Você acredita que há vida inteligente em outros planetas? Se não, seja por que razão for, você faz parte de um grupo, cada vez menor, de céticos e ortodoxos quanto ao tema. Para se ter uma idéia, até a Sé de Roma, considerada uma das instituições mais conservadoras do nosso mundo, rendeu-se, recentemente, a teoria de que existe sim, vida em outros lugares do universo.
A declaração pública foi feita pelo padre jesuíta José Gabriel Funes, chefe do Observatório Astronômico do Vaticano. Em sua entrevista ao jornal L’Ossevatore Romano, o padre afirmou: “assim como consideramos as criaturas terrestres como irmãos e irmãs, por que não podemos falar sobre um irmão extraterrestre? Seria também parte da criação", argumentou.
Fiquei matutando sobre a notícia... Desde a adolescência acredito que há vida em outros planetas. O tema para mim sempre foi tão real que, aos treze anos de idade, escrevi um livro de ficção científica que tratava destas questões.
Abrir-se a estas percepções, ao contrário do que muitos pensam, não é pecado! O problema é que nós “evangélicos” convencionamos desacreditar de tudo aquilo que a Bíblia, de forma explícita, não fale, como se as Escrituras se prestassem a ser um livro de “anatomias do cosmos”, e não uma carta de amor endereçada aos humanos caídos para permitir-lhes compreender qual é o significado que há em existir.
A verdade é que a igreja, e isso não é de hoje, sempre teve medo de discutir, aberta e corajosamente, questões polêmicas. Isto se deve principalmente ao fato de que nós cristãos, de forma muito presunçosa, acreditamos poder ter a palavra final em todos os assuntos, como se apenas o que crêssemos fosse expressão exata da realidade.
O mundo pós-moderno, entretanto, não pensa nem funciona assim! Talvez seja justamente por isso que no pontificado de Bento XVI têm-se dado tanta ênfase a que se encontrem, cada vez mais, pontos de contato entre fé e razão. E nós “reformados” imaginamos ser a vanguarda da fé...
Digo o que creio: é bem provável que haja sim, em outros planetas, ou em outros sistemas, ou em outras galáxias, vida inteligente. Acharmo-nos os únicos habitantes de todo o universo revela o quanto somos prepotentes e egocêntricos, pois resume a capacidade de Deus criar vida apenas em nosso mundinho. Ora, você acha mesmo que eu e você somos o melhor do que Deus podia fazer? Mais menino!?...
Numa questão, todavia, eu, mui modestamente, permito-me discordar do padre Funes. É que, no meu entendimento, para que eu possa chamar o ET de “meu irmão”, preciso antes satisfazer alguns pressupostos.
Logo na partida, temos um problema enorme: a falta de prova material sobre o fato de existir ou não algum tipo de consciência fora da Terra. Isso por si só já nos deixa profundamente limitados sobre muitas possíveis conjecturas. Por exemplo, não temos como fechar questão se a “queda” foi um fenômeno restrito apenas a este planeta e aos seres que aqui vivem, ou se ela teve implicações e desdobramentos outros, para muito além de nossa possibilidade de ver e compreender. A “queda” pode, inclusive, ter sido um evento universal, não obstante nossa percepção sobre ela ser apenas global.
Como o assunto é polêmico e complexo, ficando, inclusive, fora do meu universo de conhecimento, quero apenas me enxerir e pontuar três questões.
Em primeiro lugar, para chamar o ET de irmão, preciso saber se ele, em algum momento de sua existência, compreendeu o significado do amor. Sim, creio que isso é imprescindível porque aquele que não ama não é nascido de Deus e também não conhece a Deus. A descoberta mais importante, na vida de um humano, se dá quando ele compreende que o Infinito, movido por um amor inexplicável, tornou-se Homem, pois tinha como objetivo redimir-nos de toda a culpa e também do medo da morte. Isso dá a nossa existência, e a qualquer outra, um novo significado e propósito, pois, sem amor, de que adiantaria existir?
Em segundo lugar, para chamar o ET de irmão, preciso saber se ele, como eu, tendo experimentado a “queda”, foi também “sepultado com Cristo”, pois a Cruz de Cristo é uma “Cruz Cósmica”, universal, que em nosso mundo ganhou materialidade histórica na Cruz do Calvário. É a partir dela que emana o poder, independentemente de lugar, tempo ou forma de vida, para que se possa reconciliar o que um dia foi criado com o Criador.
Se algo neste universo, seja porque razão for, afastou-se dos propósitos do Eterno, esse algo pode, através do sacrifício do Cordeiro, que foi imolado antes da criação de todos os mundos, ser pacificado e apaziguado com o Deus de Toda a Graça. Jesus, na Cruz do Calvário, atraiu para si mesmo todas as coisas, tanto as visíveis como as invisíveis, de tal forma que tudo o que existe só existe, de fato, a partir dEle e, fora dEle, nada é capaz de ser.
Em terceiro e último lugar, para poder chamar o ET de irmão, tenho de partir do pressuposto de que ele faz parte da “Família de Deus”, ou seja, não é apenas um ser criado, mas obteve, através do poder que é outorgado pelo Espírito Santo, a possibilidade de ser chamado Filho de Deus.
De fato, todos os seres vivos que habitam em nosso planeta são meus irmãos e irmãs, do ponto de vista sociológico, mas não do ponto de vista teológico. Desta perspectiva, irmão em Cristo é, apenas, aquele que “nasceu de novo”, da água e do Espírito, que teve o ser pacificado pela graça e a consciência apaziguada pela justiça que procede da fé. Sim, estes foram ressignificados na existência, enxertados na Videira, tiveram seus nomes escritos no Livro da Vida e ganharam o direito a vida eterna.
Se estas três questões forem satisfeitas, não só pelos ET’s, mas por qualquer outro tipo de criatura que exista, creio poder então irmanar-me com ela, seja neste mundo, seja em outro, seja nessa vida, ou na que ainda há de vir.
Por fim, não vá se assustar se numa noite dessas você avistar um disco voador parado, quem sabe, no quintal da sua casa. Tenha calma, não fique alarmado. O “OVNI” pode ser da paz! Se tiver oportunidade de entrar na nave, faça isso com cautela, e veja se a “moçada” que está lá é do Senhor. Em caso afirmativo, relaxe, fique a vontade, e não esqueça de saudar os “irmãos” com a paz do Senhor!
Agora, se a “Etzada” estiver reunida num culto ou coisa afim, não se escandalize, sobretudo se eles estiverem ouvindo música gospel e assistindo o Silas Malafaia! É que irmão, tem coisas que parecem ser aqui da Terra, mas, no fundo, são mesmo é do outro mundo...
Sola Gratia!
Carlos Moreira
Adoração em tempo integral
Há 2 dias
1 comentários:
Parabéns pelo texto, Charlito.
Temos mais em comum do que eu supunha.rs
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