Você já se perguntou qual foi o motivo que levou Jesus a criar um grupo de discípulos para anunciar o Reino de Deus? E mais... Por que ele os mandou fazer o mesmo após sua ressurreição? Por que não saiu sozinho pelo mundo, de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, pregando, ensinado e curando?
Outra coisa: por que precisava de recursos, de gente para
ajudar financeiramente – na grande maioria mulheres – de “tesoureiro” para
cuidar das receitas, de pessoas que se preocupassem com a hospedaria – quando possível
– ou um cenáculo – para um encontro mais íntimo, ou ainda a casa de um amigo na
cidade de Betânia, para um pernoite? Por que ele, sempre que podia, ensinava
nas sinagogas e não se furtou, também, de ir ao templo?
Ora, eu acredito que Jesus nunca foi contra essas coisas e sua liberdade não o tornava um ser descompromissado. Ele não era ligado à religião, nem estava preso ao sistema do templo, não se encaixava nas políticas do sinédrio, mas sabia que não dava para ser um errante transloucado gritando nas ruas sem qualquer foco ou objetivo. Definitivamente, não era como Diógenes de Sinope, o filósofo grego que discursava nas praças e morava num barril.
É certo que havia uma estratégia naquilo que o Galileu fazia, por mais imperceptível que ela pudesse parecer. Quando Paulo menciona os discípulos na ressurreição, revela-nos que, além dos doze apóstolos, havia também os setenta, os cento e vinte e os quinhentos! Obviamente, era necessário um mínimo de organização para acomodar tudo isto.
Eu percebo ordem e método em muitas outras questões. Quando, por exemplo, Jesus quis treinar setenta destes discípulos, enviou-os de dois em dois, com instruções detalhadas sobre o que fazer e o que não fazer. Não era uma ação desordenada, apesar de ser simples, não era atabalhoada, apesar de ser leve.
Ora, eu acredito que Jesus nunca foi contra essas coisas e sua liberdade não o tornava um ser descompromissado. Ele não era ligado à religião, nem estava preso ao sistema do templo, não se encaixava nas políticas do sinédrio, mas sabia que não dava para ser um errante transloucado gritando nas ruas sem qualquer foco ou objetivo. Definitivamente, não era como Diógenes de Sinope, o filósofo grego que discursava nas praças e morava num barril.
É certo que havia uma estratégia naquilo que o Galileu fazia, por mais imperceptível que ela pudesse parecer. Quando Paulo menciona os discípulos na ressurreição, revela-nos que, além dos doze apóstolos, havia também os setenta, os cento e vinte e os quinhentos! Obviamente, era necessário um mínimo de organização para acomodar tudo isto.
Eu percebo ordem e método em muitas outras questões. Quando, por exemplo, Jesus quis treinar setenta destes discípulos, enviou-os de dois em dois, com instruções detalhadas sobre o que fazer e o que não fazer. Não era uma ação desordenada, apesar de ser simples, não era atabalhoada, apesar de ser leve.
Por que você acha que Jesus foi para a Judéia, depois para a
Galiléia? Era tudo obra do acaso? Por que escolheu, inicialmente, pregar para
os Judeus? Não tinha ele um objetivo? Ou você imagina que Jesus era um sujeito
alienado andando conforme as “marés”? A verdade é que ele nunca foi contra a
organização, mas contra o enquadramento, a normatização burra, a estatização da
espiritualidade. Em Jesus somos livres, não irresponsáveis!
Confesso que me espanta os extremos nos quais a igreja está enredada nestes dias... Por um lado, um aquartelamento institucional, gente presa entre quatro paredes, alienada de tudo, manipulada por lobos em forma de pastores, totalmente distante da mensagem do Evangelho. Eles são vítimas da engrenagem pesada, que gira em função de si mesma, obsoleta em seus propósitos e dessignificada em seus objetivos.
Confesso que me espanta os extremos nos quais a igreja está enredada nestes dias... Por um lado, um aquartelamento institucional, gente presa entre quatro paredes, alienada de tudo, manipulada por lobos em forma de pastores, totalmente distante da mensagem do Evangelho. Eles são vítimas da engrenagem pesada, que gira em função de si mesma, obsoleta em seus propósitos e dessignificada em seus objetivos.
Mas, por outro lado, há uma geração se formando em nosso
meio com um entendimento que está totalmente equivocado! Eles falam de uma dita
“liberdade” que exclui o indivíduo de tudo, pois não é mais preciso congregar,
nem ofertar, nem ter compromisso com o outro, nem ser ensinado, nem participar
da ceia, da imposição de mãos, das orações e da adoração. O que tem que ser
feito é feito, se possível for, no “caminho”, sem qualquer compromisso com
nada.
De certo, eu creio que a fé é uma experiência que se põe em prática nas dinâmicas da vida, mas isto não exclui, em absoluto, a necessidade de nos congregarmos! E para se congregar é necessário, por mínima que seja, alguma organização.
De certo, eu creio que a fé é uma experiência que se põe em prática nas dinâmicas da vida, mas isto não exclui, em absoluto, a necessidade de nos congregarmos! E para se congregar é necessário, por mínima que seja, alguma organização.
O ajuntamento e a organização são necessários e indispensáveis. Pequeno grupo, grande grupo, grupo com ações locais, grupos com ações de longo alcance, grupos pastorais, grupos missionários, grupos de oração, grupos com ações de cidadania, grupos com maior ênfase na adoração e oração e grupos direcionados a obras humanitárias. Todos são, ao mesmo tempo, Corpo e parte do Corpo, não importando se são feitos de dois, três ou de trezentos. O que os qualificará como igreja continuará sempre sendo o fato de Jesus estar ou não no meio deles.
Carlos Moreira