Pesquisar Neste blog

Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

14 janeiro 2019

Sua Igreja se Parece com o Quê?







Com uma Boate, onde as pessoas vão por causa do network social, para fazer azaração e, quem sabe, descolar alguém para sair?

Com a Maçonaria, uma sociedade fechada, elitizada, que tem por objetivo a ajuda mútua a quem faz parte do “clube”, um lugar que pode gerar oportunidades profissionais?

Com uma Universidade, um centro de ensino teológico e doutrinário de alta qualidade preparando escribas versados na letra da Escritura, mas distantes do Espírito do Evangelho?

Com uma Academia de Ginástica, promotora de eventos de descontração tipo sarau, luau, rave gospel, trilhas, acampamentos, uma agenda aeróbica de programas para entretenimento?

Com uma Laboratório, onde existe a “experimentação” de “dons” sobrenaturais, gente tendo visões de anjos, gargalhando, falando línguas estranhas e profecias de adivinhação?

Com um Banco, um local para resolver problemas, onde a divindade é um gerente a seu serviço tentando cobrir os gastos que você promoveu na vida com escolhas desastrosas?

Com um Ponto Turístico, aquele lugar que você gosta de ir vez por outra para olhar a “paisagem”, mas com o qual você não tem compromisso nem assumiu qualquer responsabilidade?

Com uma Creche, que você adora por conta da programação para seus filhos, um espaço para livrar você da árdua tarefa de criar a criança e o adolescente segundo os preceitos das Escrituras?

Com uma Empresa, que tem que medir a produtividade dos membros, as metas do planejamento estratégico, a “colheita” de almas, a gestão das células, o desenvolvimento dos líderes?

Com um Circo, onde pirilampos aloprados fazem coisas estrambólicas, malabarismos e pirotecnias, tudo para entreter um público inocente e displicente?

Com uma Quadra de Tênis, um lugar para você exercitar seu “hobby”, um espaço de realização pessoal, com plano de carreira, reverência ao cargo, tempo de “serviço” e premiação por honra ao mérito?

Com um Quartel, com subordinação hierárquica, disciplina rígida, controle da individualidade, invasão de privacidade, código de conduta e cartilha comportamental?

Com um Edifício, onde cultua-se o patrimônio, a construção, as paredes do “templo”, as instalações confortáveis, o auditório, as salas de ensino, o pátio de lazer, mas para além das pedras não há alma nem vida?

Com um Hospício, que mas se parece com um “trem fantasma”, com gente com esquisitices, caindo no “poder do espírito”, manifestando “demônios”, com “milagres” produzidos em série?

Com uma Sala de Aula de Filosofia, onde existe solução para tudo, mas sem qualquer ação concreta no chão da vida, um lugar de teóricos contemplativos que não levantam a bunda da cadeira para fazer nada?

Com um Mercado de Pulgas, onde tudo é feito na base da troca, do toma lá, da cá, onde Deus atende quem lhe oferece grana, multiplicando a aplicação em forma de benesses e empoderamento?

Com um Tribunal, onde se faz juízo de tudo e de todos, onde a régua de medir é sempre generosa com os de dentro e perversa com os de fora, um espaço de sentenciamento do mundo e da vida?

Com um Teatro Mambembe, onde todo mundo representa um personagem, a vida é arte, mas não é realidade, cada um veste sua máscara antes do culto e assume ser quem não é?

Com um Centro de Pesquisa, que tem explicação para todas as coisas, que faz da teologia o único saber do universo, que acha que a sua ideologia é a única verdadeira debaixo do sol?

Com uma Fábrica, que produz bonecos em escala industrial, gente normatizada, padronizada, robotizada, sem cérebro, sem alma, todos pensando e falando as mesmas coisas?

Com uma Prisão, que encarcera a alegria, que pune a liberdade, que sufoca a consciência, que algema a beleza, que priva a esperança e castra tudo que não for religião?

Igreja, conforme o Evangelho, não é um espaço físico, é uma consciência, é um Corpo imaterial, ligado ao Cabeça, que é Cristo, não é uma organização, é um organismo, não é uma instituição, é uma família. A igreja pode se reunir num prédio, mas ela não se preocupa em aparelhar edifícios, mas em construir mentes e restaurar corações. Igreja é todo ajuntamento de “dois ou três” com ênfase na comunhão, no partir do pão, nas orações e tudo o mais que ganhe significado e singularidade como expressão de fé e amor que se manifesta na troca com o outro e na adoração ao Pai. Igreja é um espaço de misericórdia, de acolhimento de feridos, de cuidados com os perseguidos, de abrigo para os descriminados e marginalizados. O mais? Bem, o mais é isso que está aí em cima...


Carlos Moreira






05 janeiro 2019

Amar não é, Necessariamente, Querer Bem



“Ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”. Mt. 5:43-44

Nas palavras de Jesus, amar o inimigo parece, à primeira vista, um convite ao masoquismo, mas não é.

Para entender o texto do Sermão do Monte, sobre o qual há muita confusão, quero fazer breves ponderações. Sim, porque do ponto de vista da ortodoxia religiosa, a proposta é inalcançável, ninguém pode nutrir bons sentimentos por quem lhe faz mal.

O problema, contudo, está na forma de interpretar a proposta do Galileu que, acreditem, é um convite para o exercício da profilaxia que produz saúde ao ser. Ora, não há dúvidas sobre o que Jesus disse: o verbo ἀγαπᾶτε – amai – no grego, está no imperativo ativo, é uma ordem, não uma opção.

Mas, para entendermos qual é verdadeiramente a proposta, precisamos analisar o contexto da frase, e não apenas um conjunto de palavras. Perceba que, ao fazer a afirmação, Jesus está usando como contrapartida o que havia sido dito pelos antigos – “... Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo”. 

Nessa passagem existem duas questões importantes: a primeira é que a bíblia não diz: “Ouvistes o que está escrito...”, e sim: “Ouvistes o que foi dito...” – “Ἠκούσατε ὅτι ἐρρέθη”, ou seja, Jesus explicita que há um grave problema na interpretação da Lei, pois em nenhum lugar das Escrituras encontramos a afirmação de que devemos amar ao próximo e odiar o inimigo. A segunda questão é que essa crença baseava-se na “tradição dos antigos”, algo que estava perfeitamente alinhado com a “Lei de Talião”, a lei escrita mais remota já registrada e que tratava da reciprocidade entre o crime e a pena – “Olho por olho e dente por dente”. 

Desta forma, o que de fato Jesus queira dizer? Ora, nós sabemos que amar não é um sentimento, mas uma decisão, e temos esse entendimento quando compreendemos o amor de Deus por nós. Assim, o que Jesus estava querendo dizer sobre “... amai os vossos inimigos”, é que é possível fazermos a escolha de não “odiarmos os nossos inimigos”, conforme a “tradição antiga”, ainda que isso não tenha nada a ver em nutrir por eles sentimentos de afeição. 

Eu não devo odiar, nem desejar o mal, nem guardar rancor, nem cultivar amarguras, mas também não estou obrigado a sentar a mesa com ele para tomar uma breja, nem muito menos me subjugar a manter uma relação que se tornou insalubre, faz profundo mal a alma e ao coração. Eu posso amar, sem querer bem, eu posso amar, sem manter contato, eu posso amar, sem alimentar a ira, eu posso amar até mesmo sem ser amado, o que eu não posso, nem Deus me pede isso, é querer bem a quem me faz mal.

** CONHEÇA MEU CANAL NO YOUTUBE
https://www.youtube.com/user/cfsmoreira/videos



Carlos Moreira





Mais Lidos

Músicas

O Que Estamos Cantando

Liberdade de Expressão

Este Site Opera Desde Junho de 2010

É importante esclarecer que este BLOG, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença". Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias. Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.

Visualizações de Páginas

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More