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Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

31 janeiro 2017

Espiritualidade da Alma




“Espiritualidade da Alma” é a forma como chamo o fenômeno da histeria presente em muitas igrejas de linha “renovada”, pentecostal e pós-pentecostal. Sim, é a volta da doutrina grega repaginada da catarse, algo que se podia ver não só na religião, mas também na medicina e filosofia da antiguidade.

Os rituais visavam à libertação, expulsão ou purgação de tudo o que fosse estranho à essência ou natureza de um ser, aquilo que podia corrompê-lo. Portanto, certos “cultos de liberta
ção” em nosso tempo, sob o manto da busca da santidade, nada mais são do que essas práticas reeditadas com glacê místico e pirotecnia moderna, tudo regado a muito “louvor”, algo capaz de embalar o estado de frenesi que neles se instalam.

Indivíduos como Benny Hinn e outros “apóstolos” e “bispos” da igreja contemporânea, figuras carimbadas no mundinho gospel, nada mais são do que “indutores” para a liberação de manifestações de gente com distúrbios na psique e fragilização emocional. 


Eles são, na verdade, a “mídia”, o meio pelo qual repressões de natureza psicológica, abusos, recalques, castrações, sublimações, estoques sexuais reprimidos e toda sorte de “energia” acumulada no ser vem à tona, daí tanta pirueta, tanta queda, tanto tremilique, compulsões, risos desenfreados e choros compulsivos.

O que é tudo isso? Carne, nada mais, a alma vazando larvas de vulcão, tudo que se acumulou no esgoto do ser ao longo de uma vida inteira, algo que, raramente, produz efeito para além do culto, ou seja, mudanças profundas que tenham desdobramentos reais na vida real.

Ora, esses acontecimentos não são uma exclusividade do pentecostalismo surgido no início do século XX, e do qual herdamos modelos e doutrinas através dos missionários americanos. Se você for estudar os avivamentos pós-reforma protestante, verá que eles eram seguidos das mesmas manifestações, ainda que o caráter e conteúdo da pregação fossem outros, algo totalmente diferente do que é apresentado nos nossos dias.

Assim, o fenômeno é espiralizado, pode retrair-se e expandir-se conforme contextos sociais e culturais da humanidade, somem e surgem de geração em geração, mas podem ser facilmente discernidos por todo aquele que carrega em si a consciência do Evangelho. 


Carlos Moreira


Não Erga Muros, Construa Pontes!

Era de se imaginar que, 25 anos após a queda do Muro de Berlim, os homens houvessem aprendido que paredes de tijolo e cimento não resolvem problemas, apenas os separam em lados opostos. Mas Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pensa diferente... Na verdade, enquanto o ser humano imaginar que apartar-se do seu igual pode ser a solução para alguma coisa, levantaremos barreiras físicas, mas não seremos capazes, sequer, de perceber que a grande barreira está posta, na verdade, em nossa consciência. Um muro físico nada mais é do que a representação visível dos muros invisíveis que crescem a cada dia dentro de nós. Assim, quando nos deparamos com questões como essa, devemos sempre observar o fenômeno mais amplo, e não apenas o evento em si, de tal forma a perceber o que há por trás de cada “tijolo” que é colocado nesta enorme parede que é a existência humana. O muro “Clinton/Trump” visa separar nativos de imigrantes ilegais, essa é a justificativa plausível e concreta, mas acaba por revelar outros muros, ainda que intangíveis, pois a grande separação proposta não é geográfica, se dá no terreno do coração. Foram atitudes como essa que criaram, ao longo da história da civilização, o muro que separa negros de brancos, pobres de ricos, direita de esquerda, capitalistas de socialistas, religiosos de ateus, protestantes de católicos, oriente de ocidente, islâmicos de cristãos, héteros de gays... Há um fenômeno muito mais amplo por trás de tudo isso e ele é algo de dimensões globais, e não local, como a maioria imagina. Você pode perceber? Ou, ingenuamente, acha que é apenas mais muro? De fato, esse não será o primeiro, e nem tão pouco o último. Na verdade, temos 4 outras barreiras semelhantes no mundo atual: o “muro da vergonha”, que separa a Cisjordânia de Israel, o muro de Ceuta e Melilla, na África, o muro de Ervos, na fronteira entre a Grécia e a Turquia e o muro que separa a Coréia do Norte da Coréia do Sul. Mas a pergunta que não quer calar é a seguinte: quantos muros já cresceram dentro de você sem que você os percebesse? E quantos ainda vão crescer? Assista esta mensagem e entenda que seu desafio é construir pontes, não levantar obstáculos!

 

26 janeiro 2017

O que Há por Detrás do Seu Muro?



Eu pensei que a queda do Muro de Berlim havia ensinado aos homens que paredes de tijolo e cimento não resolvem problemas, apenas os separam em lados opostos. Mas Donald Trump pensa diferente...

Sim, enquanto o ser humano imaginar que apartar-se do seu igual pode ser a solução para alguma coisa, levantaremos barreiras visíveis, intermináveis, mas sequer seremos capazes de perceber que o grande muro está posto, na verdade, no coração e na consciência.

O “Muro do Trump” é só a representação visível dos muros invisíveis que crescem a cada dia dentro de nós. Olhe para o fenômeno, não para o evento, perceba o que há por trás de cada “tijolo” colocado nesta grande parede da vida.

De fato, o muro proposto pelo Trump separará nativos de imigrantes, mas se você analisar com mais cuidado, perceberá que, neste tempo, há outros muros erguidos, ainda que eles sejam invisíveis, como o muro que separa negros de brancos, pobres de ricos, direita da esquerda, capitalistas de socialistas, religiosos de ateus, protestantes de católicos, oriente do ocidente, islâmicos de cristãos, héteros de gays...

Olho para as Escritura e encontro: "Porquanto, Ele é a nossa paz. De ambos os povos fez um só e, derrubando o muro de separação, em seu próprio corpo desfez toda a inimizade...". Ef. 2:14. Portanto, não erga muros, pois você foi chamado para destruir fortalezas!

Ora, esse não será o primeiro muro que o homem vai construir, nem tão pouco será o último, mas a questão central é: quantos muros já cresceram dentro de você? E quantos ainda vão crescer?

Carlos Moreira


24 janeiro 2017

Indesculpáveis? Sim. Imperdoáveis? Jamais!

“Se os governadores não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios”. Frase dita pelo antropólogo e escritor Darcy Ribeiro, há 50 anos. No último dia 02 de janeiro, na cidade de Manaus, numa luta entre as facções, 56 presos foram assassinados e, em seguida, tiveram suas vísceras expostas e suas cabeças decapitadas. A barbárie é mais um capítulo que revela os intestinos do sistema prisional brasileiro, debilitado e profundamente insalubre. Trancados em suas “jaulas”, homens viraram bichos, mas eles não se tornaram assim sozinhos, foram vitimados por esse sistema carcerário desumano, pela lentidão da justiça, pelo descaso da sociedade, pela ineficiência do Estado, pela desigualdade social do País, pela insalubridade da vida nos bolsões de pobreza e, finalmente, por suas próprias escolhas. Não é um tema simples, nem de fácil resolução. Conclusões precipitadas, análises superficiais e tendenciosas, soluções paliativas, nada ajuda. Aqueles indivíduos são, na verdade, o resultado de todo um fenômeno social complexo, revelam o ser humano no seu estado último e terminal: embrutecidos, desumanizados e irracionais. O que eles fizeram é impensável, imponderável, mas não é imperdoável, pois se houver um pecador que a Graça não possa regenerar e um pecado ao qual o Sangue de Jesus não possa perdoar, você pode chamar sua religião do que quiser, menos de Evangelho. A religião, como se sabe, vive da hipocrisia seletiva, cria a casta do pecador-padrão, aquele indivíduo que é mauzinho, mas a maldade dele é fumar um cigarro, beber uma cerveja, dizer uma mentira, falar um palavrão, dá uma pulada de cerca no casamento, sonegar o imposto de renda, fazer uma fofoca, ou seja, são os pecados normatizados e aceitos pela santa igreja. Foi chocante o que os presos fizeram, seria muito mais fácil condená-los ao inferno de fogo, pois eles chegaram ao ponto de se tornarem diabos, esvaziados de qualquer humanidade, cheios de maldade, desprovidos de afetividade, enrijecidos e brutos, violentos e homicidas. Certamente seria mais fácil fuzilá-los, enforcá-los, matá-los com choque, com injeção letal, mas aí lembramos que Deus ainda pode resgatá-los e salvá-los, assim como ele fez com cada um de nós, e o coração se encharca de misericórdia. “Bandido bom é bandido morto!”? Se pensas assim, essa mensagem é, prioritariamente, para você, pois, analogamente, o diabo também pensa: “pecador bom é pecador morto”. Mas Deus pensou diferente... Assista e comprove!

 

Desculpe o Transtorno! A Falha... É Toda Minha.



- Sim, me desculpe por lhe falar a verdade, de forma bem objetiva, e as vezes com certa dureza, ainda que eu saiba que você prefere palavras amenas, discursos adocicados, falas positivistas, retórica triunfalista, algo que catapulte você para enfrentar a semana que já é tão difícil, uma espécie de ilusão consentida, um “me engana que eu gosto”.

- Me desculpe por não roubá-lo constrangendo-lhe para que você dê, com medo, 10% do que ganha para fazer a engrenagem religiosa funcionar. Eu sei que você gostaria de se sentir seguro porque está pagando a taxa da fazenda celestial, impermeabilizado contra o mal, e também estou informado que você precisa de coisas e, fazendo esta barganha, acha que poderia consegui-las com Deus, mas eu não posso lhe enganar, nada disso está no Evangelho. Se você quer ajudar, a sua oferta espontânea é bem vinda, mas apenas isso.

- Me desculpe por eu não ter montado uma igreja com uma agenda interminável de eventos e movimentos, uma espécie de academia aeróbica espiritual, onde mal acaba um programa e já começa outro, tudo para que você pense que está acumulando pontos no jogo da salvação. Eu lhe peço perdão por estar investindo mais no ensino e na formação de uma consciência que seja robusta o suficiente para você suportar as grandes crises da vida que, certamente, chegarão.

- Me desculpe por eu insistir que você abra a sua casa e faça discípulos, ajudando as pessoas a caminhar no cotidiano da vida pondo em prática os ensinamentos da fé. Sim, eu sei que é algo que invade nossa privacidade, que demanda esforço para preparar algo legal para os participantes, que prescinde de tempo para aconselhar os bebês espirituais, mas igreja é isso, não aquela reunião impessoal do domingo, aquele encontro onde a gente mal se fala, ainda que ele tenha outros objetivos, é insuficiente para formar Cristo em você e nos demais.

- Eu lhe peço perdão por estar constantemente lhe admoestando para cuidar dos pobres, dos necessitados, para colocar o seu semelhante na agenda. Sim, sei que na sociedade que vivemos há expurgados e amputados sociais, invisíveis ao Estado e a Igreja Institucional, mas eu preciso lhe lembrar que Deus escolheu ser amado no outro e que não há salvação se ela não alcançar todo homem e o homem todo.

 - Por favor, me desculpe pelas minhas pregações, sempre temas agudos, ligados aos acontecimentos do dia a dia, palavras que desafiam você a sair da inércia, da letargia, do anestesiamento de mente e coração. Eu sei que você adora mensagens sobre o amor, a esperança, a paz, e temas do Velho Testamento que tratam de vitória e prosperidade, mas o apóstolo Paulo me ensinou que tenho que pregar sobre “todo o conselho de Deus”, conforto e confronto, de tal forma a preparar você para as dinâmicas próprias da vida.

- Eu também quero lhe pedir perdão por estar tentando lhe conduzir a Verdade que não amordaça, que não pune, que não cerceia, que não reprime, que não esmaga, que não proíbe nem faz de você apenas um boneco da religião, um molde fabricado numa igreja-indústria que serializa a mente e o comportamento das pessoas. Sim, eu sei que pensar por si mesmo é algo assustador, porque é mais fácil que um sacerdote-intermediário-do-sagrado diga tudo o que a gente deve fazer, mais Jesus nos chamou para andarmos por nós mesmos e vivermos o Evangelho como Graça que nos liberta dos velhos preceitos e ditames da Lei.

- Me desculpe por não ser aquele pastor que você gostaria, parecido com o estereótipo da maioria, com voz empostada, roupa vistosa, oratória rebuscada, abraços e sorrisos politiqueiros, que se esconde atrás de um cargo clerical, que não bebe, nem se diverte, que não vai à festas, nem senta na mesa do bar. Eu lhe peço perdão por não tentar ser o super-homem, esmagando minha consciência e reprimindo toda a minha humanidade para você se sentir mais seguro com uma imagem de “homem de Deus”. Também aproveito para me retratar por não ter um casamento perfeito, uma filha perfeita, por eles não serem também “pastores” como eu, pois o chamado foi apenas para mim, minha família é feita apenas de gente boa, como você, não uma elite sacerdotal que herdou os meus atributos ministeriais.

- Perdoe, meu mano(a), por eu não enfrentar "demônios" em espetáculos circenses, não fazer demonstrações de que eu sou poderoso, brincando com potestades espirituais, me desculpe por não banalizar o milagre de Deus, nem tratar a cura da dor e da enfermidade humana como evento com dia e hora marcada, não consigo ser charlatão, nem alienar pessoas com efeitos spilberguianos, pirotecnias da religião pós-moderna.

- Peço aqui, de público, perdão a você que faz parte da Estação por nós não sermos uma mega-igreja, com várias bandas gospel, com muitos cultos, com milhares de “convertidos”, com um network fantástico e um status quo poderoso. Nós jamais seremos grandes, nossa mensagem é subversiva, é contra-cultura religiosa, não atrai multidões. Assim como aconteceu com o Galileu, nós sempre somos rechaçados pelo “sinédrio” religioso de plantão, que nos chama de libertinos, hereges e desviantes. Aconteceu com nosso Senhor, e acontece conosco também.

- Desculpe-me, meu irmão, por estar construindo uma igreja onde cabe gente diferente, onde todos são, de fato, bem vindos, e podem entrar e sair sem terem sua privacidade invadida, um lugar para punks, ripies, gays, exotéricos, ateus, agnósticos, e outros grupos que, normalmente, não encontram espaço nos ambientes religiosos. Eu sei que você gostaria de ter uma ambiente só com gente de pedigree, que fala e se veste de forma a se adequar ao manequim denominacional, mas aqui as pessoas são livres para ser o que são, sem disfarces e sem se constituir um estelionato existencial.

- Por fim, mas não menos grave, também peço que me desculpe por não me envolver nem estimulá-lo a participar de “marchas para Jesus”, junto com tele-evangelistas famosos e políticos evangélicos, nem ir a shows gospel, nem fazer congressos trazendo “big shots” do mundo religioso, onde temas como "batalha espiritual", "vitória e prosperidade", “cura e libertação” e "maldição hereditária" são abordados. É que eu percebo que tudo isso é comércio do sagrado, com vistas a enriquecer financeiramente uma elite espiritual, e nada promove em termos de crescimento genuíno e consistente, uma vez que o que ensinam e enfatizam choca-se, flagrantemente, contra o Evangelho.

E assim, por ser o que sou e pregar o que creio, peço-lhe perdão, mas informo que nada será mudado, pois aquele a quem eu prestarei contas, no último dia, está sempre me dizendo “fala e não te cales!”. Um beijo em seu coração!

Carlos Moreira


19 janeiro 2017

Quem não Vem Pelo Amor, Vem Pela Dor. Será?

Em referência ao trato de Deus com o homem, você já ouviu a expressão: “Se não vem pelo amor, vem pela dor”? Essa é uma afirmação que vemos com muita frequência e que envolve o senso comum religioso. Mas, do ponto de vista do Evangelho, ela é verdadeira? Pode o Deus de toda a Graça nos fazer mal para alcançar os seus propósitos? Ora, que Deus nos disciplina é fato, e isso podemos ver de forma abundante nas Escrituras e mais explicitamente na carta aos Hebreus capítulo 12. Mas qual a forma que ele usa para nos corrigir? Será que tragédias que aconteceram em nossas vidas foram resultantes do castigo de Deus sobre nós? Deus se vinga daqueles que não lhe obedecem? São questões complexas e difíceis de lidar neste tempo de “teologias de maldição” que atribuem a ação de Deus tudo aquilo que não alinhe com a “doutrina da igreja”. Como encontrar, então, a verdade diante deste tema? Você está sofrendo, ou vivendo um tempo de deserto e dor em sua vida? Será que isso é um castigo pela rebeldia ou uma circunstância natural da vida? Há como discernir tais coisas? Assista a mensagem e aprenda esse importante princípio para sua vida.

 

10 janeiro 2017

Inanição Espiritual: Quando o Leite não é o Suficiente

Bebês adoram leite e, como sabemos, ele é o melhor alimento que elas podem ter nos primeiros meses de vida. Mas ninguém pode sobreviver, nem desenvolver-se plenamente, tomando apenas leite! Essa é a metáfora que o apóstolo Paulo usa para tratar com a igreja de Corinto, uma comunidade-creche, repleta de crianças espirituais fazendo trelas e tendo que conviver com as suas inevitáveis consequências. Estou convencido de que a igreja neste tempo enfrenta esse mesmo fenômeno, a inanição espiritual provocada pelo uso abusivo de alimentos inadequados ao crescimento. Sim, temos igrejas lotadas de crianças na fé, e várias são as razões: estruturas sedentarizadas, raquitismo doutrinário, teologias anabolizadas, pastoreio superprotetor, dentre outras. O desdobramento imediato de tal situação é uma legião enorme de pessoas dependentes de todo tipo de auxílio existencial, incapazes de tomar suas próprias decisões, fragilizadas emocionalmente para a vida, além da incrível incapacidade de discernir e viver as verdades mais elementares da fé. Como você classifica sua espiritualidade: como madura ou infantil? Assista a mensagem e responda.

Os Imperdoáveis



A chacina na cadeia de Manaus, onde 56 presos foram assassinados, revela, pela crueldade das ações, com exposição das vísceras dos mortos e decapitações com os indivíduos ainda vivos, a que nível o ser humano pode chegar.

Trancados em suas “jaulas”, aqueles homens viraram bichos, vitimados pelo sistema prisional, pela lentidão da justiça, pelo descaso da sociedade, pela ineficiência do Estado, pela desigualdade social do País, pela insalubridade da vida nos bolsões de pobreza e, finalmente, por suas próprias escolhas.

O que eles fizeram é impensável, mas não é imperdoável, pois se houver um pecador que a Graça não possa regenerar e um pecado ao qual o Sangue de Jesus não possa perdoar, você pode chamar sua religião do que quiser, menos de Evangelho.

Eu fiquei abismado em ver os comentários de “crentes” sobre o ocorrido nestes últimos dias em Roraima e no Amazonas. Gente que disse que se alegrou com a barbárie, que afirmou que “bandido bom é bandido morto”, esquecendo-se que o diabo pensa, também, que “pecador bom é pecador morto”, pois há vagas de sobra no inferno para receber gente caída. Mas Deus pensou diferente...

Compreendo, todavia, o fenômeno, pois a religião vive da hipocrisia seletiva, ela cria a casta do pecador-padrão, aquele indivíduo que é mauzinho, mas a maldade dele é fumar um cigarro, beber uma cerveja, dizer uma mentira, falar um palavrão, dá uma pulada de cerca no casamento, sonegar o imposto de renda, fazer uma fofoca, ou seja, são os pecados normatizados e aceitos pela santa igreja, aqueles que Deus tolera, Jesus aceita e o Espírito Santo faz vista grossa, afinal, não foi por isso que nós fomos salvos, ou não podemos dar, aqui e ali, uns tropecinhos?

Ora, quando o Senhor agonizava na Cruz, havia um ladrão ao lado dele. No derradeiro instante, aquele homem arrependeu-se de sua vida de crimes, uma centelha da revelação acendeu sua consciência e seu coração foi incendiado pela Verdade. O Galileu, todavia, antes de perdoá-lo, perguntou-lhe: “Você por acaso é estuprador, pedófilo, necrófilo, degolador ou canibal? Pergunto isso porque, se for, não há espaço para você no paraíso.”. Bem, você conhece a história...

Fiquei horrorizado com o que os presos fizeram, seria muito mais fácil condená-los ao inferno de fogo, pois eles chegaram ao ponto de se tornarem diabos, esvaziados de qualquer humanidade, cheios de maldade e miséria, desprovidos de afetividade, de sensibilidade, enrijecidos e brutos, violentos e homicidas. Com sinceridade, penso que seria mais fácil fuzilá-los, enforcá-los, cerrá-los ao meio, matá-los com choque, com injeção letal, mas aí eu lembro que Deus ainda pode resgatá-los e salvá-los, assim como ele fez comigo e com você, e meu coração se encharca de misericórdia, sobretudo, porque de alguma forma, eu tenho parte nesse sistema que transforma homens em animais.

Cabe, contudo, indagar e lembrá-lo que você só foi salvo porque Deus abdicou de sua ética, pois, se ele aplicasse a sua justiça contra você, não haveria qualquer possibilidade de perdão. Mas o amor superou tudo...

De certo, se eu fosse um dos homens da foto abaixo, gostaria de saber que ainda existe uma chance de ser salvo de mim mesmo, ainda que seja imperioso pagar a sociedade tudo o que fiz.

Portanto, me perdoem, eu sei que isso que digo é um escândalo, mas esse é o espírito de Jesus e do Evangelho, isso é andar na contramão, é olhar o que ninguém olha e sentir o que ninguém sente, e qualquer um que o tenha conhecido, pensará e agirá assim, poir crer é absurdo! Se fosse um dos meus que tivesse sido decapitado por esses perversos, eu diria o mesmo? Não sei, a dor seria insuportável, mas, ainda assim, não posso ensinar algo diferente...


Carlos Moreira


02 janeiro 2017

Transar ou não Transar? Eis a Questão... Mas, Para Quem?




Está correndo mundos a entrevista que Baby do Brasil deu juntamente com o ex-jogador e comentarista Casagrande sobre o relacionamento amoroso que vivem há 4 meses. Na conversa, dentre outras pérolas, eles revelaram que passaram 3 meses pra dar um beijo na boca e que ainda não fizeram sexo. Pronto! Foi o suficiente para tornarem-se os mais novos garotos-propaganda da famosa doutrina do “Eu Resolvi Esperar”, compêndio mal aplicado de textos bíblicos que, dentre outras coisas, estimula a moçada a ficar apenas na masturbação e nos sites pornôs até o casamento, ou você acha que eles se seguram mesmo sem nada?

Pois bem, depois da dita entrevista, choveram perguntas no meu in-box, como se eu fosse sexólogo ou consultor sentimental, em busca de uma "posição oficial". O que tenho, então, a dizer, resumindo tudo, é o seguinte: transar ou não transar é uma decisão de cada pessoa, não uma doutrina bíblica. Casamento, nas Escrituras, é encontro de corpo, alma e espírito, sem legislações eclesiásticas ou cartoriais, sem intervenções ditatoriais humanas. Jesus foi ao casamento de Caná da Galileia para se alegrar com os amigos e a família, não para celebrar a cerimônia ou intermediar a “benção”.

Há, na verdade, dois milagres na festa: a transformação da água em vinho, feita nas talhas da religião, mostrando que o Evangelho traria alegria e encantamento para o coração, e o encontro de pessoas que se amam, o que faz repousar no chão da alma toda a felicidade da vida. Sim, é milagre e mistério, dois que se fazem um e um que se desdobra em dois, é tão sagrado que Paulo compara a união entre homem e mulher com a união entre Cristo e a Igreja.

Mas a religião não se conforma com coisas simples e belas, tem de intervir para legislar e mostrar o seu valor, tem que tencionar mediar o encontro único entre um homem e uma mulher, algo impossível de ser feito. É daí que surge cerimônia, altar, pastor e padre paramentados, côrte assistindo, “carruagens” transportando noivas, padrinhos, igreja enfeitada, e tudo o mais que compõe a indústria do matrimônio e que faz com que a celebração do amor se transforme em espetáculo social.

Casagrande e Baby do Brasil, por suas histórias de vida, pela promiscuidade que já experimentaram, pelos vícios que os consumiu boa parte da vida, decidiram fazer as coisas a partir de novos valores, compreendendo que sexo é parte da relação, não a relação inteira. O que eles fizeram, fizeram para si, não torna-se regra ou princípio para outros, pois, “a fé que tens, tem-na para ti mesmo”, conforme Paulo aos Romanos. Quem fizer a escolha de ter sexo no primeiro dia, que o faça com bom coração e boa consciência, pois, conforme o mesmo Paulo, “tudo o que não provém de fé é pecado”.

Digo, contudo, como homem, nem todos estão aptos a abraçar estes conceitos, pois do ponto de vista da fenomenologia social, nem tudo pode ou deve ser feito. Do ponto de vista do ser, todavia, o melhor é que tudo seja feito na luz, as claras, de tal forma que ninguém se esconda atrás de doutrinas para justificar suas próprias frustrações ou tentações. Sexo é tudo e é nada, pode trazer alegria e profundo pesar, pode completar a existência ou esvaziá-la, vai depender de como ele é experimentado e existencializado.

No mais, deixa a Baby e o Casa na deles, quando tiver que ser, será, e que seja bom, para que ambos, já no outono da vida, se aqueçam e se desejem com paixão e tesão. Quanto a você, não faça de suas escolhas teologia para ninguém, viva sua fé e sua sexualidade de maneira sadia e Deus lhe abençoará. Transar ou não transar não é uma questão nem para Shakespeare, nem para Jesus, mas apenas para você...

Carlos Moreira


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É importante esclarecer que este BLOG, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença". Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias. Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.

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