não é um arquétipo, é pessoa.
Emanoel (Anjinho)
Oi Emanoel, tudo em paz?
Que tal um arquétipo que se fez carne?
ARQUÉTIPO (TIPO QUE ESTÁ NO PRINCÍPIO).
Lembra de João 1? "No princípio era o verbo...". É preciso tirar as lentes evangelicalistas para compreender aquilo que quero comunicar. Intertextualidade. Paz a todos.
André Pessoa
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